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Agência da ONU critica Israel por 'assassinato descarado' de palestinos aparentemente rendidos na Cisjordânia

“Estamos horrorizados com o assassinato descarado, ontem, por policiais de fronteira israelenses, de dois homens palestinos em Jenin, na Cisjordânia ocupada, em mais uma aparente execução sumária”, disse o porta-voz da agência da ONU, Jeremy Laurence, em um briefing da ONU em Genebra.

Imagens divulgadas pela emissora "Palestine TV" na quinta-feira mostraram militares israelenses atirando contra dois homens que pareciam estar desarmados e se rendendo durante uma operação na Cisjordânia ocupada por Israel. O incidente ocorreu em Jenin, no norte do território palestino.

Nas imagens, é possível ver os homens saindo de um prédio cercado por soldados israelenses. Eles levantam as camisas e se deitam no chão, aparentemente se rendendo. Em seguida, as forças israelenses ordenam que os homens voltem para dentro do prédio antes de abrir fogo à queima-roupa. (Veja no vídeo acima)

Em comunicado conjunto, o Exército e a polícia de Israel informaram que os dois homens eram procurados por acusações de "atividades terroristas" e foram obrigados a deixar um prédio cercado, após um "processo de rendição" que durou horas. "Após saírem, os suspeitos foram baleados. O incidente está sendo investigado."

Militares de Israel atiram e matam palestinos aparentemente rendidos em Jenin, na Cisjordânia — Foto: Mohamad Torokman/Reuters

O Ministério da Saúde da Cisjordânia afirmou em comunicado que os dois homens foram mortos na ação, identificando-os como Montasir Abdullah, de 26 anos, e Yusuf Asasa, de 37 anos.

A Cisjordânia é governada parcialmente pela Autoridade Palestina, controlada pelo Fatah, partido que não tem ligação com o grupo terrorista Hamas. A entidade acusa Israel de cometer um "crime de guerra" nesse incidente.

Israel exerce controle militar sobre o território, além de manter e construir assentamentos de colonos israelenses, considerados ilegais pelo Direito Internacional.

A família nega a acusação. O caso veio à tona após um primo do adolescente Mohammed Zaher Ibrahim, que também tinha cidadania americana, ser espancado até a morte por colonos.

Human Rights Watch acusa Israel de cometer crimes contra a humanidade na Cisjordânia

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A ação faz parte de uma operação israelense de larga escala na região nordeste da Cisjordânia. O Exército israelense deteve mais de 100 pessoas desde terça-feira na cidade de Tubas, segundo Abdullah al-Zaghari, porta-voz de um grupo de defesa de direitos de prisioneiros palestinos.

Os militares afirmaram que a operação foi uma resposta a “tentativas de estabelecer bases terroristas e construir infraestruturas terroristas na área”. Em 19 de novembro, palestinos esfaquearam um israelense até a morte e feriram outros três antes de serem abatidos pelas tropas.

O Exército israelense intensificou as operações militares na Cisjordânia desde o ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza. O país tem aberto múltiplas frentes de combate, incluindo contra o Hamas em Gaza e contra o Hezbollah, no Líbano.

A operação mais recente ocorre em meio a uma crescente onda de violência de colonos israelenses na Cisjordânia. Os líderes israelenses minimizaram os ataques dos colonos, alegando que são obra de uma pequena minoria. Mas os palestinos dizem que os ataques são frequentes, muitas vezes nas proximidades das tropas israelenses, e que os colonos raramente são punidos.

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