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Trump estremece relação com coanfitriões da Copa do Mundo de 2026

Imagens recorrentes de Donald Trump assinando decretos em seu gabinete no Salão Oval da Casa Branca estampam jornais e sites de notícias no mundo todo desde seu retorno à presidência dos Estados Unidos, no mês passado. Além dos efeitos na política e na economia externa causados pelas decisões do político, um detalhe em uma mesa que fica atrás da cadeira presidencial chama a atenção: uma réplica da taça da Copa do Mundo.

Trump é conhecido por ser um fã de golfe -além de se orgulhar de sua técnica-, gosta de lutas e também é frequentemente visto em partidas da NFL, a liga nacional de futebol americano. O "soccer", como o futebol é chamado no país, nunca esteve no topo da lista de preferências do político, que, no entanto, terá um papel central no Mundial de 2026.

Espera-se que seja ele a entregar o troféu para a seleção campeã da próxima edição do torneio, que terá Estados Unidos, México e Canadá como coanftriões. Onze das 16 cidades-sedes são nos Estados Unidos, que receberão a maioria dos 104 jogos da competição. Outras três sedes serão em solo mexicano, e duas, no território do Canadá. O jogo de abertura, que historicamente atrai o maior número de chefes de Estado, será no estádio Azteca, na Cidade do México, em 11 de junho. A decisão será em Nova York, no dia 28 de julho.

Trump gosta de jogar com símbolos, e a presença da taça não foi interpretada como um mero adorno. Tampouco como uma demonstração de confiança na seleção dos Estados Unidos — seu melhor resultado foi o terceiro lugar na distante Copa de 1930; na última edição, em 2022, caiu nas oitavas. De uma maneira ou de outra, não foi por acaso que objeto foi posicionado em um momento de batalha comercial com os demais anfitriões do Mundial, que ocorrerá daqui a pouco mais de um ano.

Nesta terça-feira (4), o republicano anunciou o início da cobrança de tarifas de 25% sobre importações de México e Canadá e uma tarifa de 10% sobre o petróleo, o gás natural e a eletricidade canadenses. Trump também assinou um decreto para rebatizar o Golfo do México como "Golfo da América", ação minimizada pela presidente do México, Claudia Scheinbaum. "Para nós e para o resto do mundo inteiro, continua sendo o Golfo do México", disse ela.

O Golfo do México é o maior golfo do mundo, cercado por terras da América do Norte e da América Central. Banha Estados Unidos, México e Cuba. Ainda não se sabe precisamente como a crise comercial poderá afetar a Copa do Mundo de 2026. Também há temores em relação à presença dos torcedores no megaevento, sobretudo nos jogos marcados para os Estados Unidos, diante das restritivas políticas de imigração da gestão de Trump.

Além de ter anunciado deportações em massa e enviado milhares de migrantes para a prisão de Guantánamo, a Casa Branca vai reforçar sua proteção na fronteira com o México, com o envio de 1.500 soldados. Ao longo dos próximos meses, 10 mil militares devem atuar na área. A ação tem como objetivo impedir que estrangeiros sem visto entrem no país.

Procurada pela Folha, a Fifa não se pronunciou sobre os temas. Pessoas que trabalham na organização do Mundial afirmam que tudo continua como planejado e adotam uma linha pragmática sobre as falas de Trump. A entidade só tomará alguma medida se, de fato, houver algum tipo de interferência do político que possa comprometer o megaevento.

Será apenas a segunda vez na história que o Mundial terá mais de um país-sede. A única vez que isso ocorreu até hoje foi em 2002, quando Japão e Coreia do Sul dividiram a edição vencida pela seleção brasileira. A Copa de 2030 será realizada em seis países, de três continentes.

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