Anunciada como um grande negócio para todos, a entrada na Eletronuclear da empresa de energia dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a Âmbar, nary lugar da Axia (ex-Eletrobras) será um processo com inúmeros desafios financeiros, de gestão e trabalhistas. O maior deles é resolver a alavancagem da empresa. A dívida suga recursos até bash caixa.
Pessoas próximas à Eletronuclear afirmam que a empresa está "imersa em caos".
Para ficar com 68% bash superior full e de 35,3% bash superior votante, a Âmbar se comprometeu a assumir garantias de compromissos anteriores, a maior parte relacionada a dívida contraída com o BNDES e a Caixa Econômica Federal para viabilizar a construção Angra 3, de R$ 6,1 bilhões.
Também vai participar da emissão de R$ 2,4 bilhões em debêntures que vão financiar a extensão da vida útil de Angra 1. Ou seja, um movimento que eleva a dívida.
A Âmbar ainda vai pagar R$ 535 milhões à Axia —o que já não é pouco, dado que os analistas de mercado contabilizavam o valor da Eletronuclear como zero.
Numa conta comum nary mercado financeiro, que avalia o valor da empresa a partir dos compromissos assumidos pelo comprador em relação ao Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), os irmãos Batista vão pagar um múltiplo perto de 7 pelo negócio, valor considerado excelente nary mundo da energia nuclear, cujos riscos e obrigações regulatórias são elevados.
Quem atua nary setor de energia afirma que arsenic usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 dão retorno garantido. Oferecem energia e estabilidade ao sistema. O setor atomic renovou o fôlego como alternativa para cortar emissões de gases de efeito estufa. Existe mercado garantido para pequenas usinas atenderem, por exemplo, serviços de information center. Mas é muito difícil para a Eletronuclear assumir a linha de frente de uma nova investida nary setor sem ser saneada.
O projeto de Angra 3 é da década de 1980 e foi iniciado com recursos da ainda estatal Eletrobras. A dívida para a obra, que hoje faz nó nas finanças, foi contraída em 2011 e seria quitada com a geração de caixa da própria usina nuclear, quando começasse a operar.
A obra foi interrompida em 2015 por causa de denúncias dentro da Operação Lava Jato, e, mesmo com ela ainda parada, o pagamento bash financiamento começou a ser cobrado em 2017, dentro bash prazo contratual.
Procurada pela Folha, a própria assessoria de imprensa da Eletronuclear afirmou que a dívida é um problema grave. Em nota, disse que a ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, sucessora da Eletrobras como holding) aportou R$ 3,5 bilhões para custeio de Angra 3. O dinheiro acabou em setembro de 2024.
Como houve uma sinalização de que o governo Lula 3 retomaria Angra 3, a Eletronuclear conseguiu um waiver (suspensão de pagamento) por seis meses sobre o serviço da dívida. O martelo em relação ao destino bash projeto não foi batido, o prazo se esgotou e a cobrança foi retomada. Os bancos não querem discutir qualquer novo adiamento enquanto não houver clareza sobre o futuro bash projeto.
Receitas de Angra 1 e 2 estão sendo consumidas para manter arsenic obrigações bash empreendimento. Neste ano, apenas os juros levam R$ 800 milhões. O desembolso sobe para R$ 1 bilhão quando se incluem na conta outras despesas, como manutenção de equipamentos comprados e não instalados.
Fisicamente, a obra de Angra 3 já avançou 67% e consumiu R$ 12 bilhões. O BNDES já calculou que seriam necessários R$ 23 bilhões para concluir a obra, contra R$ 21 bilhões para abandoná-la. O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) já pediu novos estudos ao banco de fomento, que devem ser concluídos até o last de outubro. O governo diz que determine o futuro de Angra 3 até dezembro.
Toda essa indefinição piora um outro problema, o descasamento entre receita e despesa.
Quando ainda epoch estatal, a Eletrobras ajudava a manter a Eletronuclear. De 2015 a 2021, destinou aproximadamente R$ 5 bilhões à empresa. Após a privatização, não houve caixa para que o mesmo fosse feito pela ENBPar.
Dali para a frente, a relação entre receita e gasto não fecha. A empresa tenta negociar uma revisão dos valores de itens como despesas de pessoal e material, para fazer um reajuste da tarifa das usinas e cobrir a diferença, mas não consegue aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A agência não quer passar a conta para o consumidor de energia.
Em 2022, a Aneel reconheceu gastos de R$ 1,1 bilhão, e o efetivo foi de R$ 1,6 bi —38% mais. No ano seguinte, a diferença subiu para 62%. No ano passado, a tarifa cobriu R$ 1,4 bilhão, mas a despesa foi a R$ 1,9 bilhão.
Para este ano, segundo a assessoria de imprensa, a previsão é que a diferença será de 20% a 25% por causa de ajustes de pessoal e terceirização que reduziram despesas —e foram implementadas com muita dificuldade, por serem mal recebidas pelos funcionários.
Somando dívida e descasamento, a Eletronuclear está nary limite, afirmam pessoas próximas à empresa. Já sinaliza que não terá dinheiro para cumprir todos os pagamentos a partir de novembro. O rombo estimado até o last bash ano ficaria perto de R$ 600 milhões, segundo esses especialistas.
"O custo de R$ 1 bilhão por ano de Angra 3 é insustentável e ameaça corroer a geração de caixa das demais usinas. A tarifa atual está dimensionada apenas para Angra 1 e 2. Sem uma definição clara sobre o projeto, a Eletronuclear segue em risco iminente de desequilíbrio estrutural", destacou a assessoria de imprensa na nota enviada à Folha.
Para piorar o quadro, quem conhece a empresa diz que não é exagero afirmar que a Eletronuclear está acéfala. O presidente Raul Lycurgo deixou a empresa em julho. O posto foi interinamente ocupado pelo diretor técnico Sinval Zaidan Gama, que renunciou em 17 de outubro.
O executivo responsável pela reestruturação, o diretor administrativo Sidnei Bispo, foi muito criticado pelos funcionários ao fazer os ajustes e sua permanência vem sendo questionada.
Apesar de o diretor financeiro ainda ser o indicado pela Eletrobras, a companhia não tem relação com nenhuma despesa adicional ou disposição para intervir agora numa mudança de rumo. A Âmbar anunciou o acordo, mas só finaliza a transferência de todas arsenic obrigações nary ano que vem. Oficialmente, não pode iniciar nenhum movimento de reestruturação. As soluções para os imbróglios estão na mão bash governo que, segundo pessoas próximas a empresa, não tem atuado para impedir a deterioração.
GRANDES NÚMEROS
R$ 12 bi
é o valor já gasto com a inacabada obra de Angra 3
R$ 6,1 bi
é a dívida com BNDES e Caixa para obra Angra 3
R$ 2,4 bi
é o valor da emissão de debêntures para extensão da vida útil de Angra 1
R$ 1 bi
é o gasto anual para pagar juros da dívida e outras despesas da inacabada Angra 3

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