Felca demonstrou como os algoritmos das plataformas facilitam a comunicação entre abusadores. No mesmo vídeo, criou uma conta no Instagram do zero e mostrou, com apenas algumas curtidas e buscas, como a plataforma aprende rápido a sugerir vídeos de jovens em posições sugestivas. Tal conteúdo pode ser ilegal ou não, como vídeos em que crianças aparecem de forma casual, mas com roupas curtas.
Nas áreas de comentários, pedófilos marcam tais vídeos e se comunicam por códigos para trocar conteúdos em apps como o Telegram. Usam por exemplo GIFs porque são mais difíceis de ter seu conteúdo moderado de forma automatizada; a frase "link na bio" para divulgar canais de apps de mensagens para trocarem mais conteúdos nas sombras; ou siglas como "CP, que significa "child porn" (pornô infantil).
Felca deixou claro que as vítimas não tem culpa da exploração e trouxe uma psicóloga ao vídeo para analisar tanto a adultização quanto a superexposição de crianças na internet. Ana Beatriz Chamati, apresentada no conteúdo como especialista em infância, adolescência e parentalidade, abordou não apenas os casos de abuso como os de crianças expostas a mais de 10 horas diárias na web ou que já aparecem em vídeos.
Ela [a criança] vira um adulto com um self muito falso e frágil. Ela não tem uma identidade de eu verdadeiro, de quem ela é Ana Beatriz Chamati, psicóloga
Problema ocorre há anos na internet sem solução
Em 2018, uma investigação do jornal britânico "The Times" encontrou 100 casos de pedófilos usando lives do YouTube para abusar de crianças. Segundo notícia do UOL à época, o processo era similar ao denunciado por Felca sete anos depois: crianças foram preparadas na seção de comentários das lives para tirar a roupa ou adotar "poses sexualizadas". Era prometido a elas milhares de assinantes extras para seus canais se cumprissem os pedidos.
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