O primeiro semestre de 2025 foi movimentado no Grêmio. Além de um calendário desgastante por conta da quantidade de jogos disputados, os resultados negativos dentro de campo, somados à troca do comando técnico, decorreram em questionamentos no que diz respeito ao potencial competitivo do Tricolor. Projetando a segunda metade da temporada, o vice-presidente de futebol do clube Alexandre Rossato falou com exclusividade ao Jornal do Comércio sobre as expectativas que carrega em cima do retorno da equipe no Campeonato Brasileiro e na Sul-Americana.
Rossato assumiu o futebol do Grêmio no final de 2024 após a saída de António Brum do cargo. A gerência do dirigente no primeiro momento foi marcada pelo rompimento do trabalho de mais de dois anos do técnico Renato Portaluppi. Para o lugar do ídolo gremista, a direção apostou em Gustavo Quinteros - que com a perda do Campeonato Gaúcho, somado às más atuações e o ingresso no Z-4 do Campeonato Brasileiro, foi demitido no dia 16 de abril após a derrota de 4 a 1 sofrida para o Mirassol.
“A gente via no Gustavo Quinteros um futebol mais ofensivo. Entendia que o elenco podia entregar na forma que ele jogava. Chegou com 94% de aprovação. Um belo currículo, mas infelizmente não deu certo”, lamenta.
O dirigente explica que o motivo que ocasionou o fracasso do ex-comandante em Porto Alegre, foi a metodologia de trabalho que, por vezes, não era assimilada pelos jogadores. Além disso, o pouco tempo permitido para treinamentos foi um dos culpabilizadores. “O calendário brasileiro não permite que se tenha um tempo de implementação de um novo método de forma rápida. O Grêmio não tinha esse tempo”.
Procurando estancar os problemas da equipe com urgência e sair da zona de rebaixamento do Brasileirão, Mano Menezes foi a aposta da direção. Rossato compartilha que a desorganização dos jogadores durante os jogos preocupava, e a busca por um nome que pudesse organizar a casa e diminuir os gols sofridos, era tido como ideal.
“O Grêmio vinha sofrendo muitos gols. Então queríamos um técnico que pudesse organizar o time partindo de baixo para cima. Esse foi o perfil que a gente buscou e estamos bem satisfeitos com o trabalho do Mano - que está em uma evolução”, clarifica.
E a resposta foi imediata, segundo o vice de futebol. Ele elucida que os ajustes defensivos foram realizados e estes foram fundamentais para o “trabalho ganhar corpo”. Entre outros fatores, as questões anímicas e de aumento da confiança por parte dos jogadores, apresentaram significativas melhoras. Com Mano, o Grêmio saltou da 19ª para a 11ª colocação no Brasileirão - na qual se estabeleceu antes da paralisação do torneio para a disputa do Super Mundial. Durante quase um mês sem jogos, o Tricolor concedeu dez dias de folga aos atletas e, após o recesso, os trabalhos foram iniciados. O treinador garantiu, antes da paralisação, que o time voltaria melhor e mais lúcido em relação às situações de jogo.
Baseado nas observações diárias no CT Luiz Carvalho, Rossato também compartilha da mesma crença do comandante. "É notória a evolução do time. O que se busca agora são entrosamentos, porque sem jogar, acaba-se perdendo um pouco de ritmo. E isso vai se adquirindo nos jogos. Houve uma melhora, uma evolução do grupo enquanto elenco e de crescimento natural de trabalho”, enfatiza.
O retorno ao Brasileiro acontece contra o Cruzeiro, neste domingo (13), às 20h30min, no Mineirão, pela 13ª rodada. Esta partida marca a primeira dentre sete possíveis que podem acontecer em um espaço de 16 dias.
“Teremos uma disputa complicada contra o Cruzeiro. Com o resultado do trabalho realizado pelo Mano durante o período de treinamentos, espero que tenhamos um futebol muito melhor e mais forte para esse segundo semestre. Acontecendo um bom resultado com o Cruzeiro, é a concretização de um trabalho que precisava ser feito em um nível de trabalho que precisávamos ter”, afirma Rossato.
Atualmente no Campeonato Brasileiro, o Grêmio está na zona de classificação para a Sul-Americana e a cinco pontos do primeiro time do G-6. Questionado sobre as pretensões da equipe dentro da competição, o dirigente reforça: “ O Grêmio tem que estar entre os oito primeiros. Disputando uma vaga de Libertadores. A gente teve a decepção de não ganhar o Gaúcho. E tivemos a eliminação da Copa do Brasil, que foi frustrante. Mas a gente está na Sul-Americana e também no Brasileiro. A nossa expectativa em relação a isso é que o Grêmio possa disputar o Brasileiro na parte de cima e na Sul-Americana buscar o título”.
Após o enfrentamento com a Raposa, o Tricolor viaja a Lima, no Peru, para enfrentar o Alianza Lima pelos playoffs da Sul-Americana. Em relação ao embate com os peruanos, o dirigente prevê dificuldades. “É um time que estava na Libertadores. Então, naturalmente, será um jogo difícil lá no Peru por se tratar de uma viagem mais longa. Mas temos que baixar a cabeça, trabalhar e fazer um jogo forte para buscar a classificação”, conclui.
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