As câmeras de celular mudaram a forma como registramos o mundo — e viraram um dos principais "chamarizes" dos smartphones modernos. A cada lançamento, as fabricantes prometem fotos mais nítidas, retratos com “efeito profissional” e resultados impressionantes mesmo à noite. São números cada vez maiores: centenas de megapixels, múltiplas lentes e inteligência artificial (IA) de última geração. Mas, por trás do marketing brilhante, há detalhes técnicos que quase nunca aparecem nas propagandas, e que explicam por que nem todo celular “poderoso” faz fotos tão boas assim.
Um mito comum é o de que 'mais câmeras" significam mais possibilidades. Muitos celulares intermediários, por exemplo, trazem sensores de 2 MP que servem apenas para compor o visual da traseira, mas pouco ajudam no dia a dia. O mesmo acontece com recursos como o modo retrato e o modo noturno: a mágica não vem da lente, e sim do software, que usa IA para tentar simular profundidade, recortes e iluminação. Pensando nisso, o TechTudo reuniu cinco verdades pouco faladas sobre câmeras de smartphones. São pontos que as fabricantes raramente comentam, mas que todo comprador deveria conhecer antes de escolher seu próximo celular. Confira.
Veja 5 fatos sobre câmeras que você deveria saber antes de comprar um celular — Foto: Guilherme Baptista/TechTudo 5 fatos sobre câmeras que você deveria saber antes de comprar um celular
O TechTudo reuniu, em tópicos, verdades pouco faladas sobre as câmeras de smartphones. No índice a seguir, confira os assuntos abordados neste guia.
- Megapixel não é sinônimo de qualidade
- Três câmeras não garantem versatilidade
- O modo retrato depende mais de software do que de lente
- O modo noturno não faz milagre
- O pós-processamento é quem manda na sua foto (e às vezes estraga)
1. Megapixel não é sinônimo de qualidade
Durante anos, o número de megapixels (MP) foi o principal argumento de marketing das fabricantes para vender celulares, e até hoje muita gente associa isso diretamente à qualidade da câmera. Mas o megapixel indica apenas quantos pontos (pixels) formam a imagem, e não o quanto ela é boa. Um sensor de 200 MP, por exemplo, pode capturar fotos em alta resolução e cheias de detalhes, mas isso não significa que elas terão cores fiéis, bom alcance dinâmico ou boa performance em baixa luz.
O tamanho do sensor e a forma como ele capta a luz são muito mais determinantes para a qualidade da foto. Sensores maiores absorvem mais luz, o que resulta em imagens mais nítidas, com menos ruído e melhor contraste, especialmente à noite. Já a abertura da lente, indicada pelo número f/ (como f/1.6 ou f/2.2), define quanta luz entra na câmera e influencia o desfoque do fundo. Outro fator decisivo é o pós-processamento: depois do clique, o software do celular interpreta os dados do sensor, ajusta cores, nitidez e brilho, aplicando filtros que mudam totalmente o resultado final.
Galaxy S25 Ultra conta com sensor de 200 MP — Foto: Rubens Achilles/TechTudo Um exemplo claro está nos celulares lançados em 2025. O Galaxy S25 Ultra, da Samsung, tem um sensor de 200 MP que realmente impressiona, mas o segredo das boas fotos está no tamanho físico desse sensor (1/1,3”) e no processamento avançado feito pelo chip Snapdragon 8 Elite. Já o Redmi Note 14 Pro+, também com 200 MP, usa um sensor menor (1/1,4”) e uma lente menos luminosa, o que limita o desempenho em baixa luz. Por outro lado, o iPhone 17 Pro, com “apenas” 48 MP, entrega resultados superiores em nitidez, balanço de cores e alcance dinâmico graças ao sensor grande, à estabilização óptica e ao processamento do chip A19 Pro.
2. Três câmeras não garantem versatilidade
A multiplicação de câmeras virou tendência nos últimos anos, e hoje é comum ver celulares com três, quatro ou até cinco lentes na traseira. Mas quantidade nem sempre é sinônimo de versatilidade. Em boa parte dos smartphones intermediários, as câmeras extras servem mais para dar aparência de “celular premium” do que para ampliar de fato as possibilidades de uso.
Galaxy A56 tem três câmeras, mas uma delas é uma macro de apenas 5 MP — Foto: Katarina Bandeira/TechTudo Modelos como o Redmi Note 14 Pro 5G e o Galaxy A56, por exemplo, trazem conjuntos com três câmeras, mas apenas duas delas realmente têm utilidade prática: a principal e a ultrawide. A terceira costuma ser uma lente macro ou de profundidade com sensor de 2 MP e 5 MP — resolução muito baixa e que resulta em imagens escuras e pouco detalhadas.
