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Adnoc, dos Emirados Árabes, faz proposta de R$ 10,5 bilhões pela Braskem

Petroquímica

- Publicada em 09 de Novembro de 2023 às 09:31

Petroquímica brasileira registrou prejuízo de R$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre

Petroquímica brasileira registrou prejuízo de R$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre


TÂNIA MEINERZ/JC

Jefferson Klein

A empresa Adnoc apresentou uma proposta não vinculante (que não tem caráter definitivo) de R$ 10,5 bilhões pelo controle da Braskem, o que significa R$ 37,29 por ação. A estatal dos Emirados Árabes já havia feito uma tentativa anterior para comprar a companhia brasileira, em parceria com o fundo Apollo. Nessa nova oferta feita à controladora da Braskem, a Novonor (que detém 38,3% da totalidade do capital social), há a perspectiva que a Petrobras siga como acionista da petroquímica.

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A empresa Adnoc apresentou uma proposta não vinculante (que não tem caráter definitivo) de R$ 10,5 bilhões pelo controle da Braskem, o que significa R$ 37,29 por ação. A estatal dos Emirados Árabes já havia feito uma tentativa anterior para comprar a companhia brasileira, em parceria com o fundo Apollo. Nessa nova oferta feita à controladora da Braskem, a Novonor (que detém 38,3% da totalidade do capital social), há a perspectiva que a Petrobras siga como acionista da petroquímica.

Na noite dessa quarta-feira (9), a Braskem também divulgou seu balanço financeiro do terceiro trimestre de 2023, informando um prejuízo de R$ 2,418 bilhões, contra um revés de R$ 1,103 bilhão no mesmo período do ano passado. Conforme a empresa, o desempenho negativo aconteceu em função, principalmente, do impacto da variação cambial no resultado financeiro.

Em entrevista nesta quinta-feira (10) sobre os resultados da empresa, o CEO da Braskem, Roberto Bischoff, enfatizou que o desempenho da indústria química é cíclico e esse é um dos piores períodos enfrentados pelo setor no Brasil nos últimos 40 anos (devido especialmente à concorrência com produtos importados). “No momento de ciclo de baixa, como vivemos, temos que buscar a melhor eficiência operacional e reduzir custos”, sustenta o executivo.

Quanto à oferta de compra feita pela Adnoc, Bischoff afirma que se trata de algo muito recente para qualquer análise, além de ser um processo conduzido pela controladora da companhia, a Novonor. Porém, ele adianta que a Braskem está preparada para realizar uma Due Diligence (checagem das condições do negócio), assim que for solicitada pelos acionistas.

Mesmo tomando medidas de preservação financeira de curto prazo e em meio a um possível procedimento de alienação, a companhia ainda mantém seus planos de investimentos. O diretor financeiro e de relações institucionais da Braskem, Pedro Freitas, ressalta que, recentemente, a empresa concluiu a expansão da capacidade da planta de eteno verde (feito a partir do etanol da cana-de-açúcar) no Polo Petroquímico de Triunfo em mais 60 mil toneladas anuais, atingindo o total de 260 mil toneladas ao ano. Ele cita também que foi constituída a Joint Venture Braskem Siam para construir uma fábrica de eteno verde na Tailândia.

Outra iniciativa da Braskem foi a parceria com a Indorama Ventures IOD – Oxiteno para o fornecimento de eteno bio-atribuído produzido a partir de fontes renováveis. Através do coprocessamento de fontes tradicionais de carbono com componentes reciclados ou renováveis se chegará ao desenvolvimento de soluções químicas com uma característica sustentável.

Sobre a questão em Alagoas, onde a extração de sal gema foi considerada a responsável pelo afundamento do solo em vários pontos de Maceió, Freitas informa que já foi feita 99,2% da realocação dos moradores afetados. Enquanto isso, o plano de fechamento de poços avançou 70% e deve ser concluído entre 2024 e 2025. Os recursos que serão desembolsados em indenizações e outras ações pela Braskem devido a essa situação são previstos na ordem de R$ 14 bilhões, sendo que em torno de R$ 9 bilhões já foram aportados.

Plantas da empresa no Polo de Triunfo verificam ociosidade de 32%

As unidades gaúchas da Braskem no Rio Grande do Sul (com exceção da de eteno verde, que registra uma boa performance) também não escaparam de um problema que tem afetado toda a cadeia química nacional: a ociosidade. No terceiro trimestre deste ano, os complexos da companhia em Triunfo operaram a uma taxa de capacidade de 68%, ou seja, um percentual de 32% deixou de ser ocupado.

A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) já havia alertado que a ociosidade do setor, em geral, estava na ordem de aproximadamente 40%. O CEO da Braskem, Roberto Bischoff, destaca que a cadeia química é responsável por cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos no País e representa em torno de 11% do PIB industrial. “É dessa indústria que estamos falando e que nesse momento está pressionada”, reforça o dirigente.

Ele defende que é preciso refletir sobre o papel das importações dos produtos químicos e a adoção do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) para garantir a competitividade do segmento e minimizar as diferenças de custos em relação ao mercado global. O mecanismo prevê incentivos tributários na aquisição de matérias-primas químicas básicas da primeira e da segunda geração, como nafta, eteno, butadieno, polietileno e polipropileno. Suspenso em 2022, havia a expectativa que o instrumento voltasse a ser aplicado em 2023, mas a lei 14.374/22 que possibilitaria isso ainda não foi regulamentada.

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