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A guerra acabou? Por que o acordo entre Hamas e Israel só saiu agora? Entenda a situação em Gaza

Mas o anúncio significa que a guerra acabou? Ainda não é possível saber. A questão é se o cessar-fogo sobreviverá além dessa primeira fase.

Isso dependerá de mais negociações, previstas para começar dentro de semanas. Nesses diálogos, Israel, Hamas, e os mediadores dos Estados Unidos, Egito e Catar terão que enfrentar a difícil questão de como Gaza será governada, com Israel exigindo a eliminação do Hamas.

Aqui está uma visão do plano e dos possíveis obstáculos no esboço a que a Associated Press teve acesso; entenda:

Reféns libertados pelo Hamas são levados para Israel em veículo da Cruz Vermelha — Foto: Reuters

Troca de reféns por palestinos presos

Imagem tirada de Israel mostra destruição no Norte da Faixa de Gaza em 13 de janeiro de 2025 — Foto: Menahem Kahana/ AFP

No primeiro dia oficial do cessar-fogo, o Hamas libertará três reféns, depois mais quatro no sétimo dia. Após isso, haverá liberações semanais.

Quais reféns e quantos palestinos serão libertados é um ponto complexo. Os 33 incluirão mulheres, crianças e aqueles com mais de 50 anos — quase todos civis, mas o acordo também obriga o Hamas a libertar todas as mulheres soldados vivas.

O Hamas libertará reféns vivos primeiro, mas, se os vivos não completarem o número de 33, corpos serão entregues. Nem todos os reféns estão sob poder do Hamas, então obter a liberação de outros grupos militantes pode ser um problema.

Em troca, Israel libertará 30 mulheres, crianças ou idosos palestinos para cada refém civil libertado vivo. Para cada soldado mulher libertada, Israel libertará 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 cumprindo sentenças de prisão perpétua.

Em troca de corpos entregues pelo Hamas, Israel libertará todas as mulheres e crianças detidas desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.

Dezenas de homens, incluindo soldados, permanecerão cativos em Gaza, aguardando a segunda fase.

Palestinos inspecionam os danos no local de um ataque israelense a uma casa, em meio ao conflito Israel-Hamas, em Deir Al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, em 22 de dezembro de 2024 — Foto: Ramadan Abed/Reuters

Recuo israelense e retorno dos palestinos

Isso permitirá que palestinos deslocados retornem às suas casas, incluindo em Gaza City e no norte de Gaza. Com a maior parte da população de Gaza vivendo em acampamentos precários e superlotados, os palestinos estão desesperados para voltar para suas casas, mesmo que muitas tenham sido destruídas ou gravemente danificadas pela campanha israelense.

Contudo, há complicações. Durante o último ano de negociações, Israel insistiu que deve controlar o movimento de palestinos para o norte para garantir que o Hamas não transporte armas de volta para essas áreas.

O rascunho visto pela AP especifica que Israel deverá abandonar o corredor. Na primeira semana, as tropas deverão se retirar da principal estrada costeira norte-sul — Rua Rasheed — abrindo uma rota para os palestinos retornarem. No 22º dia do cessar-fogo, as tropas israelenses deverão deixar todo o corredor.

Ainda assim, enquanto as negociações continuavam na terça-feira, uma autoridade israelense insistiu que os militares manterão o controle de Netzarim e que os palestinos que retornarem ao norte terão que passar por inspeções lá, embora ele tenha se recusado a fornecer detalhes.

Palestinos e grupos de ajuda humanitária suspeitam que Israel esteja gradualmente adotando uma nova tática no norte de Gaza — Foto: Reuters

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