Essa estratégia é chamada “flood the zone” (“inundar a área”, em tradução para o português), também conhecido no Brasil como “cortina de fumaça”. A ideia é inundar a imprensa e o debate público com polêmicas, numa tentativa de desorientar adversários e desviar a atenção.
No segundo mandato, Trump amplificou a estratégia com uma enxurrada de decretos, variedade de tópicos, desde direitos transgêneros a tarifas sobre países vizinhos, e muitos outros. Nos primeiros 100 dias do Trump 2.0, os esforços de “inundação” dificultam que os tribunais, a oposição e até mesmo seus apoiadores acompanhem o governo.
O roteiro dessa estratégia foi traçado por Steve Bannon, conselheiro do primeiro mandato de Donald Trump, para gerar uma quantidade tão grande de notícias que a mídia não conseguia acompanhar.
Liminares foram capazes de suspender algumas das ações do republicano, mas muitas medidas pegaram a todos de surpresa e podem ser difíceis – ou até impossíveis – de desfazer. Exemplo disso é o fim da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que reduziu a ajuda externa dos americanos e demitiu milhares de funcionários federais.
Os 100 dias do segundo governo Trump — Foto: Ian Caldas/GloboNews
Desde que voltou à Casa Branca, Trump ataca sistematicamente os imigrantes ilegais no país – e assinou uma série de decretos que incluem a deportação em massa de imigrantes ilegais. O republicano:
- evocou da Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1796, que permite deportação de qualquer estrangeiro considerado perigoso;
- enviou imigrantes de outras nacionalidades para El Salvador, mesmo sem o devido processo legal, e ignorou decisões judiciais que contestaram a deportação;
- realizou uma caçada aos imigrantes sem documentos, mobilizando as agências federais.
Na política externa, a lista é longa. Mesmo antes de tomar posse em janeiro, Trump já dava pistas de como mudaria a política externa dos EUA. O presidente gerou muitas críticas ao defender anexar a Groenlândia, retomar o canal do Panamá e transformar o Canadá num novo estado americano.
O republicano também causou desconforto internacional ao divulgar um vídeo feito por inteligência artificial que transforma a Faixa de Gaza num complexo de resorts.
Trump reverteu ainda a política americana de apoio à Kiev em relação à guerra na contra a Rússia. Ele gerou temores ao se aproximar de Moscou e se afastar do presidente ucraniano, com o qual chegou a discutir no Salão Oval.
Na área cultural, o presidente americano também cortou verbas para museus e bibliotecas, extinguiu programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) na administração federal e incentivou empresas privadas, como Disney, McDonald's e Google a também encerraram esses programas.
Nesse mês, Trump mexeu com a economia inteira do planeta: lançou um tarifaço para produtos importados e entrou numa guerra tarifária com o principal parceiro comercial, a China. Com a queda simultânea das ações e dos títulos do Tesouro americano, o presidente suspendeu por 90 dias as chamadas tarifas "recíprocas" sobre países.
Internamente, a educação também teve destaque. As universidades e estudantes se tornaram alvo da Casa Branca. O presidente americano bloqueou verbas bilionárias de pesquisas para grandes universidades do país, como a Columbia, que tenta recuperar US$ 400 milhões em fundos, e Harvard, que teve um corte de US$ 2,2 bilhões.
O governo federal pressiona as instituições a adotar uma série de medidas após críticas relacionadas programas de diversidade e combate ao antissemitismo.
Trump também critica a participação de atletas trans em competições e manifestações contrárias às ofensivas de Israel na Faixa de Gaza. Além disso, o republicano iniciou uma caçada a estudantes que participaram das manifestações pró-Palestina.
O presidente Donald Trump durante discurso de 100 dias de governo — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

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6 meses atrás
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