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'A traidora lunática' x 'o mentiroso': o que motivou o rompimento entre Marjorie Taylor Greene e Donald Trump

Não foi um trivial desentendimento entre dois aliados, mas o rompimento do mentor com sua então incondicional fã número 1 no Congresso dos EUA. Por isso, o divórcio entre Donald Trump e a deputada Marjorie Taylor Greene pode ser um forte indício do enfraquecimento do movimento MAGA, que sustenta o presidente americano.

O relacionamento entre os dois se desfez litigiosamente. A congressista foi chamada de traidora e lunática porque se bandeou, com outras três republicanas, para o lado democrata, pressionando os republicanos a votarem pela divulgação dos arquivos do financista pedófilo Jeffrey Epstein. Ela revidou, acusando o presidente de mentir e tentar intimidar outros republicanos.

De fervorosa apoiadora de Trump a dissidente, passaram-se cinco anos. MTG, como é conhecida, acabou renunciando ao cargo, na sexta-feira passada. “Recuso-me a ser uma esposa maltratada à espera que as coisas passem e melhorem”, argumentou a congressista em 11 minutos, no vídeo de despedida, ao anunciar que deixa o cargo em janeiro.

Trump deixou claro que não a apoiaria nas primárias republicanas em seu estado de origem, a Geórgia, para as eleições do próximo ano. A deputada ponderou que se ela foi descartada por Trump e o MAGA, “milhões de americanos também foram deixados para trás e substituídos”.

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Antes da defesa pela liberação dos arquivos de Epstein, Greene já vinha atacando políticas do presidente, como a concessão de vistos para trabalhadores estrangeiros, o envolvimento na guerra da Ucrânia, o apoio incondicional a Israel e o tarifaço que desencadeava aumento de preços para os americanos.

A rendição de Greene evidencia o que acontece com quem não se curva a Trump. “Bem-vinda ao clube dos abandonados”, ironizou Michael Cohen, ex-advogado do presidente, um dos que caíram em desgraça, em entrevista à "CNN" internacional. A lista de desafetos do presidente é extensa e inclui o ex-vice-presidente Mike Pence, o ex-secretário de Segurança Nacional John Bolton e o ex-procurador-geral William Barr, para citar apenas alguns.

O rompimento com Greene, porém, é mais específico, por tratar-se de um expoente genuíno da direita radical, que fazia parte de seu círculo íntimo. Ela ascendeu ajudando a disseminar teorias da conspiração sem fundamento, das quais acabou demonstrando certo arrependimento.

Algumas delas sugeriam que um incêndio florestal teria sido causado por um laser especial controlado por operadores judeus; que os tiroteios em escolas americanas foram encenados e que o 11 de Setembro não passou de um ataque interno.

De extremista de direita, a deputada agora é tachada por Trump de esquerdista — o pior dos insultos para quem, como ela, mergulhou de cabeça na ideologia do MAGA.

Greene alega que o presidente renunciou aos valores que o levaram ao poder e nega que vá concorrer à Presidência. Trump, por sua vez, tenta cortar o mal pela raiz e manter a sua autoridade diante de um partido que começa a expor suas fissuras, antes da primeira metade do mandato presidencial.

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