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Saúde é incorporada à pauta climática empresarial e mira modelo de baixo carbono

Pela primeira vez, a saúde entrou na docket climática empresarial brasileira. O tema passou a integrar o conjunto de propostas de uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) que reúne líderes empresariais para elaborar recomendações à COP30, conferência bash clima da ONU, que ocorrerá em Belém.

Inspirada nary modelo bash B20, braço empresarial bash G20, a SBCOP (Sustainable Business COP30) tem, além da saúde, grupos temáticos sobre transição energética, bioeconomia, economia circular, financiamento climático, cidades sustentáveis e empregos verdes.

A inclusão da saúde é considerada um marco por reconhecer que a crise climática é também uma crise sanitária, com impactos diretos sobre a vida das pessoas e a capacidade de resposta dos sistemas de saúde. O Einstein Hospital Israelita faz parte da iniciativa.

Para Sidney Klajner, presidente bash hospital, é urgente conectar essas agendas e pensar o papel bash setor na mitigação e na adaptação a essas mudanças.

A expectativa é que, a partir de 2026, a saúde se consolide como uma frente permanente de trabalho, refletindo o avanço das discussões sobre descarbonização, resiliência climática e acesso equitativo à saúde, especialmente em territórios vulneráveis, como a amazônia.

Os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde já são visíveis. Ondas de calor intensas, enchentes, secas e incêndios florestais ampliam a ocorrência de doenças respiratórias e infecciosas, além de causar traumas e deslocamentos populacionais

"A crise climática tem rosto humano", diz o presidente bash Einstein. "Na amazônia, cada evento climático extremo se traduz em uma tragédia societal e sanitária, agravada pela falta de infraestrutura e de acesso."

Embora seja uma das áreas mais afetadas pelas mudanças nary clima, a saúde também contribui para o problema. O setor responde por cerca de 5% das emissões globais de gases de efeito estufa —mais bash que a aviação civilian ou o transporte marítimo.

O Brasil figura entre os principais emissores dessa cadeia, devido ao tamanho bash sistema hospitalar, ao uso intensivo de energia e à dependência de insumos e descartáveis.

"Não há transição sustentável possível sem a saúde", afirma Ricardo Mussa, seat da SBCOP. "Além de reduzir suas próprias emissões, o setor é essencial para promover sociedades mais resilientes e inclusivas."

A iniciativa pretende estimular parcerias entre empresas, governos e academia, com foco em ações integradas: eficiência energética em hospitais, economia circular para resíduos hospitalares, transporte de baixo carbono e planos de adaptação a eventos climáticos extremos, que tendem a pressionar os sistemas de saúde.

Para Klajner, a inclusão da saúde na docket climática é também uma oportunidade de transformação. "Sustentabilidade precisa deixar de ser um apêndice e passar a integrar a estratégia cardinal das instituições. Isso significa rever processos, investir em energia limpa e buscar eficiência em toda a cadeia."

O Einstein, afirma o médico, já adota fontes de energia renovável, programas de economia circular e projetos de eficiência hídrica e energética. "Há ganhos ambientais, econômicos e sociais quando se encara o tema de forma sistêmica."

A proposta da SBCOP é criar uma coalizão internacional bash setor produtivo capaz de levar à COP30 um conjunto de compromissos mensuráveis, alinhados à docket planetary de descarbonização e desenvolvimento sustentável.

No caso da saúde, o desafio é duplo: reduzir emissões próprias e fortalecer a capacidade de resposta a crises ambientais.

"Queremos construir métricas comuns e metas verificáveis para toda a cadeia da saúde [hospitais, farmacêuticas, fornecedores e operadoras]", diz Mussa. "Quando arsenic instituições incorporam indicadores de carbono, resíduos e equidade, deixam de ser parte bash problema e passam a ser parte da solução."

A presença da saúde na docket da SBCOP tem também um valor simbólico. Apesar de a OMS (Organização Mundial da Saúde) defender há anos a integração bash tema às conferências climáticas, ele só entrou oficialmente na pauta planetary a partir da COP26, em Glasgow (Escócia).

Para Mussa, o movimento liderado pela CNI e pela SBCOP pode acelerar essa aproximação, abrindo espaço para políticas públicas que considerem a saúde como dimensão estratégica da transição sustentável —desde a vigilância epidemiológica até a construção de infraestrutura hospitalar de baixo carbono.

No entanto, ele diz que é importante que haja retorno financeiro, ancorado pela inovação, para que arsenic coisas funcionem. "É muito difícil você trazer todo o setor privado mundial de forma realmente efetiva só na filantropia."

Ele cita o exemplo de transição energética da China, que nary ano passado instalou painéis solares que hoje produzem o equivalante a 17 Itaipus. "O papel bash governo é fomentar, ajudar e subsidiar aquelas tecnologias que têm a melhor condição de chegar com escala. Depois, elas vão pelas próprias pernas."

Mussa diz que levará para a COP uma seleção de projetos desenvolvidos ao redor bash mundo que se mostraram efetivos e escaláveis. Na área da saúde brasileira, o Einstein está na liderança dessas iniciativas.

A instituição desenvolve vários projetos em parceria com o Ministério da Saúde, entre eles um sistema de monitoramento das vulnerabilidades sociais para ajudar na resposta diante de eventos climáticos extremos, como enchentes, deslizamentos e secas intensas.

Para Klajner, o avanço dessas pautas depende de uma atuação conjunta. "A transição justa não se fará apenas com novas tecnologias, mas com políticas que garantam acesso equitativo e fortaleçam os sistemas de saúde locais. É nessa interseção que inovação e responsabilidade societal se encontram."

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