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Antes da 'Arca de Noé' russa: os animais que já foram enviados ao espaço

31.jan.1961 -  Ham, o chimpanzé, retorna à Terra após seu passeio histórico de 16 minutos pelo espaço em 1961
31.jan.1961 - Ham, o chimpanzé, retorna à Terra após seu passeio histórico de 16 minutos pelo espaço em 1961 Imagem: Reprodução

Na última sexta-feira (19), retornou à Terra o módulo Bion-M nº 2, apelidado de "Arca de Noé" por transportar camundongos, moscas, plantas e bactérias em órbita. Muito antes dessa missão — e até mesmo antes de astronautas e cosmonautas — foram animais que deram os primeiros passos na exploração espacial.

O que aconteceu

Os primeiros viajantes foram insetos. Em 1947, os Estados Unidos enviaram moscas-das-frutas em foguetes V-2 para estudar a radiação cósmica. Elas voltaram vivas, abrindo a era da biologia espacial.

Depois, vieram os macacos. Entre os anos 1940 e 1960, diferentes espécies de primatas, como chimpanzés e rhesus, participaram de missões norte-americanas. O mais famoso foi Ham, um chimpanzé que, em 1961, suportou poucos minutos em órbita antes do voo de Alan Shepard.

A União Soviética apostou nos cães. A cadela Laika se tornou símbolo mundial ao ser o primeiro ser vivo a orbitar a Terra, em 1957, a bordo do Sputnik 2. Ela não sobreviveu à missão, mas seu sacrifício se tornou um marco da corrida espacial.

3.nov.1957 - Cientistas apresentam Laika antes de ela embarcar na cápsula Sputnik 2 e ser enviada ao espaço
3.nov.1957 - Cientistas apresentam Laika antes de ela embarcar na cápsula Sputnik 2 e ser enviada ao espaço Imagem: Rex Features; Frann Preston-Gannon

Outros animais também ganharam destaque. A França, em 1963, enviou a gata Félicette, primeira felina no espaço. Já a União Soviética lançou tartarugas na missão Zond 5, em 1968, que se tornaram os primeiros seres vivos a viajar ao redor da Lua.

Insetos, peixes e até aranhas também tiveram seu papel. Abelhas, moscas, peixes-zebra e aracnídeos foram testados para compreender reprodução, desenvolvimento e comportamento em gravidade zero. Experimentos com aranhas ficaram famosos ao mostrar que elas conseguiam tecer teias mesmo em órbita.

Aranhas já viveram no espaço como parte de um experimento na ISS
Aranhas já viveram no espaço como parte de um experimento na ISS Imagem: Divulgação/Bioserve

Os estudos continuam na Estação Espacial Internacional. Hoje, ratos, peixes-zebra, moscas e microrganismos seguem em experimentos que investigam envelhecimento, saúde óssea, genética e adaptação biológica fora da Terra.

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Módulo russo levou 'zoológico' ao espaço

Animais e plantas ficaram 30 dias em órbita. Camundongos, moscas, plantas, sementes e bactérias foram enviados em agosto para avaliar os efeitos da microgravidade e da radiação em organismos vivos.

Os cientistas russos destacam a importância das bactérias. "Entre toda a biodiversidade a bordo estavam também cepas únicas enviadas por pesquisadores de Oremburgo", explicou o Instituto da Estepe da Academia Russa de Ciências. Segundo os especialistas, elas passaram por um "rigoroso teste espacial" e podem servir de base para novos medicamentos capazes de ajudar cosmonautas em expedições longas.

A maioria dos camundongos retornou com vida. Segundo o jornal, 10 roedores, dos 75 enviados no módulo, morreram. Cientistas do Instituto de Problemas Médico-Biológicos (IMBP) da Academia Russa de Ciências publicaram imagens dos animais sobreviventes sendo examinados, pesados e recebendo tarefas simples.

23.set.2025 - Camundongos que estavam à bordo do módulo Bion-M nº 2, apelidado de 'Arca de Noé', e ficaram 30 dias em órbita
23.set.2025 - Camundongos que estavam à bordo do módulo Bion-M nº 2, apelidado de 'Arca de Noé', e ficaram 30 dias em órbita Imagem: Reprodução/IMBP/Academia Russa de Ciências

O experimento incluiu também plantas raras. Cerca de 4,5 mil sementes de 25 espécies da região de Samara foram levadas a bordo, incluindo tulipas, peônias e flores ameaçadas de extinção.

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Parte das sementes já foi plantada. Nesta quarta-feira (24), biólogos da Universidade de Samara iniciaram os estudos em uma "horta espacial" criada no jardim botânico local.

* Com informações de reportagens publicadas em 16/09/2013 e 03/11/2017.

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