Nos aparelhos topo de linha, por outro lado, as câmeras múltiplas têm funções reais. O Galaxy S25 Ultra, o iPhone 17 Pro e o Xiaomi 15 Ultra, por exemplo, usam sensores dedicados com diferentes distâncias focais, o que permite trocar entre grande-angular, teleobjetiva e ultrawide sem perda significativa de qualidade.
3. O modo retrato depende mais de software do que de lente
O famoso modo retrato, que desfoca o fundo e destaca o rosto da pessoa na foto, não é um milagre da lente, e sim do software. Embora o efeito tenha origem em câmeras profissionais com lentes de grande abertura (como f/1.4 ou f/1.8), nos celulares ele é quase sempre resultado de processamento computacional. O aparelho usa algoritmos de inteligência artificial para reconhecer o contorno do rosto e simular o desfoque, calculando a profundidade e aplicando o “bokeh” de forma digital.
É por isso que, em muitos casos, fios de cabelo, óculos ou objetos pequenos acabam com recortes imperfeitos. O celular simplesmente “erra” o que deve estar em foco. Em aparelhos intermediários, essa limitação é ainda mais evidente, porque o poder de processamento e o aprendizado de máquina são mais simples.
Retrato tirado com modo retrato do JOVI V50; 50 mm — Foto: Ana Letícia Loubak/TechTudo Modelos como iPhone 17 Pro, Xiaomi 15T e Galaxy S25 Ultra usam sensores maiores e chipsets mais potentes, o que permite detectar profundidade de forma mais precisa e aplicar o desfoque com transições mais naturais. Além disso, algumas fabricantes têm investido em parcerias com empresas de óptica renomadas para entregar resultados mais profissionais. É o caso da JOVI, que se aliou à ZEISS para criar o sistema do JOVI V50, cujo modo retrato impressiona pela precisão e qualidade do bokeh.
Em contrapartida, celulares intermediários, como o Redmi Note 14 ou o Moto G85, dependem fortemente de uma segunda câmera de "profundidade” de 2 MP. O sensor até ajuda o cálculo, mas não faz milagres.
4. O modo noturno não faz milagre
O modo noturno virou um dos recursos mais divulgados pelas fabricantes, mas ele tem limites físicos que o software não consegue superar. A função usa fotografia computacional — como é o caso do modo Nightography, da Samsung — para combinar várias imagens com exposições diferentes e criar uma foto final mais iluminada, com menos ruído e mais detalhes, mas isso não significa que o celular “enxerga no escuro”.
Painéis luminosos da Times Square; câmera principal do Galaxy Z Flip 7 — Foto: Ana Letícia Loubak/TechTudo Mesmo nos modelos mais avançados, como o iPhone 17 ou o Galaxy S25, o modo noturno depende de um mínimo de luz ambiente para funcionar bem. Em locais realmente escuros, o sensor, que é muito menor do que o de uma câmera profissional, não consegue capturar luz suficiente, e o resultado tende a ser uma imagem granulada, com cores artificiais e pouca nitidez. Em resumo, o modo noturno até ajuda bastante em situações de pouca luz, mas não faz milagre.
5. O pós-processamento é quem manda na sua foto (e às vezes estraga)
Depois que você aperta o botão de disparo, o trabalho da câmera está só começando. É o pós-processamento, ou seja, o software que interpreta os dados captados pelo sensor, que realmente define como a sua foto vai sair. Cada marca tem um estilo próprio: enquanto a Samsung costuma realçar brilho e saturação para deixar as cores mais vivas, a Apple aposta em tons neutros e contraste equilibrado, e a Xiaomi tende a suavizar detalhes e clarear rostos para um visual mais “limpo”.
O ato de tirar a foto é apenas o começo; após, a imagem recebe um tratamento chamado de "pós-processamento" — Foto: Burak The Weekender/Pexels O problema é que esses ajustes automáticos nem sempre agradam. Em alguns, o chamado efeito embelezamento é ativado mesmo quando o usuário não percebe. Tudo isso é feito por algoritmos de inteligência artificial que tentam prever o que o usuário quer ver, mas que, na prática, muitas vezes alteram demais a realidade. É por isso que dois aparelhos com o mesmo sensor e número de megapixels podem produzir resultados completamente diferentes.
O segredo está na forma como o software “lê” a luz, as cores e o contraste. Celulares com chips mais potentes e ISPs (processadores de imagem) avançados conseguem equilibrar esses elementos de maneira mais natural. Já em modelos intermediários, o pós-processamento tende a ser mais agressivo.

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