Privacy: 7 coisas que você deveria saber antes de usar o site

A Privacy é uma rede social de monetização de conteúdo lançada em 2020 com a intenção de oferecer liberdade aos seus influenciadores para criar seus conteúdos e monetizá-los de diversas maneiras. Segundo a porta-voz da rede, “em apenas quatro anos ela já alcançou mais de 300 mil influenciadores cadastrados”, contabilizando mais de 2 milhões de acessos diários e 5 milhões de usuários. Isso já faz dela a maior rede com este perfil de operação da América Latina. Há versatilidade no sistema de monetização, com opções de assinaturas, vendas de conteúdo avulso ou simplesmente pequenas gorjetas, com ou sem metas.

Criar aplicativos é uma tarefa custosa que, de saída, já exige programar um app que ofereça a mesma experiência tanto no Android quanto no iOS. Além disso, apesar de até ser possível criar aplicativos com download direto no Android, a forma de distribuição mais segura para usuários e para a própria plataforma é por meio das lojas digitais oficiais, que cobram taxas de até 30% sobre todas as transações nos aplicativos.

Um dos focos da Privacy é garantir que os criadores de conteúdo da rede tenham um bom repasse dos valores das doações, assinaturas e outras compras. Por essa razão, “a Privacy opera em formato Webapp, com um layout otimizado para garantir uma experiência completa e positiva para o usuário”, mas não oferece um aplicativo dedicado, justamente porque “as taxas cobradas pelas lojas, que chegam a 30% sobre as transações, (...) inviabilizariam repassar 80% do valor” aos criadores da plataforma.

Sim, é perfeitamente possível acessar a Privacy de graça, mas por conta das normas de utilização e teor de muitos dos conteúdos oferecidos na rede, é preciso ter mais de 18 anos, e é obrigatória a criação de uma conta. Dessa forma, a plataforma não oferece um feed público acessível para visualização rápida e entrega de conteúdos aleatórios, como no TikTok, por exemplo.

Em resposta ao TechTudo, a porta-voz da rede explica que “o processo de criação de perfil na Privacy, seja como usuário comum ou influenciador, é totalmente gratuito. Além disso, diversos influenciadores oferecem assinaturas gratuitas”. Evidentemente, as contas gratuitas contam geralmente com mais postagens bloqueadas que precisam ser liberadas por meio de compras fechadas ou doações. No entanto, boa parte delas servem principalmente como vitrine para perfis com assinatura daquele mesmo criador ou criadora. Com isso, cabe ao seguidor definir como ou se quer contribuir com o trabalho dessas personalidades.

Como a ideia da Privacy é facilitar a monetização para criadores de conteúdo, a plataforma oferece uma série de formas para atingir este objetivo, desde assinaturas em planos mensais, trimestrais ou semestrais, até gorjetas diretamente na página principal do perfil. O sistema também permite criar postagens trancadas que podem ser desbloqueadas automaticamente ao pagar um valor fixo, ou postagens com metas específicas. Neste segundo caso, a postagem é liberada para todos os seguidores que contribuírem para a meta, mas apenas após o valor estipulado ser atingido.

Outra forma de ganhar dinheiro com a Privacy é criando parcerias com outros influenciadores e enviar links de indicação para sua comunidade. Com isso, sempre que um de seus seguidores assinar o perfil de um criador indicado após clicar no link de direcionamento, o criador que indicou também recebe uma pequena porcentagem dessa assinatura. Ou seja, se vários influenciadores com um mesmo perfil de conteúdo estabelecerem uma rede de indicações entre si, além ajudar a expandir a comunidade dos colegas, todos acabam favorecidos.

Por fim, uma última forma de ganhar dinheiro na plataforma é estabelecendo valores para que os seguidores se comuniquem com o influenciador por fotos ou mensagens em vídeo. De maneira geral, as mensagens diretas da Privacy são liberadas apenas para assinantes, mas exclusivamente para comunicação via texto. Caso o seguidor queira mandar outros tipos de mídia para o criador de conteúdo, o dono do perfil precisa liberar o envio desses materiais mediante o pagamento de um valor combinado previamente.

Para ter acesso à maioria das funcionalidades avançadas da Privacy, especialmente caso queria criar conteúdo para a plataforma, é necessário confirmar dados pessoais, com documento oficial de identificação válido no Brasil, número de telefone e nome legal completo. No entanto, todas essas informações são utilizadas apenas internamente para controle de pagamentos e validação de cadastro, e o nome exibido no perfil pode ser um apelido totalmente diferente.

Mesmo as fotos de capa e perfil não precisam ser, obrigatoriamente, fotos mostrando o rosto, sendo perfeitamente ter um perfil anônimo para outros usuários da plataforma. Uma restrição, no entanto, é que, apesar de a maioria da comunidade utilizar a Privacy para oferecer material adulto e de cunho sexual, as fotos de perfil e capa não podem exibir conteúdo explicito, apenas insinuativo.

Tecnicamente, tanto a Privacy quanto o OnlyFans oferecem propostas e até modelos de negócios bem parecidos com programas de assinatura, compras de materiais personalizados, e gorjetas. Contudo, o processamento de pagamento do OnlyFans é realizado por meio de plataformas internacionais, a cobrança é toda em dólares. Além de dificultar o resgate do valor — e o processo para declaração de imposto de renda — a plataforma dolarizada afasta o público brasileiro e de outros países da América Latina, já que o valor das assinaturas precisa passar pela conversão para a moeda local, IOF e outras tarifas.

a Privacy, por sua vez, traz um sistema de pagamento regionalizado e, no caso do Brasil, oferece até a opção de pagar utilizando Pix, para usuários que não se sentem seguros inserindo os dados do cartão na plataforma. Tanto por isso, a Privacy é tão popular na América Latina, somando “mais de 300 mil influenciadores de diferentes nichos, como música, comédia, esporte e lifestyle”.

Aqui vale um alerta de que, apesar de ser possível criar perfis sem conteúdo adulto na Privacy, a maioria dos influenciadores da plataforma se vale da flexibilidade quanto ao tipo de material permitido para postar fotos e vídeos sensuais e nudez explicita, mesmo que sem cunho sexual, mas artístico. O surfista profissional Flávio Nakagima, por exemplo, utiliza a Privacy para postar sua rotina diária além do surfe, mas isso também inclui fotos e vídeos sensuais. Já a comediante Gabriela Abdala deixa claro que o perfil é adulto, com fotos intencionalmente sensuais, mas também sem cunho sexual.

Outras personalidades famosas também possuem perfil na Privacy, como as modelos Andressa Urach e Fernanda Campos e o atleta Igor Nova. Um dos poucos perfis sem qualquer tipo de conteúdo adulto é o do comediante Michel Elias, que utiliza a Privacy para postar vídeos, esquetes, testes de textos para shows. A plataforma serve apenas como uma forma facilitada de permitir que seus fãs façam doações e contribuam com seu trabalho, justamente porque a taxa de repasse costuma ser maior que em outras plataformas similares.

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