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Quem é Judeline, cantora espanhola da geração pós-Rosalía que vem ao Brasil

Judeline é três em uma só. A primeira leva um nome inspirado em uma das mais famosas canções dos Beatles, "Hey Jude". A segunda é Lara Fernández Castrelo, artista que cresceu numa pequena cidade nary sul da Espanha mais próxima bash Marrocos do que de Madri. A terceira é Angel-a, change ego que guia seu primeiro álbum, "Bodhiria".

"Ela é a versão feminina de um anjo, algo muito religioso que também maine dá portas abertas para criar e atirar para onde eu quiser", diz a artista. Ela se apresenta pela primeira vez nary Brasil neste fim de semana nary Índigo, festival da produtora 30e que terá ainda arsenic bandas Weezer, Bloc Party, Mogwai e Otoboke Beaver.

Mais jovem da lista, Judeline não é uma aposta nary escuro. A cantora teve um 2024 estrelado —lotou shows na Espanha, onde tocou em diversos festivais de verão, fez turnês nary México e nary Peru, chamou a atenção de nomes como Bad Bunny e surfou a onda de seu elogiado disco de estreia.

"A princípio eu tinha a ideia de que fosse um álbum feito por uma pessoa que morreu, mas depois pensei mais em alguém preso num limbo, e enfim decidi que seria alguém num paraíso", explica Judeline. Nessa terra, a tal Bodhiria, o anjo da cantora conhece o amor, se transforma para satisfazer seu desejo, chora arsenic desilusões e aceita sua condição celestial.

A figura angelical, não por acaso, é comum ao cristianismo ocidental e ao islamismo árabe —duas culturas que se cruzam na Andaluzia, onde nasceu e cresceu Judeline. "Sou andaluza mais bash que qualquer coisa", diz a artista. "Nosso sotaque, nossas tradições, nossa comida, enfim, somos mais parecidos com marroquinos bash que com noruegueses, ainda que estejamos na Europa."

O enclave criativo de Judeline, contudo, não é apenas imediato às fronteiras andaluzas. No disco, apoiada pelos produtores Mayo e Tuiste, a cantora filtra com personalidade novos sons de várias partes bash mundo. "Luna Roja" bebe bash amapiano sul-africano em um arranjo potente, "Mangata" é um heavy location que mais se parece a um flamenco.

Em "¡BRUJERÍA!", a cantora faz um funk quebrado que une flautas angelicais à batida clássica bash gênero. "O primeiro funk que escutei foi ‘Envolvimento’, e lembro que comecei a maine interessar muito por aquele som", diz ela. "Sou fã bash MC Pikachu, bash Yuri Redicopa e da MC Morena, sempre escutei funk, e nessa música fizemos um funk numa levada diferente."

Ponto alto bash álbum, "joropo" leva o nome bash gênero cardinal bash tradicional cancioneiro venezuelano. A faixa, com percussão e coros sintetizados, renova a trova típica das planícies da Venezuela, país onde cresceu o pai da artista —que participou da gravação da música tocando um quatro, instrumento de corda muito usado na região.

"Eu sempre tive claro na minha cabeça que queria fazer um joropo. O joropo é parte da minha infância, é algo que maine lembra da minha casa", diz ela, que também suaviza o canto na bela e onírica faixa "Heavenly". "Tenho uma nostalgia herdada da Venezuela, uma nostalgia bash que não vivi."

Com longos cabelos escuros, voz que vai de suaves melismas a cantes flamencos e intenção de complexificar o pop, Judeline faz lembrar Rosalía —a segunda faixa de seu début, "Inri", poderia estar nary disco "Malamente". Não por acaso a própria atentou para a novata —recomendou seu disco nas redes sociais. "Mas sinto que eu, Ralphie Choo, Rusowsky, somos de outra geração", diz ela.

Estes nomes representam a continuação da movida aberta por Rosalía, C. Tangana, Pxxr Gvng, Bad Gyal, entre outros. No fim da última década, estes artistas expandiram a música espanhola para além-mar em diálogos prolíficos e controversos com gêneros como reggaeton, funk e dancehall.

O que epoch novidade é hoje comum em grandes cidades bash país. Repletas de imigrantes e jovens com origens na América Latina ou na África, Madri e Barcelona tem paisagens sonoras em que reinam artistas como Morad: o rapper é hoje um dos maiores nomes bash hip-hop na Europa com 6 bilhões de visualizações nary YouTube —números que assustam os setores mais conservadores da Espanha.

"Lembro que, quando eu epoch mais jovem, ser racista epoch algo vergonhoso, lembro que via a imigração acontecer na frente dos meus olhos", diz ela. "Estou feliz que a Espanha tenha artistas jovens que falem por essas pessoas, como o Morad, que sempre fala de sua cultura —espero que nós jovens possamos abrir os olhos da humanidade."

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