Anunciante consegue acessar banco de dados da RaiaDrogasil. Basta entrar em contato com a RD Ads e diz qual público quer atingir. Para quem toma antidepressivo, por exemplo, a propaganda é direcionada a essas pessoas não só no site da farmácia, mas nas redes sociais e no YouTube.
São detalhes que revelam "segredos" dos clientes, indo além de doenças. Alguns exemplos são: sua frequência sexual - pelo número de camisinhas que compra; se engravidou e quantos anos tem seu(s) filho(s) - pelo teste de gravidez, o fim das compras de absorventes e, 9 meses depois, as fraldas; se usa a pílula azul; se tem caspa, frieira, bafo, chulé.
Anunciante pode usar filtros no banco de dados da RaiaDrogasil, usado pela startup RD Ads. Detalhes envolvem mais de 20 tipos de filtros sobre o cliente: produtos comprados, idade, sexo, se é gastador ou econômico, região e dias de preferência para comprar. É dessa forma que é possível selecionar clientes com perfil "sênior debilitado" (clientes que possuem problemas cardiovasculares, diabetes, colesterol e outras patologias) ou "sênior ativo", que leva "itens como: coloração para os cabelos, suplementos nutricionais e vitaminas".
Farmácia pode fazer isso?
Resposta não é tão simples. Há uma zona cinzenta, pendente de regulação e fiscalização. LGPD diz que informações de saúde são consideradas "dados sensíveis", categoria que precisa de maior proteção. E diz que o compartilhamento para obter vantagem econômica "poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação".
Nos EUA, prática pode terminar em multa. Uma empresa de cupons de desconto em remédios recebeu uma multa milionária da Comissão Federal de Comércio por usar dados de saúde para vender anúncios.
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