9 meses atrás 25

Após ser preso, presidente afastado da Coreia do Sul publica carta escrita à mão e afirma que 'lei marcial não é crime'

"A lei marcial não é um crime. A lei marcial é um exercício da autoridade presidencial para superar uma crise nacional", escreveu Yoon, segundo tradução provida pela agência de notícias Yonhap.

Yoon já havia afirmado que seu decreto, feito de surpresa no final da noite do dia 3 de dezembro, não constitui um crime horas após a rápida revogação da medida pelo Parlamento sul-coreano. Por conta da lei marcial, o presidente sofreu um impeachment dias depois.

Yoon Suk Yeol, presidente afastado da Coreia do Sul, publica carta escrita à mão horas após ser preso em 15 de janeiro de 2025. — Foto: Reprodução/redes sociais

Simultaneamente à publicação da carta, Yoon está sendo interrogado por autoridades sul-coreanas no âmbito de seu decreto da lei marcial. Segundo a Yonhap, o presidente permanece em silêncio diante das perguntas dos investigadores. Uma segunda sessão de questionamentos está em andamento na manhã desta quarta —noite de quarta no horário local.

A primeira rodada do interrogatório durou duas horas e meia, e ele teve uma hora de pausa entre as sessões para descansar, em que recebeu uma lancheira com almoço. Yoon ficará detido durante 48 horas, segundo o mandado de prisão, e deverá ficar em uma cela solitária no Centro de Detenção de Seul, informou a agência de notícias Reuters.

Operação para prender Yoon

O presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, chega ao prédio que abriga o Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO), em Gwacheon, no dia 15 de janeiro de 2025. — Foto: Pool da Coreia do Sul/via AP

Desta vez, os investigadores fecharam um acordo com os guardas presidenciais, que garantiram que iriam autorizar a entrada para que o mandado de prisão fosse cumprido.

Ainda assim, cerca de 6.500 apoiadores de Yoon se posicionaram na frente da casa do presidente afastado para dificultar a operação. Segundo a agência de notícias estatal Yonhap, os simpatizantes formaram uma espécie de "corrente humana".

Apoiadores de Yoon Suk Yeol tentam impedir a prisão do presidente afastado da Coreia do Sul — Foto: REUTERS/Tyrone Siu

As autoridades começaram a avançar aos poucos nos arredores da residência de Yoon, até conseguirem entrar no imóvel. Os advogados do presidente afastado tentaram uma negociação, mas os investigadores sul-coreanos disseram que iriam cumprir o mandado.

Em um comunicado, o presidente afastado afirmou ser deplorável agentes realizarem uma "série de atos ilegais", incluindo a prisão dele. Yoon disse ainda que concordou em prestar depoimento para evitar "derramamento de sangue".

Centro de Detenção de Seul, onde se espera que o presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, seja mantido, em Uiwang — Foto: Kim Hong-Ji/Reuters

Preso após uma operação que durou cerca de seis horas, o presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, deverá ficar em uma cela solitária no Centro de Detenção de Seul, informou a agência de notícias Reuters. O local é maior e melhor equipado do que as celas padrão, de 6,5 metros quadrados.

Yoon foi detido na manhã de quarta-feira (15), pelo horário local — noite de terça-feira (14), no Brasil. Apoiadores de Yoon tentaram impedir a prisão. Ele foi alvo de um mandado de prisão no âmbito de uma investigação que apura acusações de insurreição. Em dezembro, o presidente decretou uma lei marcial para restringir direitos civis.

Segundo a agência, as autoridades responsáveis pela investigação prepararam um questionário de mais de 200 páginas para o presidente afastado, que, além de permanecer em silêncio, não permitiu a gravação.

As instalações usadas para o interrogatório incluem uma área de descanso com um sofá para acomodar Yoon, informou a agência Yonhap.

As autoridades têm 48 horas para interrogá-lo. Após isso, deverão solicitar um mandado de prisão para detê-lo por até 20 dias ou liberá-lo. Durante a custódia, Yoon será mantido no Centro de Detenção de Seul — que não é o mesmo local do interrogatório.

Na chegada ao centro de detenção, Yoon passou por uma verificação de identidade e um exame de saúde simples. Na prisão onde está, os detidos acordam às 6h30 e dormem após as 21h.

O decreto da lei, no início de dezembro, restringiu temporariamente o direito de civis. A medida também visava fechar a Assembleia Nacional, mas acabou fracassando e rejeitada pelos próprios deputados.

Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon fez críticas à oposição. "Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas", disse.

O decreto veio em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas com a Assembleia Nacional, que é controlada por deputados da oposição.

Desde então, Yoon foi alvo de uma operação policial e de uma votação na Assembleia Nacional que o afastou do cargo. Atualmente, a Coreia do Sul está sendo governada por um presidente interino.

Em dezembro, parlamento da Coreia do Sul aprovou impeachment contra Yoon Suk Yeol — Foto: Getty Images via BBC

Impasse na crise plítica da Coreia do Sul

Impasse na crise plítica da Coreia do Sul

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro