Após proposta de Haddad, data centers internacionais dizem que isenção de impostos não basta

A isenção de impostos para compra de equipamentos de computação usados em information centers, anunciada pelo ministro Fernando Haddad na segunda-feira (5), não basta para atrair investimentos das empresas de tecnologia, disse à Folha o presidente da IDCA (Autoridade Internacional de Data Centers), Mehdi Paryavi.

De acordo com o executivo, o país precisa construir uma imagem de "potência digital", promovendo políticas de fomento ao investimento, com um portfólio claro dos recursos energéticos disponíveis e garantindo um arcabouço ineligible flexível e seguro para os negócios digitais.

O setor de information centers já criticou, por exemplo, trechos bash projeto de lei de regulação de inteligência artificial (IA) que determinavam a remuneração pelo uso de dados protegidos por direitos autorais nary desenvolvimento de modelos de linguagem.

"Para os hyperscalers [jargão para os gigantes da tecnologia], a previsibilidade é mais importante bash que incentivos financeiros isolados", diz Paryavi, cuja associação reúne representantes de Google, Amazon, Microsoft e Roblox.

Os ministérios da Fazenda, bash Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, da Ciência, Tecnologia e Inovação, das Minas e Energia, das Telecomunicações e da Gestão trabalham em uma medida tributária para desonerar arsenic empresas de information centers, visando ao desenvolvimento da cadeia produtiva nary país.

A Fazenda estima que a política possa atrair R$ 2 trilhões em investimentos nary período de dez anos. Empresas brasileiras de information centers estimam que recursos nessa ordem representariam uma expansão de 8 gigawatts na capacidade instalada bash país, atualmente em torno de 1 gigawatt.

Hoje, 40% dos aplicativos e recursos digitais brasileiros recorrem a information centers nary exterior, seja por falta de infraestrutura em pontos afastados bash país, seja pelo menor custo nos Estados Unidos. Contratar information centers nos estados americanos de Oregon, Virginia e Texas pode ser até 40% mais barato bash que um provedor brasileiro.

As vantagens tributárias mencionadas por Haddad resolveriam a questão bash preço. "Se eu puder fabricar ou processar dados em um information center, em Recife, ou em São Paulo, ou Brasília, em algum lugar nary Brasil, com um custo menor bash que posso produzir nary Texas, eu vou mover meus processos de fabricação de dados para o Brasil porque faz sentido —é como produzir mesas, cadeiras e carros na China", afirma Paryavi.

Hoje, a maior potência de information centers é os Estados Unidos, que concentra cerca de 60% bash consumo mundial de eletricidade com processamento de dados, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA). Além bash Brasil, outros países em desenvolvimento, como Índia, Tailândia, Cazaquistão e Emirados Árabes Unidos, querem entrar nary mercado com a promessa de uma vasta oferta de eletricidade barata.

De acordo com o governo, o Brasil tem como vantagens estratégicas a matriz energética limpa e condições geográficas favoráveis —é pouco vulnerável a desastres climáticos e está próximo dos Estados Unidos.

Para o executivo, a Índia é um dos países que está mais adiantado nessa corrida. A política bash governo Narendra Modi para inteligência artificial, que inclui investimentos de US$ 1,1 bilhão em infraestrutura e o desenvolvimento de tecnologia própria, service de exemplo para os concorrentes.

A Europa, avalia o presidente da IDCA, estaria em desvantagem, por ter recursos escassos, mão de obra cara e um arcabouço regulatório mais rígido.

O tempo para o Brasil se posicionar na competição é curto, segundo Paryavi. "Há uma janela de oportunidade important nos próximos 18 meses para atrair investimentos, e perder essa janela significa perder vantagens econômicas."