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Após falha na AWS, Microsoft Azure cai e gera problemas em serviços; entenda

A nuvem da Microsoft Azure sofre uma instabilidade global nesta quarta-feira (29), afetando milhares de usuários de serviços como Microsoft Office 365, Minecraft, Xbox Live e diversos outros aplicativos corporativos. O problema ocorre apenas nove dias após a falha massiva que atingiu a Amazon Web Services (AWS) e derrubou mais de 500 aplicativos simultaneamente, levantando preocupações sobre a dependência da internet em poucos provedores de nuvem. Veja a seguir detalhes da falha.

 Reprodução/BoliviaInteligente/Unsplash Após falha na AWS, Microsoft Azure cai e gera problemas em serviços; entenda — Foto: Reprodução/BoliviaInteligente/Unsplash

Microsoft Azure: o que está fora do ar agora?

Segundo o site de monitoramento Downdetector, 722 usuários relatam problemas com múltiplos serviços da Microsoft por volta das 14h40 (horário de Brasília). Os principais serviços afetados incluem:

  • Microsoft 365: mais de 9.000 usuários reportaram problemas
  • Azure: mais de 16.600 relatos de instabilidade
  • Xbox Live: dificuldades para jogadores acessarem servidores e formar grupos
  • Minecraft: impossibilidade de conectar a servidores online
  • Copilot: assistente de IA da Microsoft indisponível
  • Portal Azure: administradores sem acesso ao painel de controle
  • Outlook: usuários enfrentam problemas com add-ins e conectividade de rede

Outros apps relacionados também foram afetados. Empresas que dependem da infraestrutura Azure também foram impactadas, incluindo redes ferroviárias na Holanda, as companhias aéreas Alaska Airlines e Hawaiian Airlines, além de grandes varejistas como Starbucks, Kroger e Costco nos Estados Unidos.

Qual a causa da instabilidade no Azure?

A Microsoft confirmou em sua página de status do Azure que o problema está relacionado a falhas no sistema DNS (Domain Name System) e no serviço Azure Front Door, uma rede de distribuição de conteúdo (CDN) crítica para a operação da plataforma.

O DNS funciona como uma "lista telefônica" da internet, traduzindo endereços que digitamos (como techtudo.com.br) em endereços IP que os computadores entendem. Quando o DNS falha, navegadores e aplicativos não conseguem localizar os servidores corretos, interrompendo a conexão.

Em comunicado oficial, a Microsoft declarou: "Estamos investigando um problema com o Azure Portal onde clientes podem estar experimentando dificuldades ao acessar o portal". A empresa também informou que usuários podem enfrentar problemas para acessar o centro administrativo do Microsoft 365 e ver atrasos ao acessar outros serviços.

A companhia indicou que suspeita de uma mudança de configuração inadvertida como o evento gatilho para este problema, e está trabalhando em duas frentes: bloqueando todas as mudanças nos serviços Azure Front Door e revertendo o sistema para o último estado funcional conhecido.

Azure vs AWS: gigantes com mesma vulnerabilidade

Esta nova instabilidade na nuvem da Microsoft ocorre dias após a falha massiva que atingiu a AWS em 20 de outubro, que também foi causada por problemas no DNS. Naquele caso, o data center US-East-1 (Virgínia do Norte) da Amazon ficou instável por mais de 10 horas, derrubando serviços como Mercado Livre, iFood, PicPay, Roblox, Duolingo, Canva e Fortnite.

Coincidentemente, a AWS também registrou nova instabilidade nesta quarta-feira, com mais de 5.800 usuários reportando problemas no Downdetector, novamente na região US-East-1.

A simultaneidade dos problemas na AWS e Azure hoje levanta questões sobre a fragilidade da infraestrutura global de internet, que depende fortemente de poucos provedores de nuvem. Juntas, Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud controlam mais de 65% do mercado global de computação em nuvem, com a AWS detendo aproximadamente 30% e a Azure cerca de 25%.

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O risco da concentração no mercado de nuvem

A recorrência de falhas em grandes provedores de nuvem expõe uma vulnerabilidade crítica da internet moderna: a concentração de serviços em poucas empresas. Quando um desses gigantes apresenta problemas, o efeito cascata atinge milhões de usuários e empresas simultaneamente.

A Amazon Web Services é a maior provedora de computação em nuvem do mundo, com mais de quatro milhões de clientes. A Microsoft Azure vem logo atrás, sendo a segunda maior plataforma. Ambas funcionam alugando poder de processamento, armazenamento de dados e ferramentas tecnológicas para empresas, governos e plataformas online em todo o mundo.

Essa concentração permite que aplicações consigam servir o mundo inteiro a um custo muito mais baixo do que se tivessem que construir infraestrutura própria. Por outro lado, cria-se uma dependência estrutural onde falhas pontuais podem derrubar uma parcela significativa da internet global.

 Downdetector Downdetector registra diversos serviços com instabilidade devido a queda da Microsoft Azure — Foto: Divulgaçã: Downdetector

Quanto tempo vai durar a instabilidade do Azure?

Até o momento de publicação desta matéria (14h30, horário de Brasília), a Microsoft continua trabalhando na resolução do problema. A empresa indicou que conseguiu redirecionar o portal Azure para fora do Azure Front Door como medida de mitigação, permitindo que alguns usuários retomem o acesso através de métodos alternativos como PowerShell e CLI.

No entanto, os relatos de problemas continuam chegando ao Downdetector de diversos países, indicando que o problema ainda não foi totalmente resolvido. A Microsoft prometeu fornecer atualizações a cada 60 minutos ou menos.

Histórico de falhas em gigantes da tecnologia

A recorrência desses eventos demonstra que, apesar dos avanços tecnológicos, a infraestrutura digital moderna permanece vulnerável a falhas pontuais que podem ter efeitos cascata globais. A infraestrutura digital atual funciona como uma cadeia interdependente: quando um elo central falha, o efeito se espalha rapidamente.

DNS: o ponto fraco que derrubou AWS e Azure

Curiosamente, tanto a falha da AWS em 20 de outubro quanto a instabilidade do Azure hoje têm o DNS como denominador comum. O Domain Name System é uma das tecnologias mais antigas e fundamentais da internet, criada nos anos 1980.

Apesar de sua importância crítica, o DNS pode se tornar um ponto único de falha quando não implementado com redundância adequada. Problemas na resolução de DNS impedem que aplicações encontrem os servidores corretos, resultando em mensagens de erro e impossibilidade de acesso aos serviços.

A boa notícia é que problemas de DNS costumam ser resolvidos relativamente rápido quando comparados a falhas de hardware ou segurança. No entanto, enquanto persistem, seu impacto é devastador devido à natureza fundamental do serviço.

Usuários relatam dificuldades de uso nas redes sociais

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