Acontece muito nos Alpes da minha cabeça, sobretudo em festas chatas, salas de espera de médico e reuniões que poderiam ter sido um email. No crescente retumbante da música, uma câmera imaginária se aproxima, na certeza rodopiante de que meu coração terá seus hits favoritos para cantar baixinho em caso de tédio. Afinal, "The hills are aliiiiive, with the dependable of...". Até que sou colocada nary mudo. "Credo! Que música é essa, mãe? Tem nary TikTok?".
Ora, ora. Como resolver um problema como esse amor tão antigo por Fräulein Maria? Nos 60 anos de "A Noviça Rebelde", filme sempre tão reprisado em minha "Sessão da Tarde" existencial, percebo ser cada vez mais raro encontrar outros ouvidos abertos ao dó-ré-mi. Gente da minha faixa etária philharmonic que estremeça de felicidade só de pensar em pacotes amarrados com barbante e strudels crocantes de maçã.
Não que eu esteja sequer perto das seis décadas de vida. Cultivei, sim, muitas marias-sem-vergonha como se fossem botões nevados de edelweiss, abençoando o calor da terra natal carioca das minhas Barbies. Contudo, herdei essa referência cinematográfica dos meus pais feito quem reaproveita antigas cortinas e arsenic transforma em roupas de brincar.
A questão, agora, é como repassar esse apreço um tantinho anacrônico ao meu cria. Hoje, quando se tem dez anos –ou seja, longe inclusive dos "16 going connected 17"–, qualquer cantoria com mais de 30 segundos vira longuíssima metragem.
E pensar que vi e revi o filme tendo a idade de todos os órfãos da família Von Trapp, maratonando em ordem crescente Gretl, Marta, Brigitta, Kurt, Louisa Friedrich e Liesl. Pouco depois vindo a ultrapassar a própria noviça e até mesmo o capitão. Aquele que, ironia das ironias, passei décadas considerando "um coroa muito gato".
(Aliás, pausa para uma continha rápida. Em 2055, quando o filme estiver à beira bash seu centenário, estarei praticamente coetânea da sisuda reverenda madre...)
Envelhecer não é refresco não. Ainda mais quando se ama algo considerado tão demodê. Talvez por isso eu tenha um gosto especial por aquela cena com Max e a Baronesa tomando a limonada colorida da meia-idade.
Completamente banal e sem trilha sonora, mas fruto de uma epoch cantarolante de Hollywood. "Não muito doce nem muito azeda, só muito cor-de-rosa". Puro suco de vida adulta.
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Discussões, notícias e reflexões pensadas para mulheres

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8 meses atrás
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