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Quase 3 milhões de gaúchos atrasaram contas em fevereiro

A pergunta que ronda o varejo é: a inadimplência vai subir mais? Fevereiro já dá pistas fortes de tendência. O mês mais curto do ano e com vendas sempre mais baixas registra novo recorde histórico da taxa no Rio Grande do Sul. A estimativa é de quase 3 milhões de gaúchos acima de 18 anos estão com contas atrasadas, aponta a assessoria econômica da CDL Porto Alegre (CDL-POA).

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A pergunta que ronda o varejo é: a inadimplência vai subir mais? Fevereiro já dá pistas fortes de tendência. O mês mais curto do ano e com vendas sempre mais baixas registra novo recorde histórico da taxa no Rio Grande do Sul. A estimativa é de quase 3 milhões de gaúchos acima de 18 anos estão com contas atrasadas, aponta a assessoria econômica da CDL Porto Alegre (CDL-POA).

Índice de Inadimplência da CDL-POA, divulgado nesta quinta-feira, cravou elevação dos atrasados tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Nos recortes, tanto para cobertura estadual quanto para a Capital, o indicador reforça o nível ascendente dos atrasados, com maior alta no plano estadual para pessoas físicas e claramente um retorno ao pré-enchente de maio de 2024, que tinha apresentado reaquecimento das taxas.  

O indicador é alimentado pelo birô da Equifax/Boa Vista. Para pessoas físicas (PF), a taxa chegou a 33,91% em fevereiro no Estado, frente a 33,2% de janeiro. Mais impactante é olhar o dado de fevereiro de 2022, quando o indicador começou a ser mapeado. O índice era de 28,8%. São cinco pontos percentuais acima da base inicial do cálculo pela CDL-POA. Agora, mais de três a cada dez residentes estão sem conseguir quitar dívidas na data.

Na Capital, o indicador é 34,27% no mês passado, frente a 33,9% do mês anterior, três pontos acima de fevereiro de 2022. São 2,91 milhões de CPFs negativados em todo o território gaúcho, e 368,4 mil em Porto Alegre.  

Entre as empresas (pessoas jurídicas), houve crescimento pelo quarto mês consecutivo, diz a CDL-POA, chegando a 14,41% no Estado. Na Capital, o percentual ficou em 14,68%, com um leve crescimento de 0,18 ponto percentual frente a janeiro. São 210,8 mil CNPJs com débitos no Estado, e 34,4 mil na Capital.

A conjuntura, que combina juros básicos - a Selic passou a 13,25% ao ano e pode chegar a 15% - e inflação em alta, é a maior responsável pelo comportamento dos devedores, sinaliza a assessoria econômica da entidade. Também um maior ingresso de novos devedores turbina o indicador.

O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, avalia, em nota, que nem "mesmo com o mercado de trabalho aquecido, a confiança do consumidor caiu significativamente nos últimos três meses em nível nacional". "Isso também agrava o quadro ao encarecer o crédito", associa Frank.

Sobre empresas inadimplentes, o economista-chefe aponta o fim do programa Desenrola Pequenos Negócios, que foi até dezembro de 2024 e facilitava a renegociação de dívidas, como um dos responsáveis pela elevação. "O ambiente para os negócios segue bastante desafiador. Os custos no atacado subiram mais de 10% no acumulado de 12 meses, há falta de mão de obra qualificada e não qualificada, e as taxas de juros restringem a atividade econômica. Isso cria um cenário em que muitos empreendedores estão em compasso de espera, aguardando uma melhora em termos de previsibilidade visando à tomada de decisão", argumenta o economista da CDL-POA.

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