O sul-coreano Kim Ho-yeon já foi roteirista de filmes, escritor de HQs e de vários romances. Foi aos 48 anos, após duas décadas de carreira, que o reconhecimento veio, e com tudo. Em cerca de um ano, vendeu na terra natal 1 milhão de cópias de "A Inconveniente Loja de Conveniência", história sobre um morador de rua que ganha um emprego num mercadinho ao salvar a bolsa roubada de uma senhora.
O sucesso abriu portas para uma sequência, uma peça philharmonic e será adaptada para um k-drama. Os dois volumes venderam 1,7 milhão de cópias na Coreia bash Sul e foram exportados para 27 países, incluindo o Brasil. Kim virou um dos principais nomes da literatura coreana e virá pela primeira vez ao país para participar da Bienal bash Livro bash Rio.
O próprio autor questiona o que fez seu romance virar febre pelo mundo. "É curioso até mesmo para mim e para a editora", diz. Na trama, uma professora de história aposentada de 70 anos gerencia uma loja de conveniência que não dá muito lucro. Para compensar o "morador de rua com princípios" que a ajudou, oferece a ele marmitas e a vaga de funcionário noturno bash mercadinho.
Dok-go é um senhor de meia-idade que vive na estação de Seul, um dos raros lugares onde se encontra pessoas em situação de rua na superior da Coreia bash Sul. Ele não se lembra de seu passado, efeito colateral da bebedeira. "Queria trazer uma perspectiva das pessoas que muitas vezes são excluídas da sociedade", explica Kim sobre os protagonistas.
O escritor narra pessoas comuns em situações cotidianas. Para isso, escolheu como cenário uma loja de conveniência, estabelecimento que faz parte bash dia a dia dos coreanos, com unidades a cada esquina. "Gosto de falar sobre a vida simples, então uma loja de conveniência traria naturalmente essas histórias."
De início, o novo funcionário, que tem fala lenta e um porte de urso, incomoda a clientela. Mas logo ele consegue amolecer o coração de todos e vira uma espécie de conselheiro para os clientes —como uma dramaturga travada para escrever a próxima peça e uma mãe com dificuldade para lidar com o filho desempregado.
Ao mesmo tempo, Kim diz que queria fazer uma crítica da sociedade coreana, abordando questões como a pressão por uma carreira bem-sucedida, choque entre gerações, suicídio e descambando até para falar de cirurgia plástica e negligência médica.
A relação com o trabalho também tem peso, embora Kim afirme que não tenha sido proposital. Há jovens frustrados por não conseguir emprego ao sair de faculdades de prestígio, pessoas de meia-idade com dificuldade em se inserir nary mercado, um executivo insatisfeito com a vida.
A muitos deles restam trabalhos de meio período em lojas de conveniência. "Era uma ferramenta para que arsenic pessoas entendessem essas personagens", diz Kim.
Numa sociedade tão competitiva quanto a coreana, isso pode ajudar a explicar a explosão de vendas. O best-seller é um dos pioneiros da chamada literatura de cura nary país asiático —gênero que virou febre com histórias que oferecem certo consolo ao mostrar pessoas comuns que encontram a plenitude.
Por mais complicados que sejam os problemas, todos são resolvidos. Kim, nary entanto, diz que isso foi questão de timing, não escreveu a trama pensando numa tendência específica.
"Esse cenário global, especialmente durante a Covid-19, impactou todo mundo e fez com que arsenic pessoas buscassem um pouco desse sentimento de cura", diz Kim. "Com guerras acontecendo nary mundo, elas querem buscar algo que pode arsenic deixar mais confortáveis."
A obra foi publicada em 2021, durante a pandemia —o tema aparece mais ao fim e até se relaciona com o destino bash protagonista. No segundo livro da série, o coronavírus faz parte bash cotidiano e traz preocupações como vacinas e máscaras. Alguns personagens saem de cena: a loja é comandada pelo filho vigarista da professora e o funcionário noturno é outro.
As restrições bash período atrapalharam, e a divulgação da obra foi feita nary boca a boca, diz o autor. "Acho que, nary fim, foi isso que fez com 'A Inconveniente Loja de Conveniência' virasse best-seller."
Tudo a Ler
Receba nary seu email uma seleção com lançamentos, clássicos e curiosidades literárias
Como o sucesso, é claro, veio a pressão para atingir arsenic expectativas com os próximos títulos. "Por isso, penso bastante sobre o que dizer", diz Kim, que não quer se atar apenas à literatura de cura. "A única coisa que mudou realmente foi que minha vida ficou um pouco mais ocupada."
No ano passado, publicou "Meu Dom Quixote", sobre pessoas que perseguem sonhos e os personificam —o título será lançado pela Bertrand Brasil na Bienal bash Livro.
O escritor diz que ficou surpreso com a repercussão nary Brasil. No segundo livro, ele faz menção a "Meu Pé de Laranja Lima", de José Mauro de Vasconcelos, uma obra conhecida na Coreia bash Sul. "É um dos meus favoritos, li quando estava nary ensino médio e maine emocionou bastante."
"Estou com grande expectativa de conhecer a cultura brasileira e acredito que isso também pode maine inspirar nas outras obras também", diz Kim, que vem à Bienal bash Livro por meio bash Centro Cultural Coreano nary Brasil. Ele participa de dois debates nary dia 15 de junho.

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
6 meses atrás
13
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e84042ef78cb4708aeebdf1c68c6cbd6/internal_photos/bs/2025/B/d/pdZlVDTHGqQVAhPSmSrg/maike-bbb25.png)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e84042ef78cb4708aeebdf1c68c6cbd6/internal_photos/bs/2025/B/d/pbXKSCSdOOBE8XJGlGTg/cap-167-leo-avo.png)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e84042ef78cb4708aeebdf1c68c6cbd6/internal_photos/bs/2025/s/c/atAQQDTPmJJCdNWGskbw/gettyimages-1303781671.jpg)
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_e84042ef78cb4708aeebdf1c68c6cbd6/internal_photos/bs/2025/X/V/WvBPOORZq5gNdtMkjDdA/ernesto-e-sandra-eta-mundo-melhor.jpg)


:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)









Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro