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Ageflor espera ampliação da área cultivada com florestas no RS

Com 926,9 mil hectares cultivados com florestas no Rio Grande do Sul, o Estado vem mantendo estável o espaço destinado à atividade nos últimos anos. A área corresponde a 3,28% do território gaúcho e a 9,3% do total plantado mapeado no Brasil. Mas, a partir da atualização do Zoneamento Ambiental para a Atividade da Silvicultura (ZAS), aprovado no final de setembro pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), a expectativa do setor é a ampliação do espaço destinado à cultura para atrair investimentos. 

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A avaliação é do presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Luiz Augusto Alves, que acompanhou nesta quarta-feira (25) a abertura do Seminário Sul Brasileiro de Silvicultura, em Canela. Segundo ele, os parâmetros do ZAS desde 2008, impondo uma série de restrições, travaram o setor.

“Temos condições climáticas favoráveis, cultura ambiental e terras cultiváveis. Mas era necessária essa atualização para permitir o surgimento de novos projetos ou da ampliação de iniciativas já consolidadas”, disse Alves.

De acordo com o levantamento divulgado pela Ageflor, na distribuição por espécies são 54.442 hectares de acácia-negra - plantada exclusivamente no Rio Grande do Sul -, 589.674 hectares de eucalipto (7,77% da área com esse gênero no Brasil) e 282.842 hectares com pinus (14,82% do total plantado no Brasil). A região que concentra a maior área com acácia-negra é a do Vale do Rio Pardo, com 26 mil hectares.

Ali também estão 90 mil hectares de eucalipto, presente ainda na região Carbonífera (69 mil hectares) e no Vale do Taquari (52 mil hectares). Já os plantios de pinus têm maior presença nos Campos de Cima da Serra (118 mil hectares), Litoral (66 mil hectares) e Vale do Rio Pardo (40 mil hectares).

As novas regras de zoneamento, que vinham sendo discutidas há cerca de três anos, serão aplicadas em novos plantios ou na renovação dos plantios florestais que já existem, permitindo maior alinhamento com o desenvolvimento sustentável, conforme o órgão ambiental. As mudanças são significativas, pois duplicam a área passível de licenciamento, de 2 milhões de hectares para 4 milhões em todo o Rio Grande do Sul.

Mas o dirigente ressalta que grande parte do Estado não é apta à atividade, como a Região Norte. Ele destaca que apesar de a legislação anterior facultar 2 milhões de hectares à silvicultura, a atividade ocupa menos da metade, atualmente, devido ao esgotamento das Unidades de Paisagem Natural. “As regiões que reúnem as condições ideais são a Serra do Sudeste e a Depressão Central. Não há, certamente, essa disponibilidade toda no Estado”, justifica o dirigente.

De acordo com Alves, nas duas regiões dos polos florestais do RS haverá disponibilidade de áreas para novos plantios em 737 mil hectares na Serra e de 536 mil hectares na Serra do Sudeste e Depressão Central. “É importante destacar que essas áreas continuam dependendo dos outros dois critérios restritivos que não foram atualizados, ou seja, tamanho e distância dos maciços dentro de cada Unidade de Paisagem”, frisou.

A questão, agora, é ampliar a base florestal para despertar o interesse por novos investimentos. A atividade disputa espaço com a pecuária e o cultivo de soja, por exemplo. E o mercado de celulose é momentaneamente de preços baixos. “Mas isso é cíclico. Viabilidade para ampliação da área, tem. E pode ser alternativa, quem sabe, a produção de biomassa para geração de energia. É outra possibilidade”, avalia o presidente da Ageflor.

A entidade pretende partir para um plano de comunicação que permita ao setor conversar fora da própria bolha e chegar à sociedade. “Se a sociedade não conhece o que fazemos e a importância do que fazemos, não dará apoio às nossas demandas junto ao Legislativo e ao Executivo, por exemplo. Queremos mudar isso”, finaliza Alves.

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