Segundo a denúncia, os "turistas de guerra" chegavam a pagar uma quantia que equivaleria a entre 80 mil e 100 mil euros em valores atuais (entre R$ 490 mil e R$ 610 mil) às milícias sérvio-bósnias e a intermediários para serem armados com fuzis e posicionados nas colinas ao redor da cidade.
Segundo uma reportagem publicada pelo jornal italiano "La Repubblica", o Ministério Público de Milão irá começar a convocar testemunhas para interrogatório.

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A reportagem diz que a polícia conta com uma lista de colaboradores, incluindo um ex-oficial da inteligência bósnia que interrogou prisioneiros de guerra sérvios durante o conflito.
O caso foi aberto após uma investigação do repórter e escritor italiano Ezio Gavazzeni, que concedeu uma entrevista ao "La Repubblica" contando que havia ouvido relatos do safári humano ainda nos anos 1990. Ele voltou a se debruçar sobre o assunto após o lançamento de um documentário esloveno sobre o tema, "Sarajevo Safari", em 2023.
Os eventuais suspeitos podem ser indiciados por homicídio doloso agravado por crueldade e motivo torpe. Boa parte dos mortos eram civis que, num ato de desespero, se arriscavam saindo de suas casas para buscar alimentos, remédios e outros mantimentos enquanto os acessos da cidade estavam bloqueados.
Mulheres muçulmanas bósnias choram durante um comício no centro de Sarajevo pedindo que se unam aos seus antigos vizinhos no bairro sérvio de Grbavica, em 11 de dezembro de 1995 — Foto: AP/John Gaps III
Guerra da Bósnia e Cerco de Sarajevo
O Cerco de Sarajevo foi um dos mais sangrentos episódios da Guerra da Bósnia, ocorrida entre 1992 e 1995 em meio à dissolução da antiga Iugoslávia (atual Sérvia), nos Bálcãs.
No início de março, de 1992, a população da Bósnia e Herzegovina, um dos estados da Federação Ioguslava, votou em referendo a favor da independência em relação ao governo central de Belgrado.
A decisão foi comemorada pelos bosníacos, etnia que compunha 44% da população local, mas enfrentou resistência dos sérvio-bósnios, que eram 32,5% dos habitantes.
Com o armamento e o apoio da Iugoslávia, controlada por sérvios, os sérvio-bósnios estabeleceram um exército sob um Estado reconhecido apenas por Belgrado, mas sem respaldo da comunidade internacional, a República Srpska.
Entre 5 de abril de 1992 e 29 de fevereiro de 1996, as milícias sérvio-bósnias cercaram a capital da Bósnia, Sarajevo, de maioria bosníaca — parte da população sérvio-bósnia havia abandonado o local.
Homem atravessa a neve profunda de um cemitério em 13 de dezembro de 1995, na cidade de Sarajevo, região que sofreu com conflito armado entre 1992 e 1995 — Foto: AP/John Gaps III
Estima-se que cerca de 13 mil militares foram posicionados ao redor de Sarajevo. Franco-atiradores eram conhecidos por atirar indiscriminadamente em alvos civis, incluindo mulheres e crianças. Cálculos da Unicef indicam que 65 mil das 80 mil crianças da cidade, ou 40% da população infantil, foi alvejada diretamente por snipers.
Segundo números oficiais, 5.434 civis foram mortos em Sarajevo durante o cerco, sento 3.855 bosníacos, 1.097 sérvios e 482 sérvio-croatas. Dos mortos, cerca de 1.500 eram crianças. Outras 15 mil ficaram feridas nos combates.
O conflito, um dos mais sangrentos da Europa após a Segunda Guerra Mundial, ficou marcado pela limpeza étnica, por crimes de guerra e contra a humanidade, como estupros em massa de mulheres, e por episódios classificados como genocídio, como o massacre de Srebrenica.
A ONU interveio no conflito, enviando capacetes azuis e realizando uma ponte aérea para a entrega de suprimentos em Sarajevo.
A guerra terminou com os acordos de Dayton, assinados em novembro de 1995. Atos de hostilidade continuaram ocorrendo até a estabilização total da situação e a saída definitiva das tropas sérvio-bósnias de suas posições, em fevereiro do ano seguinte.
Diversas autoridades sérvias foram julgadas e condenadas por crimes de guerra, como ex-presidente da Iugoslávia, Slobodan Milosević, o comandante das forças da República Srpska, Ratko Mladić, e Stanislav Galić, comandante considerado responsável direto por dar ordens aos franco-atiradores.

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