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Starlink no celular: tudo sobre a modalidade Direct to Cell

A Starlink Direct to Cell é o serviço de rede móvel da Starlink, divisão de internet via satélite da SpaceX. Ele funciona por meio da união entre satélites de órbita baixa, modens de celular avançados e operadoras de telefonia parceiras, criando uma espécie de “torre de celular no espaço”. A modalidade promete levar Internet, voz e dados diretamente a smartphones LTE convencionais, reduzindo as chamadas “zonas mortas” da conectividade móvel. Atualmente em fase de testes nos Estados Unidos, o serviço deve ser expandido gradativamente para outros países do continente.

Nos últimos anos, a Starlink tem se consolidado como uma das empresas mais inovadoras no fornecimento de conectividade de alta velocidade a regiões remotas. Agora, a companhia mira um novo patamar de acesso móvel. Confira, nas linhas a seguir, tudo sobre o serviço Direct to Cell da Starlink: o que é, como funciona, onde já está disponível, quais celulares são compatíveis e qual a previsão de chegada ao Brasil.

 Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio) Aplicativo Starlink verificando por obstruções para selecionar local de instalação da antena — Foto: Reprodução/Starlink (Editada por Daniel Trefilio)

O que é a Starlink Direct to Cell?

Direct to Cell é a mais recente iniciativa da Starlink para permitir que usuários de smartphones acessem a Internet via satélite da empresa. A ideia é que os consumidores enviem mensagens de texto, façam chamadas de voz e utilizem dados móveis em praticamente qualquer lugar do planeta. Isso é possível por meio da constelação de satélites em órbita baixa da empresa.

A proposta parte da integração entre satélites Starlink equipados com modens celulares avançados e operadoras de telefonia móvel parceiras. Dessa forma, o satélite atua como uma “torre de celular no espaço”, emitindo sinal LTE, que os smartphones podem captar sem necessidade de equipamentos adicionais, firmware customizado ou aplicativos especiais.

 Reprodução/Starlink Celular em campo aberto recebendo sinal Starlink através da tecnologia Direct to Cell — Foto: Reprodução/Starlink

Os testes iniciais realizados nos Estados Unidos já demonstraram a viabilidade do serviço. Alguns usuários escolhidos e equipes da própria empresa vêm reportando a capacidade de enviar e receber dados a velocidades consideráveis — cerca de 17 Mbps nos primeiros testes. A viabilidade foi constatada tanto em áreas urbanas quanto rurais, incluindo ambientes internos e sob coberturas de árvores.

A expectativa da Starlink é ampliar o leque de funcionalidades do Direct to Cell. Além de mensagens de texto, voz e dados básicos, a empresa pretende oferecer conectividade completa, com navegação na Internet, chamadas de voz e, posteriormente, até mesmo videochamadas em tempo real. O objetivo é cobrir qualquer área do globo e chegar a locais remotos, como mares, regiões costeiras e países onde a infraestrutura terrestre é limitada. A expansão comercial global está planejada para começar a partir de 2025, quando mais parceiros e licenças regulatórias estiverem em vigor.

Como funciona a Starlink Direct to Cell?

A tecnologia Direct to Cell envolve o uso de satélites Starlink de última geração, equipados com um modem eNodeB integrado, o mesmo tipo de equipamento encontrado em torres de celular tradicionais. Esses satélites orbitam a Terra a baixas altitudes, formando uma constelação capaz de cobrir o planeta com sinal LTE.

Cada dispositivo móvel compatível com LTE e padrões 3GPP, versão 10 ou superior, pode se conectar ao sinal emitido pelo satélite sem a necessidade de hardware extra. Na prática, o usuário usa o satélite da Starlink como mais uma torre de celular, só que no espaço. Essa constelação é interligada por Backhaul a laser entre os próprios satélites, o que mantém a latência relativamente baixa e oferece conectividade contínua, independentemente de infraestruturas terrestres.

 Divulgação/SpaceX Imagem do satélite da SpaceX na órbita do Planeta Terra — Foto: Divulgação/SpaceX

O serviço já demonstrou capacidade de funcionar em condições adversas, como sob árvores ou dentro de ambientes fechados, ainda que o foco primário seja o uso externo, graças ao ajuste do nível de potência do sinal. A Starlink ainda busca permissões regulatórias para aumentar a potência de emissão, o que pode ampliar a qualidade do serviço, especialmente para voz e vídeo em tempo real.

Onde o Direct to Cell está disponível?

O Direct to Cell iniciou suas operações comerciais nos Estados Unidos, por meio de uma parceria com a operadora T-Mobile. A iniciativa é vista como um marco regulatório, uma vez que a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA já aprovou o uso de satélites Starlink para fornecer cobertura suplementar a redes móveis terrestres. Além dos EUA, parcerias semelhantes já foram anunciadas com diversas operadoras globais, como:

  • T-Mobile – EUA;
  • Optus – Austrália;
  • Rogers – Canadá;
  • One NZ – Nova Zelândia;
  • KDDI – Japão;
  • Salt – Suíça;
  • Entel – Chile e Peru.
 Divulgação/Starlink Satélite Direct to Cell da SpaceX que será colocada em órbita, funcionando como torres de telefonia no espaço — Foto: Divulgação/Starlink

A meta é que todos os parceiros possam oferecer o serviço de roaming via satélite. Com isso, seria possível expandir a cobertura para além das fronteiras de cada país, especialmente em áreas antes sem qualquer sinal móvel.

Um dos grandes atrativos do Direct to Cell é a compatibilidade com celulares LTE comuns, sem necessidade de modificações de hardware. Testes realizados pela SpaceX indicam que o serviço já funciona em modelos não alterados das principais marcas. Isso inclui a linha iPhone, da Apple; modelos Galaxy, da Samsung; e todos os smartphones Google Pixel.

Em resumo, se o smartphone for relativamente moderno, compatível com 3GPP versão 10 ou superior, e operável nas faixas de frequência liberadas nos países participantes, ele estará apto a se conectar ao serviço. A promessa é simplificar a conectividade ao máximo, evitando a necessidade de adquirir hardware especializado.

 Google/Divulgação Google Pixel 9 Pro Fold — Foto: Google/Divulgação

Disponibilidade no Brasil

No momento, o Direct to Cell ainda não está disponível no Brasil. A ampliação internacional do serviço está prevista para acontecer gradualmente, conforme a Starlink obtém as aprovações regulatórias necessárias e feche parcerias com operadoras locais.

 Reprodução/fauxels Starlink Direct to Cell tem previsão de chegar ao Brasil em 2025, podendo levar internet para regiões mais extremas, mar e a floresta amzônica — Foto: Reprodução/fauxels

A tendência é que a cobertura via satélite chegue a países da América Latina, inclusive o Brasil, após as implementações iniciais na América do Norte, Oceania, Europa e Ásia. A expectativa para o nosso país é que, assim que os acordos forem estabelecidos com operadoras brasileiras e a tecnologia for certificada pela Anatel, o Direct to Cell possa ser lançado.

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