O mais recente projeto de parque eólico a ser construído no mar (offshore) da costa gaúcha a ingressar no Ibama para obter licenciamento ambiental pertence à TotalEnergies. Essa é a segunda iniciativa dessa natureza que a empresa pretende desenvolver no Estado, batizada justamente de Sopros do Rio Grande do Sul 2.
Tanto a primeira usina como essa última são dimensionadas para uma capacidade instalada de 3 mil MW, cada uma. Para se ter uma ideia do tamanho desses complexos, toda a potência eólica onshore (em terra) no Estado hoje soma em torno de 1,8 mil MW. Enquanto um dos parques ficará localizado no Litoral Sul gaúcho, nas proximidades de Rio Grande, o outro estará no Litoral Norte, perto de Cidreira e Tramandaí.
Com sede na França, a TotalEnergies atua no Brasil há quase 50 anos, atualmente nos segmentos de exploração e produção de petróleo, gás, lubrificantes, produtos químicos e energias renováveis. A companhia possui a ambição global de chegar a 2030 com 100 mil MW de capacidade em energia renovável, o que posicionaria a empresa como uma das cinco maiores do mundo na produção de eletricidade a partir de fontes como a solar e a eólica. O Brasil é considerado pela empresa como parte essencial desta estratégia. A TotalEnergies já possui no País uma capacidade instalada de 300 MW em energias solar e eólica, através da sua subsidiária Total Eren.
Com o novo projeto eólico offshore anunciado para o Rio Grande do Sul, são 27 iniciativas desse tipo a serem implementadas no Estado e que no momento tramitam no Ibama. O número é o maior dos estados brasileiros. Em potência os gaúchos também lideram o ranking nacional, com os empreendimentos somando uma capacidade instalada de 69.629 MW. O complexo com mais capacidade é o Ventos do Sul, da Ventos do Atlântico, com 6.507 MW. As distâncias estimadas dos parques eólicos no Rio Grande do Sul até a costa variam de 1 quilômetro a 50 quilômetros.
As iniciativas ocuparão, se todas saírem do papel, uma área no mar gaúcho de 18.858 quilômetros quadrados. Desse espaço, 2.468 quilômetros quadrados, ou 13,1% do total, são compostos por áreas sobrepostas (ou seja, com mais de um interessado em colocar um parque eólico ali). Já a quantidade de aerogeradores a serem instalados é de 4.533 unidades.
No total do Brasil, são 96 complexos de geração eólica offshore sendo analisados pelo Ibama, que representam uma potência de 234.220 MW. Essas usinas estão previstas para serem construídas, assim como na costa gaúcha, nos estados do Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Espírito Santo, Maranhão e Piauí.
Os projetos ocupam uma área de 62.490 quilômetros quadrados no mar brasileiro, sendo 20,16% deles sobrepostos. Se todos os empreendimentos esboçados no País forem concretizados (o que dificilmente acontecerá, porque não há demanda agora que exija todo esse volume de oferta de energia), os aportes seriam estratosféricos. A cada MW instalado em usinas eólicas offshore é calculado, em bases atuais, um investimento de cerca de R$ 15 milhões.
A presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Daniela Cardeal, comemora o fato que empresas robustas, como a TotalEnergies, demonstrem interesse em investir no Estado em ações offshore. “Essas grandes companhias estão trabalhando muito com pesquisa e desenvolvimento, antes mesmo de terem os parques sendo licenciados”, argumenta a dirigente. Entre outras empresas que estão adotando essa prática, a representante do Sindienergia-RS cita a Petrobras e a Equinor.
Daniela enfatiza que grupos como esses têm um conhecimento aprofundado sobre operações no oceano, inclusive no campo de óleo e gás. Essa experiência, conforme a dirigente, permitirá a condução de ações mais assertivas. De acordo com a presidente do Sindienergia-RS, outra vantagem do Rio Grande do Sul quanto ao setor offshore é que há projetos que abrangem praticamente toda a costa estadual. Esse cenário, comenta ela, permite que, se um local não for propício para a produção eólica por motivos como, por exemplo, ambientais, seja possível que essa geração ocorra em outra parte.
No entanto, Daniela adverte que uma causa de preocupação é quanto a uma eventual demora no estabelecimento de um marco legal nacional para a geração eólica offshore. Ela enfatiza que, com a consolidação da regulação do setor, será possível ter mais clareza quanto a investimentos e possibilidades de empreendimentos. “As empresas estão olhando aqui, mas também estão mirando outros locais. Daqui a pouco a gente perde competitividade (se atrasar a formatação de uma legislação nesse segmento)”, conclui.

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