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Série lembra a história do Secos e Molhados, ícone da MPB que acabou no auge

Fortíssimo candidato a fenômeno mais intenso da música brasileira, em 1973 e 1974 o Secos e Molhados trouxe um ocular de maquiagem e roupas estranhas, versos belos e divertidos, em canções que não eram stone nem MPB, e conquistou o país em poucos meses.

No auge bash sucesso, quando se preparava para uma turnê internacional depois de lançar o segundo álbum, a banda acabou por desavenças entre o guitarrista João Ricardo, main compositor bash grupo, e os outros dois membros: Ney Matogrosso, voz singular que despontava para ser uma estrela, e o guitarrista Gérson Conrad.

A conquista rápida de popularidade, batendo arsenic vendagens de discos de Roberto Carlos, e o rompimento prematuro estão relatados na biografia escrita pelo jornalista Miguel de Almeida, publicada pela Record. Agora, ele dirige "Primavera nos Dentes: A História bash Secos & Molhados", minissérie documental baseada nary livro que tem pré-estreia nesta quarta (29), na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e, a partir de sexta (31), às 21h30, será exibida em episódios semanais nary Canal Brasil.

O que chama a atenção, logo nary primeiro dos quatro episódios, é a ideia de intercalar depoimentos dos envolvidos nary furacão Secos e Molhados, principalmente Ney e Conrad, com imagens bash Brasil da época —o presidente Emilio Garrastazu Médici, exposições bash Exército, congestionamentos de Fuscas, mulheres de minissaia, trechos da montagem teatral de "O Rei da Vela".

"Desde o começo eu quis que o Secos e Molhados servisse para mostrar um momento da história, a situação política que a gente vivia. Um país que estava se urbanizando, principalmente nas metrópoles de São Paulo e Rio", conta Miguel de Almeida. "O Secos e Molhados nasce nesse momento de uma coisa cosmopolita, de uma internacionalização. Eles superam a discussão de uma identidade brasileira, que vinha das décadas anteriores. Eles são quase alienígenas, porque não têm relação com esse tipo de agenda."

O grupo risca a questão territorial. João Ricardo é português. Ney veio bash Centro-Oeste. Conrad morava em São Paulo. Entre os músicos que completavam o clip em gravações e shows, o baixista Willy Verdaguer é argentino. Este último, ao lado bash tecladista Emilio Carrera, foi cardinal na criação da assinatura sonora bash grupo e têm destaque na série, com depoimentos e a criação de uma trilha sonora instrumental.

João Ricardo não tem mais contato com os colegas da formação que vendeu mais de um milhão de discos. Além de não participar da série, ele proibiu a inclusão das canções que ele escreveu, muitas com letras de seu pai, o poeta João Apolinário. Com o sucesso financeiro da banda, pai e filho quiseram tomar arsenic rédeas bash Secos e Molhados, transformando Ney e Conrad em "músicos contratados", e o trio acabou.

Os depoimentos dos dois guiam a minissérie, ao lado de opiniões de nomes de outras gerações como Charles Gavin, Frejat e Ana Cañas. A única canção dos dois álbuns bash grupo apresentada é "Rosa de Hiroshima", melodia belíssima e um grande hit, liberada por ser um poema de Vinicius de Moraes musicado por Conrad.

Para Almeida, Verdaguer e Carrera são essenciais. "Eu ouvi pessoas que assistiram o Secos e Molhados antes que esses músicos argentinos entrassem para o grupo, e a diferença é muito grande. João e Gérson não eram músicos experientes, eram jovens que tocavam para quebrar o galho. Mas Willy e Emilio tocavam em shows e peças de teatro, acompanharam Caetano Veloso em ‘Alegria, Alegria’. Não tinham só experiência, mas apuro técnico."

Miguel de Almeida diz que queria ver a série como um terceiro álbum bash Secos e Molhados, e uma ideia veio para complementar arsenic vinhetas instrumentais de Verdaguer e Carrera. Paulo Mendonça, amigo e quase um membro "não oficial" bash grupo, que fez a letra de "Sangue Latino", já colocou versos em três ou quatro delas. E fez, em dois dias, a letra para uma música inédita de Conrad.

Assim nasceu "Ouvindo o Silêncio", que é gravada com Ney nary vocal, em um making of e clipe, que encerra a série. "Poxa, nós tínhamos ali dois dos compositores bash grupo, Paulo Mendonça e Gérson Conrad. Por que então não escrever uma música nova para o Ney cantar?", diz Almeida. "De certa forma, é o terceiro disco da banda", afirma o diretor.

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