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'Recebemos essa preciosidade', diz gerente de ONG gaúcha sobre doação de tênis de Djokovic

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A ONG gaúcha WimBelemDon recebeu uma doação que vale ouro. O tenista número um do mundo, o sérvio Novak Djokovicdoou um par de tênis autografado para a entidade, que irá destinar o bem para sua campanha de crowdfunding. "Recebemos essa preciosidade", define Cristiano Santarem, gerente de Comunicação da ONG.

O contato com Djoko foi feito através do comentarista e comunicador André Ghem, que é ex-tenista e tinha o desejo de contribuir com o WimBelemDon. No ATP Finals, em novembro, quando Djokovic conquistou o sétimo título e se tornou o maior vencedor do torneio, Ghem abordou Carlos Gómez-Herrera, membro da equipe técnica do sérvio, na esperança de conseguir um item do tenista.

O membro da comissão técnica de Djokovic mostrou para o tenista as redes sociais do WimBelemDon e o trabalho desenvolvido no Rio Grande do Sul. Prontamente, Djoko autografou um dos tênis que tinha na competição e cedeu para ajudar o projeto social. Assim, Ghem recebeu o item das mãos de Gómez e trouxe o presente para Porto Alegre na semana passada.

"Desde lá, ficamos pensando o que faríamos. Pensamos 'ok, temos que transformar isso aqui em grana', pesquisamos formato de leilão, entramos em contato com duas casas de leilão, uma do Brasil e uma dos Estados Unidos, para ver se era ou não o melhor caminho", explica Santarem. Por conta das burocracias envolvidas no processo de leilão, o projeto optou por oferecer os tênis como recompensa da campanha de crowdfunding que realiza.

Doare/Reprodução/JC

Página da campanha de crowdfunding do WimBelemDon em 02/01/2024. Foto: Doare/Reprodução/JC

A campanha tem a meta mínima de arrecadar R$ 100 mil para alanvacar o projeto de expansão da sede. A ideia existe desde 2019, e será feita através de containers navais adaptados, no formato de EcoSalas, o que está orçado em R$ 1,6 milhão. O objetivo é conseguir finalizar as obras até 2025, quando o WimBelemDon completa 25 anos.

Cada pé do tênis do número um do mundo será oferecido como recompensa para quem doar R$ 100 mil na campanha. "Depois de muito sondar com várias pessoas, ver outros leilões que tiveram, de coisas tenísticas de Federer, de Nadal e do próprio Djoko, chegamos a esse valor e estamos torcendo para que alguém queira", diz Marcelo Ruschel, fundador e superintendente da ONG.

A recompensa máxima por doação é o tênis de Djoko, mas cotas de menor valor também recebem brindes. Ao doar R$ 30,00, o nome da pessoa estará no mural digital da campanha; com R$ 50,00, ganhará um voucher para aula de tênis com os educandos; com R$ 2 mil, uma clínica de tênis no maior centro de treinamento na América Latina; com R$ 6 mil, uma raquete de Bruno Soares, seis vezes ganhador de Grand Slam e embaixador do WimBelemDon; entre outras recompensas. É possível doar essas cotas ou qualquer outro valor através do site da campanha.

Tênis é a porta de entrada

Santarem explica que o tênis é apenas o chamariz para que as crinças participem de todas as atividades disponibilizadas na sede. As aulas do esporte são ministradas diariamente, mas também são oferecidas oficinas de bem-estar e Yoga; psicologia; esporte; aprendizagem; culturais e arte; esportivas e recreativas; cinema; e o programa Talentos de Futuro, do Instituto Algar.

"O nosso objetivo principal não é a formação de atletas e, sim, formação de cidadãos. Temos essa gama grande de atividades que oferecemos porque a ideia é justamente que eles possam se apaixonar por aquilo que eles quiserem. Se algum dia vamos ter um Guga saindo das quadras? Pode ser que sim. Hoje, temos muito professores atuando no tênis em academias e clubes, mas não é o nosso foco", destaca o gerente de Comunicação.

Na sede, são atendidas cerca de 80 crianças e adolescentes diariamente. Além disso, o WimBelemDon tem o projeto Tattoo Tênis, que desenvolve atividades lúdicas de tênis com crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental em três escolas públicas (ESC Est Ens Fun Evarista Flores Da Cunha, ESC Est Ens Fun Nehyta Martins Ramos e ESC Est Ens Fun Pedro Américo), uma vez por semana. Em 2023, aproximadamente 270 crianças foram contempladas nesta modalidade. 

Histórico do projeto social

O WimBelemDon nasceu a partir da iniciativa do fotógrafo Marcelo Ruschel, que alugou uma quadra de tênis abandonada em Belém Novo, Zona Sul de Porto Alegre, no ano 2000. Ruschel tinha a intenção de desenvolver um projeto social com as crianças do bairro.

O projeto foi viabilizado com o auxílio de Suzana Bertoni dos Santos, amiga de infância de Ruschel, que desenvolvia um projeto similar em Los Angeles, nos Estados Unidos. A dupla forneceu o aporte financeiro para o início do projeto e, em 20 de Março de 2003, o WimBelemDon passou a atender 40 crianças de 8 a 12 anos com atividades de tênis e oficinas de leitura. Em agosto do mesmo ano, o projeto dobrou sua capacidade e 80 crianças começaram a ser atendidas.

A sede própria foi adquirida em 2015, após campanha brasileira recorde de crowdfunding para o Terceiro Setor, angariando mais de R$ 400 mil. Em uma área de 1.644 metros quadrados, o projeto conta com uma quadra de tênis de saibro, vestiários masculino e feminino, espaço multi-uso para oficinas, refeitório, salas administrativa e de reuniões, horta hidropônica suspensa, entre outros espaços.

O atendimento do projeto social é focado nos bairros do Extremo-Sul de Porto Alegre e voltado às famílias em situação de risco e/ou vulnerabilidade social. Ao longo dos quase 24 anos de história, mais de mil crianças e adolescentes passaram pelo WimBelemDon.

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