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Adversário do jeitinho, Mattos Filho ajudou a redesenhar mercado financeiro

Quando o esquema desmoronou, Nahas não honrou seus compromissos, deixando um rombo bilionário. A Bolsa do Rio, como contraparte central, foi à lona, e a crise se estendeu à Bovespa. O antecessor de Matto Filho na presidência da CVM, Martin Wimmer, foi processado criminalmente em decorrência do escândalo.

Com mestrado em Harvard e doutorado pela USP, Mattos Filho chegou ao cargo por causa da fama de sério e da experiência com mercado de capitais, tendo atuado como advogado em grandes escritório de São Paulo e consultor da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo, antecessora da atual B3).

Ele assumiu após o traumático escândalo Nahas e no auge do Plano Collor, que confiscou a poupança e destruiu a pouca confiança restante dos investidores, sua gestão poderia ter sido apenas de gestão de crise. Além de lidar com as consequências administrativas do escândalo, Mattos Filho transferiu a sede da CVM do Rio para Brasília.

A ideia era que a proximidade com o Congresso e com as cortes superiores facilitaria a implementação de mudanças institucionais para organizar o mercado. A CVM voltou para o Rio mais tarde (1995), mas a ideia de reformas vingou.

Ao implantar o chamado Anexo 4, a CVM sob a presidência de Mattos Filho quebrou um tabu nacionalista ao permitir o ingresso direto de investidores estrangeiros e a emissão de valores mobiliários brasileiros no exterior, iniciando a integração do país aos fluxos globais de capital.

Paralelamente, ele acabou com as ações ao portador, em sintonia com o Banco Central, erradicando um instrumento anacrônico, já extinto no resto do mundo, que facilitava fraudes, insider trading e opacidade, melhorando a governança e criando as condições básicas para um mercado mais transparente.

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