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Após meses de avanço relativo da Rússia seguido de um novo período de estagnação, a guerra da Ucrânia entrou em uma nova fase, com contornos internacionais.
O novo momento ocorre também quando o conflito, iniciado em fevereiro de 2024, completou 1.000 dias, sem qualquer perspectiva de conclusão ou mesmo negociações de paz.
Relembre, abaixo, os últimos capítulos do conflito e entenda porque atores internacionais passaram a participar de forma direta na guerra:
Tropas da Coreia do Norte
A Coreia do Norte está no centro deste novo momento da guerra. Em outubro, relatórios de inteligência da Ucrânia, da Coreia do Sul e dos Estados Unidos revelaram um suposto "empréstimo" por parte de Pyongyang, de soldados para lutar na guerra da Ucrânia.
A Rússia e a Coreia do Norte nunca se pronunciaram oficialmente sobre o caso, mas, neste ano, firmaram um acordo de cooperação militar.
ATACMS: os mísseis americanos que a Ucrânia poderá usar contra a Rússia
Desde o início da guerra, os Estados Unidos vinham resistindo ao pedido da Ucrânia de que pudesse utilizar mísseis norte-americanos para atacar a Rússia.
Logo após o conflito começar, os EUA forneceram os chamados ATACMS, mísseis de longo alcance norte-americanos, para o governo de Volodymyr Zelensky com a condição de que só fossem usados para defesa própria dentro do território ucraniano — no caso de ataques aéreos russos.
Mas foi justamente a entrada da Coreia do Norte no conflito que fez o presidente dos EUA, Joe Biden, mudar de ideia, segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pela imprensa local.
Com o aval de Washington, a Ucrânia fez nesta semana o primeiro ataque ao território russo utilizando os mísseis ATACMS, e há relatos de que tropas norte-coreanas foram atingidas.
No dia seguinte, forças ucranianas fizeram um novo ataque, desta vez usando mísseis do Reino Unido, que também autorizou o uso dos artefatos para ofensiva.
Flexibilidade para ataques nucleares
As autorizações do uso de mísseis irritaram o Kremlin, e o presidente russo, Vladimir Putin, respondeu rápido.
Também nesta semana, Putin assinou um decreto flexibilizando os parâmetros para o uso do arsenal nuclear da Rússia, a maior potência nuclear do mundo.
Líderes do Ocidente criticaram a reforma e disseram que a mudança cria uma escalada desnecessária de tensões.
Míssil balístico intercontinental
Nesta quinta, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia, segundo da Força Aérea ucraniana.
Esta foi a primeira vez que a Rússia utilizou um míssil tão poderoso, de capacidade nuclear e de longo alcance na guerra, iniciada em 2022.
O ataque russo teve como alvo empresas e infraestrutura crítica na cidade, segundo a Força Aérea ucraniana. O governador regional, Serhiy Lysak, afirmou que o ataque de mísseis russo danificou uma instalação industrial e provocou incêndios em Dnipro. Duas pessoas ficaram feridas.
Uma fonte da Força Aérea ucraniana afirmou à agência de notícias AFP que o míssil lançado pela Rússia não transportava uma ogiva nuclear.
O presidente Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou Vladimir Putin de "maluco" e afirmou que o presidente russo desdenha da vida humana.
Andrey Baklitskiy, um pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, demonstrou surpresa com o lançamento do míssil intercontinental pelos russos.
'Totalmente sem precedentes'
Bombeiros apagam incêndio após ataque da Rússia contra a cidade de Dnipro, na Ucrânia — Foto: Serviço de Emergência de Dnipro/Reuters
A Defense Express, uma consultoria de defesa ucraniana, questionou se os Estados Unidos, principal aliado internacional da Ucrânia, haviam sido informados sobre o lançamento do míssil com antecedência.
O especialista em segurança alemão Ulrich Kuehn postou: "Parece que a Rússia usou hoje pela primeira vez na história um míssil balístico intercontinental em uma guerra, contra o alvo civil Dnipro"
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