Uma quebra de 50% é esperada na produção nacional de noz-pecã. A safra cheia do ano passado, com 7 mil toneladas colhidas no País – 89% no Rio Grande do Sul, perderá força em 2024, pela peculiaridade de alternância no ciclo da cultura e por fatores climático. No Estado, aliás, a perda pode superar os 70%.
Mas, apesar do momento difícil, a atividade está em expansão no Estado e mira a ampliação de mercados. Com esse foco e uma atenção especial no consumidor interno, ocorrerá no próximo dia 25 de abril, em Anta Gorda, a 6ª Abertura Oficial da Colheita da Noz-Pecã e VI Seminário Técnico da Cultura da Noz-Pecã no Rio Grande do Sul. O evento será realizado paralelamente à 8ª Festleite, cuja programação segue até o dia 28, no Parque Municipal de Eventos Aldi João Bisleri.
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Nesta terça-feira (9), durante a coletiva de imprensa para divulgação das atividades, na Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, o coordenador de Novos Mercados do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Daniel Basso, lembrou que o brasileiro consome apenas 15 gramas da fruta por ano. O volume é 22 vezes inferior às 340 gramas per capita anuais nos Estados Unidos.
De olho nesse e em outros mercados, como a China, que importa 80% do produto com casca comercializado no mundo, o discurso é pelo fortalecimento do setor. E a ideia passa, também, por campanhas de informação ao público sobre a versatilidade da fruta à mesa e os benefícios à saúde.
O secretário da Agricultura, Giovani Feltes, comparou os desafios dos produtores de noz-pecã e os olivicultores. “Já temos as papilas gustativas mais afeitas ao consumo do azeite de oliva. Todo mundo sabe que azeite de oliva é bom, faz bem, é gostoso e até suas propriedades. Por outro lado, a noz-pecã ainda é, de certa forma, desconhecida do consumidor."
O agrônomo Júlio Medeiros, coordenador do Seminário, pegou o gancho de Feltes. “O nosso produto tem uma peculiaridade, um sabor bastante característico. É um produto para fazer o acabamento de um prato, para ser usado na salada, além do consumo in natura. São segmentos que a cadeia da noz-pecã tem de trabalhar. Se conseguirmos avançar um mínimo nesse mercado, faltará produção”.
O esforço é para atrair mais o interesse do consumidor brasileiro e, muito, para potencializar as vendas ao mercado externo. As exportações, que em 2022 chegaram a quase 500 toneladas, caíram a 320 toneladas no ano passado.
Mas as tratativas entabuladas pelo setor em missão à China, acompanhando o governo federal, ainda no ano passado, estão avançadas. E a expectativa é de que o gigante asiático autorize a compra da noz-pecã brasileira pelas indústrias locais.
“Tudo que nos foi pedido, nós apresentamos. Acreditamos que as autoridades chinesas irão assinar a liberação para importação dos nossos produtos”, enfatizou Medeiros.
Feltes lembrou, ainda, que a pecanicultura, cujos pés levam pelo menos seis anos para começarem a produzir, depende visceralmente da oferta de água no momento certo do ciclo. E que, nesse sentido, o número de pomares com estruturas de irrigação já alcança pelo menos 5% a 10% no Rio Grande do Sul. E que esse processo deverá se intensificar a partir da nova etapa do programa Supera Estiagem, do governo do Estado, lançada no final de fevereiro.
O ato de abertura oficial da colheita ocorrerá no dia 25, às 15h, no pomar das Nozes Pitol, em Anta Gorda. Mas antes, o seminário, no parque de eventos, abrirá muito espaço para tratar sobre qualidade da produção, manejo dos pomares, produtos e mercados consumidores, bem como precificação, com base nos parâmetros americanos e mexicanos, de onde a fruta é originária.
Já na Festleite, serão quatro dias de festa, entrada franca, variedades gastronômicas e shows musicais. Mas também haverá simpósio, julgamentos e concurso leiteiros. E não faltarão, claro, os tradicionais produtos da agricultura familiar, assim como mostra de máquinas, equipamentos e produtos da noz-pecã.

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