Taxação de offshores e fundos exclusivos pode ser votada nesta 3ª-feira, diz relator

© Reuters. Plenário da Câmara dos Deputados 01/02/2021 REUTERS/Adriano Machado

SÃO PAULO (Reuters) - O relator do projeto de lei de taxação de "offshores" e de fundos exclusivos na Câmara dos Deputados, Pedro Paulo (PSD-RJ), disse que os líderes da Casa estão conversando para "criar condições" de o texto ser votado no plenário ainda nesta terça-feira e que faltam "poucos pontos" a serem fechados.

"O texto está muito bem encaminhando, mas existem questões da política", disse o deputado em entrevista à BandNews. "O esforço que está sendo feito pelos líderes é que nós possamos criar condições para o projeto ser posto em pauta hoje."

O parlamentar afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL-PP), ainda tem um "conjunto enorme de reuniões" com as lideranças dos partidos para "sentir o clima" da possibilidade de votar o projeto mais tarde.

Pela manhã, em entrevista à GloboNews, Pedro Paulo havia dito que existia "uma construção de um acordo" para que o texto fosse votado nesta terça e afirmado que houve avanços desde que o PL foi pautado.

O deputado defendeu o projeto ao afirmar não fazer sentido que "uma minoria" seja taxada de uma forma diferente no país, e destacou que o texto da proposta leva em conta a taxa de juros "exorbitante" no Brasil e o crescimento do mercado de capitais.

"É importante ter justiça com os diferentes investidores no Brasil. Não faz sentido a grande maioria ser taxada de uma forma e uma minoria, de uma outra", disse à GloboNews.

Pedro Paulo ainda disse que a medida é fundamental para a reestruturação da base de arrecadação do governo e ajudará no cumprimento da meta déficit fiscal primário zero já no próximo ano.

Ele também ponderou que as alíquotas impostas no projeto não impossibilitam os investimentos no país. Para o deputado, elas apenas igualam o ambiente de negócios, cobrando o que já é recolhido de outros investidores.

"As alíquotas que estão sendo colocadas não são alíquotas que inviabilizam negócios", disse.

(Por Fernando Cardoso)