Thiago Müller com Folhapress
Treinador histórico no futebol brasileiro, Rubens Minelli morreu nesta quinta-feira (23), em São Paulo, aos 94 anos. A causa não foi divulgada. A informação foi confirmada por um funcionário que trabalhava na casa dele.
Nascido em São Paulo, o tetracampeão brasileiro iniciou sua carreira no campo, como ponta-esquerda, passando por clubes como Ypiranga-SP, Nacional-SP e São Paulo, até fraturar a perna esquerda aos 27 anos.
Mas foi à beira do gramado que gravou o nome na história do futebol brasileiro. Como técnico, iniciou a carreira de treinador em 1963, pelo América-SP. Ainda em 1969, foi campeão do Brasileiro pelo Palmeiras.
No Rio Grande do Sul, Minelli marcou a história do Inter, clube no qual chegou em 1974. No Colorado, o profissional foi tricampeão gaúcho e bicampeão nacional, até sua saída, ao fim da temporada de 1976. O clube manifestou o pesar em suas redes sociais: “O mundo do futebol perdeu o ex-técnico Rubens Minelli. Comandante do inesquecível time bicampeão Brasileiro (1975 e 1976), Minelli será sempre exaltado com carinho por todos os colorados”, disse o Inter.
Técnico fez história na casamata colorada na década de 1970. (Foto:Acervo Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco/Instagram/JC)
O presidente do clube, Alessandro Barcellos, também se manifestou. Segundo ele, é “um dia triste para todos os colorados”. Barcellos descreveu Rubens como o “técnico que reinventou o futebol brasileiro e foi um dos maiores.”
Pelo Grêmio, trabalhou em 1985 e entre os anos de 1988 e 1989. No Tricolor, faturou o Torneio de Rotterdam, o Troféu Palma de Mallorca e três Campeonatos Gaúchos. O clube também publicou, em nota, que lamenta o falecimento do técnico.
"Lamentamos o falecimento do ex-técnico Rubens Minelli, que comandou o Tricolor nos anos de 1985 e 1989. Aqui, conquistou o Torneio de Rotterdam, o Troféu Palma de Mallorca e também o Gauchão. Nossos sentimentos aos familiares e amigos de um dos maiores treinadores brasileiros", diz a manifestação gremista.
Minelli conquistou três títulos do Brasileiro de forma consecutiva, em seu auge: em 1975 e 1976 pelo Inter, e em 1977 pelo São Paulo. Além disso, foi o primeiro a ser tri antes da unificação das competições.
Conquistou títulos ainda por Portuguesa, Atlético Mineiro, Grêmio e Paraná, além do Al-Hilal. Teve ainda no currículo como técnico clubes como Guarani, Corinthians, Santos, Coritiba e Ponte Preta.
O último trabalho no futebol foi em 2003, quando foi superintendente de futebol do Avaí. Após a aposentadoria, participou de diversos debates em programas esportivos de rádio e TV.
"Eu aprendi muito com o Minelli. Ele era um técnico inteligente. Não concordava muito com ele, na época, porque ele me tirou do time para colocar o Neca. Mas entendo que ele era um excelente técnico. Procuro tirar ele e o Poy como grandes exemplos de treinadores", disse Muricy, em entrevista à Rádio Bandeirantes, em 2006. Ele foi comandado por Minelli no São Paulo e, posteriormente, pelo Tricolor paulista, também se tornou tri do Brasileiro, em 2006, 2007 e 2008.
A trajetória do treinador foi colocada há pouco, 27 de outubro desse ano, no papel, com a biografia “Professor Rubens Minelli: A saga do técnico tetracampeão Brasileiro”, que conta a vida e carreira do técnico, explicando, durante sua trajetória, o motivo dele ter marcado época, mostrando suas facetas dentro e fora das quatro linhas, como treinador e jogador. A obra foi escrita pelo jornalista Brunno Minelli de Moraes, que era neto do treinador
Outros clubes também se manifestaram a respeito do falecimento da lenda do futebol brasileiro. O Palmeiras lamentou profundamente o falecimento do comandante, com qual o clube conquistou Brasileiro em 69. Segundo o time, Minelli “iniciou a carreira de técnico em nossas categorias de base, e deixa um legado de amor ao futebol que se perpetuará pela eternidade”. Já o Flamengo o descreveu como “um dos mais vitoriosos da história do futebol brasileiro”. Ainda, o São Paulo escreveu que ele era o comandante responsável pelo seu primeiro título brasileiro, em 1977, e, segundo o clube, foi “um dos maiores comandantes da história do futebol brasileiro”.
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