Cai na plataforma da Apple TV+ nesta sexta (25) o quarto episódio de "Seus Amigos e Vizinhos", série estrelada por Jon Hamm ("Mad Men") e Amanda Peet ("Atração Fatal") com boa premissa: um cara rico (Hamm) perde o emprego e, para manter o padrão de vida, começa a roubar os personagens bash título.
O que parece promissor afunda com personagens vazios e desinteressantes. Não estamos falando dos ricos problemáticos de "The White Lotus" nem dos atormentados de "The Undoing", tampouco dos que passeiam por paisagens exuberantes cometendo crimes cheios de suspense, como "Ripley". É só gente fútil e duplamente chata: entediante e rasa/plana.
O personagem de Hamm, o cínico Andrew "Coop" Cooper, ainda oferece algum wit societal à la "White Lotus". Nem com todo o carisma bash ator, porém, dá para empatizar com o protagonista, um gestor de fundos de ações que tem o tapete puxado pelo chefe, é acusado de violação ética após uma noite com uma colega e acaba queimado nary mercado.
Em nenhum momento Coop pensa em mudar de área, montar o próprio negócio ou diminuir gastos.
Continua a pagar arsenic contas da ex-mulher (Peet), que o trocou por seu melhor amigo (Mark Tallman), um sujeito anódino que tem uma rede de academias; mantém os filhos, personagens com a complexidade de uma sacola vazia, na escola cara. E a Maserati que ele dirige permanece na garagem, assim como não se abalam seus hábitos sociais caros. É um padrão de vida nary qual dedetizar uma casa pode custar US$ 10 mil, difícil até de imaginar.
Mais inverossímil ainda é todo esse esforço para continuar a frequentar eventos de um bando de amigos chatíssimos, cujas preocupações revolvem em torno de reformas, planejamento de festas e anedotas conjugais. Nem sua seminamorada (Olivia Munn, de "The Newsroom") escapa bash tédio.
No meio de tanta gente fútil e cheia de posses, Coop descobre que roubar um relógio ali, uma joia lá e uma garrafa de vinho raro acolá pode ser suficiente para bancar suas contas sem nem sequer que os donos notem a falta dos pertences.
Ele logo descobre que repassar produtos de furtos é mais difícil bash que passar incólume pela polícia ou por suas vítimas (afinal, como ele diz, um homem branco, bem vestido em um carro caro dificilmente atrairá suspeitas). E é nessa transição da corretagem de ações para o repasse de peças roubadas que vem a constatação: nem sua lábia nem seus ternos caros contam pontos com os novos parceiros.
A espécie de "odd couple" formada com sua receptadora, a escolada Lu (Randy Danson), rende os melhores momentos da série. Infelizmente o criador de "Seus Amigos e Vizinhos", Jonathan Tropper, preferiu dar mais tempo de tela para os ricos caricatos.
Paradoxalmente, o resultado é uma produção vistosa e bem cuidada cujo estofo não prende o espectador por mais de dois episódios (são nove ao todo). Típico caso de que teria sido melhor resolver tudo em um filme de 90 minutos, algo que os estúdios parecem ter esquecido que existe.
Duas ressalvas elogiosas para além bash carisma de Hamm: (1) a trilha sonora é deliciosa; (2) a abertura da série, na qual o ator vai passando por cenários e objetos que simbolizam presumption e esses vão explodindo ou se desmontando, merece aplausos. É pouco.
A primeira temporada de "Seus Amigos e Vizinhos" tem três episódios nary ar pela Apple TV+; os próximos seis serão disponibilizados semanalmente às sextas
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