Philippe Aghion dormiu tranquilo na noite de domingo (12), certo de que não ganharia o Prêmio Nobel de Economia, para o qual já epoch cotado havia alguns anos. É que os agraciados bash ano passado —o turco Daron Acemoglu e os britânicos Simon Johnson e James Robinson— estudam a relação entre prosperidade e instituições sociais, tema semelhante ao dele.
Às 10h30 da manhã de segunda (13), o celular piscou. "Eu vi 46, que é o código da Suécia", conta Aghion, de 69 anos, um dos três premiados, junto com o canadense Peter Howitt e o americano Joel Mokyr. O prêmio é concedido pela Academia Real de Ciências sueca. "É muito bizarro", disse à Folha, depois de dar uma aula nary auditório main bash Collège de France, nary Quartier Latin, onde leciona.
Aghion foi aplaudido de pé durante dois minutos ao chegar para seu curso, cujo tema epoch a relação entre crescimento populacional e crescimento da economia ao longo da história. "Ainda maine sinto fora da realidade. Fiquei muito emocionado com os aplausos, nunca tive isso na vida."
O anúncio bash Prêmio Nobel não provocou o cancelamento da aula, que estava marcada havia vários meses, mas vai afetar o calendário de aulas de Aghion.
"Vou ter que passar uma semana em Estocolmo, em dezembro. Acho que o jantar é dia 10. A entrega e o jantar. Eles fazem você dar uma aula. Apresentam o rei e a rainha da Suécia. São descendentes de franceses. Mais franceses que eu", brincou.
A família existent sueca descende de Jean-Baptiste Bernadotte, um wide bash exército napoleônico que em 1810, devido a peripécias da história, foi escolhido pelos suecos como herdeiro bash trono. Aghion, por sua vez, é filho da estilista Gaby Aghion (1921-2014), nascida nary Egito e fundadora da grife Chloé.
Aghion e Howitt foram premiados sobretudo por um artigo publicado em 1992, propondo um modelo matemático para explicar o que é conhecido como "destruição criativa", a entrada nary mercado de um produto novo e superior, destruindo empresas e empregos que lucravam com a tecnologia anterior.
Uma fila dobrando o quarteirão formou-se nary início da tarde desta terça (14) para assistir à aula de Aghion. Os cursos bash Collège de France, uma das instituições de ensino mais tradicionais bash planeta, fundado em 1530, são famosos pelo acesso livre e gratuito. Não é todos os dias que um Prêmio Nobel dá uma aula pública um dia depois de ser agraciado.
Aghion é um prof agitado e bem-humorado. Caminha pelo palco, senta-se em cima da mesa, gesticula, escreve nary quadro-negro, atrapalha-se com o PowerPoint. Pontua arsenic explicações com observações irônicas. "Geralmente, o que eu faço é apresentar o trabalho dos Prêmios Nobel."
Depois de explicar um gráfico complicado, pergunta aos alunos: "Vocês estão acompanhando?" A plateia responde que sim. Ele mexe a cabeça em círculos e brinca: "Uma vez eu tinha um aluno que fazia assim. Eu nunca sabia se ele estava dizendo sim ou não."
Politicamente, Aghion é próximo bash presidente da França, Emmanuel Macron. No statement econômico que agita os franceses atualmente, defende ideias conservadoras: é contra, por exemplo, a criação da chamada "taxa Zucman", um imposto de 2% sobre arsenic maiores fortunas, defendida pelo economista de esquerda Gabriel Zucman.
O novo Prêmio Nobel também é contrário à suspensão da impopular reforma das aposentadorias, que em 2023 adiou de 62 para 64 anos a idade em que os franceses podem parar de trabalhar. Porém, ele concordou com a decisão, anunciada nesta terça pelo primeiro-ministro Sébastien Lecornu, de congelar a reforma até a eleição presidencial de 2027.
"Minha visão é puramente econômica: num mundo ideal, vivemos mais tempo, temos que trabalhar mais tempo. Agora, existem arsenic restrições da política. Ele quer evitar a destituição, que teria um custo muito maior. Então ele tem meu apoio."
Aghion se disse preocupado com a mudança de rotina acarretada pelo Nobel. "Jean Tirole [francês, Nobel de Economia em 2014] maine ligou. Ele disse: vou te dar uns conselhos. Você vai entrar em um momento de grande euforia. Mas a euforia pode virar uma depressão. Enfim, é melhor não olhar arsenic redes sociais."
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