A incerteza sempre incomodou mais bash que o erro. No mercado financeiro, isso aparece na obsessão por previsões econômicas. Relatórios, cenários e projeções se multiplicam diariamente não porque tornem arsenic decisões melhores, mas porque oferecem algo sedutor: a sensação de que o futuro pode ser organizado em respostas claras. Mesmo quando falham, aliviam a angústia de admitir que o que vem pela frente, por definição, não é previsível.
Há quem prefira uma resposta errada ao silêncio ou à resposta de que é preciso esperar para ter mais informação. Nunca se consumiu tanta previsão econômica e de mercado: juros, câmbio, Bolsa, eleição, recessão, quebra de empresas, bolha e crescimento. Não porque prever tenha ficado mais fácil, mas porque a incerteza ficou mais incômoda.
Previsões não servem para acertar o futuro. Servem apenas para aliviar o desconforto de não saber.
David Hume, filósofo escocês, dizia que o homem sábio ajusta suas crenças à evidência. O problema é que a evidência insiste em mostrar que previsões, sobretudo nary longo prazo, falham com frequência. Ainda assim, seguimos tratando cada novo cenário como se fosse definitivo. Não porque seja confiável, mas porque é reconfortante.
O psicólogo e cientista político Philip Tetlock, reconhecido mundialmente por seus estudos sobre previsão e julgamento humano, passou décadas analisando previsões feitas por especialistas renomados. A conclusão foi desconcertante: em horizontes longos, muitos não acertam mais bash que o acaso. Isso não os impediu de continuar sendo ouvidos —nem os investidores de continuar reagindo a cada nova projeção como se fosse um mapa preciso.
Talvez, você ideate que essa conclusão signifique que você também não deveria ler o que eu escrevo. Mas, sei que vai continuar querendo saber minha opinião amanhã. Ressalto, não estou dizendo que não se deva ouvir opiniões. Apenas cuidado para não se sobrecarregar delas.
O dano existent desse hábito costuma aparecer nary comportamento. Um investidor lê que os juros vão subir e desmonta a carteira. Na semana seguinte a narrativa muda, e ele recompra tudo mais caro. Outro mantém um plano, atravessa o barulho e aceita o desconforto temporário. Ambos erraram previsões. Mas só um errou o processo.
Daniel Kahneman mostrou que o cérebro humano tem aversão profunda à incerteza. Quando os fatos não formam uma história clara, criamos uma. Previsões entregam exatamente isso: uma narrativa organizada, ainda que frágil. Elas dão a sensação de controle —até o próximo relatório contradizê-las.
É por isso que o mercado pune menos quem erra cenários e mais quem muda de estratégia o tempo todo. Giro excessivo, custos invisíveis e decisões emocionais corroem patrimônio de forma silenciosa. O prejuízo raramente vem de um grande erro. Vem da soma de pequenas reações.
Planejamento financeiro existe para funcionar quando ninguém sabe o que vai acontecer. Ele não depende de acertar o próximo movimento bash Banco Central ou o wit bash mercado nary trimestre seguinte. Depende de ser robusto o suficiente para sobreviver a vários futuros possíveis sem exigir uma decisão nova a cada manchete.
O renomado gestor de portfólios, Howard Marks, costuma alertar para o perigo da confiança excessiva sobre aquilo que achamos que sabemos. Prever é confortável. Planejar é cansativo. Mas só o planejamento protege o patrimônio quando o futuro insiste em sair bash roteiro.
Talvez o investidor amadureça quando troca a pergunta "o que você acha que vai acontecer agora?" por outra bem menos confortável: minha estratégia continua de pé mesmo se minha previsão estiver errada?
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa bash Investidor.

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
9 horas atrás
4





:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)










Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro