
Crédito, A24/Netflix/Universal Pictures
- Author, Nicholas Barber e Caryn James
- Role, BBC Culture
Há 4 minutos
Os críticos da BBC Caryn James (CJ) e Nicholas Barber (NB) escolhem seus principais concorrentes ao Oscar do ano que vem, em diversas categorias, e revelam aqueles que talvez possam ter perdido a esperança de ganhar o prêmio da Academia. Confira!

Crédito, Focus Features
Jessie Buckley
Sem querer dar azar, Jessie Buckley provavelmente irá gabaritar, conquistando todos os prêmios de melhor atriz, desde os primeiros grupos de eleitores da crítica até a longa marcha até o inevitável Oscar.
Seu desempenho como Agnes, a esposa de Shakespeare, em Hamnet: A Vida Antes de Hamlet, é vibrante e comovente, ainda mais quando ela tenta desesperadamente salvar seu filho da morte.
O público dos festivais vem soluçando alto durante as apresentações. E todos sabemos como os eleitores dos prêmios adoram uma grande cena emocional.
Buckley foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme A Filha Perdida (2021) e conhece o caminho da campanha. E, desta vez, a pressão é total, já que o Oscar provavelmente será dela, com todo o direito.
E Buckley terá companhia durante o trajeto. Hamnet é sério candidato aos principais prêmios, como o de melhor filme, melhor direção para Chloé Zhao, melhor ator coadjuvante para Paul Mescal como Shakespeare e melhor roteiro adaptado. (CJ)
Ariana Grande
Será que Ariana Grande pode ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante por Wicked: Parte II?
Não surpreende que os críticos questionem esta possibilidade. Afinal, sua interpretação da tola, mas sensível Glinda é um brilhante e cômico deleite. E o filme em si certamente será um dos maiores sucessos do ano.
Mas a possível vitória de Grande seria uma conquista única.
Da mesma forma que Wicked foi o primeiro musical da Broadway a ser dividido em dois filmes, ela seria a primeira a ser indicada ao Oscar por interpretar o mesmo personagem dois anos seguidos.
Quem chegou mais perto foi Al Pacino, indicado duas vezes por interpretar Michael Corleone com um ano de intervalo, em O Poderoso Chefão (1972) e O Poderoso Chefão 2 (1974).
E nunca se sabe: a estrela parceira de Grande em Wicked, Cynthia Erivo, também poderá ser indicada pelo segundo ano consecutivo. (NB)

Crédito, Warner Bros Pictures
Ryan Coogler
Ryan Coogler foi diretor e roteirista dos filmes Creed: Nascido para Lutar (2015) e Pantera Negra (2018). Ou seja, ele é um dos poucos cineastas que ganham fortunas na bilheteria e ainda são elogiados pelos críticos.
Mas onde estão as indicações de Coogler ao Oscar? Pantera Negra foi indicado para melhor filme e para outros seis prêmios da Academia, mas seu diretor e roteirista ficou esquecido.
Este ano, ele apresenta o filme Pecadores, uma visão pessoal intensa e original dos mitos sobre vampiros. Mais do que isso, ele é também o maior filme americano de 2025 que não foi baseado em videogames, desenhos, franquias já existentes ou, no caso de F1, eventos esportivos de renome.
Por tudo isso, a Academia não pode mais ignorar Ryan Coogler. (NB)
Timothée Chalamet
Timothée Chalamet é o Sr. Oscar do ano com o filme Marty Supreme, após ter sido indicado no ano passado por interpretar Bob Dylan em Um Completo Desconhecido.
Seu personagem deste ano também é baseado em uma pessoa real, um campeão de tênis de mesa dos anos 1950 que foi transformado no personagem fictício Marty Mauser.
Timmy interpreta o personagem com um bigode fino e óculos desajeitados. Vamos ver se ele irá se caracterizar como Mauser durante a temporada de premiações, como fez com Bob Dylan.
Da mesma forma que ele contava sem parar como aprendeu a cantar e tocar violão para interpretar Dylan, sabemos, agora, que ele vem praticando tênis de mesa há oito anos (o quê? como?).
Chalamet chegou a levar uma mesa para o Festival de Cinema de Cannes, na França. É preciso admitir que acompanhar suas campanhas de premiação pode ser hilariante.
E, de fato, ele pode mesmo ganhar o Oscar. Chalamet consegue a improvável façanha de transformar o conivente e, às vezes, desagradável Marty Mauser em um personagem fascinante no cinema. (CJ)

Crédito, Warner Bros Pictures
Uma Batalha Após a Outra
Como é possível não gostar de um filme que traz Leonardo DiCaprio correndo de um lado para outro de roupão, nos fazendo rir ao tentar se lembrar da senha que permitiria a um grupo revolucionário salvar sua filha sequestrada?
Filme de ação, drama e comédia, com afiada temática política, Uma Batalha Após a Outra é um dos melhores filmes do ano e domina as conversas sobre as premiações de 2025. São duas avaliações que nem sempre andam juntas.
Paul Thomas Anderson, misteriosamente, nunca conquistou o Oscar, mesmo com diversas indicações para melhor filme e melhor diretor por Trama Fantasma (2017), Sangue Negro (2007) e Licorice Pizza (2021). Fica a impressão de que o Oscar para Anderson já está atrasado.
Uma Batalha Após a Outra certamente será indicado para o prêmio de melhor filme, Anderson pode ganhar por melhor roteiro adaptado, Leo poderá receber mais uma indicação como melhor ator e ainda há três fortes concorrentes para os prêmios de ator e atriz coadjuvante: Sean Penn, Benicio del Toro e Teyana Taylor.
A bilheteria, até aqui, pode estar abaixo do esperado, mas este ainda é, de longe, o mais forte concorrente aos prêmios deste ano. (CJ)
Frankenstein
Guillermo del Toro é especializado em espetáculos extravagantes. E Frankenstein é o mais extravagante de todos.
O filme certamente já era candidato ao Oscar de melhor direção de arte, melhor figurino e melhor maquiagem e penteado. Mas Frankenstein está voltando dos mortos em outras categorias, agora que os espectadores estão apreciando o filme na Netflix e debatendo seus méritos online.
Frankenstein passou a ser um provável indicado ao prêmio de melhor filme e também se comenta que Jacob Elordi, que interpreta o monstro, pode ser indicado ao Oscar.
Surge daí a questão: em um filme que conta a sua história do ponto de vista de Victor em primeiro lugar e, depois, do monstro, Elordi seria um ator principal ou coadjuvante? (NB)

Crédito, Festival de Cinema de Cannes
Jafar Panahi
Histórias dinâmicas fora da tela nunca fazem mal a uma campanha de premiação. E o estimado diretor iraniano Jafar Panahi é o caso mais dramático do ano.
Preso por duas vezes por filmes que desagradaram o governo do seu país, Panahi produziu Foi Apenas um Acidente clandestinamente e o mandou para fora do Irã em um pendrive.
O filme ganhou a Palma de Ouro, o principal prêmio do Festival de Cannes. E, agora, é a obra inscrita pela França para o Oscar de melhor filme internacional.
Sua chance de vitória é grande, pois sua simples produção já é um triunfo.
Curiosamente, o drama fala sobre um ex-prisioneiro que sequestra um homem que ele acredita ser seu torturador, mas é entrelaçado com uma comédia grotesca.
Panahi talvez figure também nas categorias de melhor diretor e roteiro original. Mas há outros fortes concorrentes ao prêmio de melhor filme internacional.
Em Cannes, por exemplo, o poderoso drama político brasileiro O Agente Secreto valeu o prêmio de melhor diretor para Kleber Mendonça Filho e de melhor ator para Wagner Moura. Ou os eleitores talvez prefiram evitar a política e optar pelo norueguês Sentimental Value.
Mas Panahi vem fazendo grandes filmes há anos e nunca teve uma chance maior de vitória na temporada de premiações do que este ano. (CJ)

Crédito, Vitrine Filmes
Amy Madigan
Os filmes de terror costumam ser menosprezados no Oscar. Mas eles vêm fazendo grande sucesso e, quem sabe, este possa ser o ano do gênero.
Pecadores e Frankenstein certamente irão se sair bem. Mas vem crescendo a campanha em favor da indicação de Amy Madigan ao prêmio de melhor atriz coadjuvante pelo arrepiante filme A Hora do Mal, do cineasta Zach Cregger.
Ela interpreta Gladys, uma personagem gloriosamente grotesca, que já se tornou meme nas redes sociais e fantasia de Halloween.
O mais curioso é que Madigan, hoje com 75 anos, foi indicada para o prêmio de melhor atriz coadjuvante uma vez, há exatos 40 anos, por um drama chamado Duas Vezes na Vida (1985) — um título que pode se tornar mais do que apropriado para a ocasião. (NB)

Crédito, TIFF
Stellan Skarsgård
É estranho dizer isso, mas, aos 74 anos, Stellan Skarsgård pode ganhar sua primeira indicação ao Oscar.
Ele se firmou como ator há décadas e, muitas vezes, acaba sendo esquecido. Mas ele aparece melhor do que nunca no drama familiar Sentimental Value, interpretando Gustav Borg, um famoso diretor de cinema absorto em si mesmo, mas nunca monstruoso, que enfrenta o mal que ele causou às suas duas filhas.
Skarsgård é realmente a alma do filme e deveria ser considerado ator principal. Mas sua campanha é para o prêmio de coadjuvante.
Isso o coloca em uma forte concorrência com Paul Mescal (Hamnet - A Vida Antes de Hamlet) e Sean Penn e Benicio del Toro (Uma Batalha Após a Outra), que certamente irão receber a indicação.
Juntos, os quatro atores fazem da categoria de melhor ator coadjuvante uma das melhores e mais indefinidas do ano.
Stellan e pai dos atores Alexander e Bill Skarsgård e já se mostrou um sucesso revigorante na campanha para o Oscar. Em uma entrevista, ele se autodenominou ironicamente um "papai nepotista". (CJ)
Guerreiras do K-Pop
Desde que foi entregue o primeiro Oscar de melhor filme de animação, em 2002, a maioria dos troféus acabou nos escritórios da Pixar. Os demais foram divididos entre a Disney, a DreamWorks e dois outros estúdios.
Mas os tempos parecem estar mudando. Os três últimos Oscars de melhor animação foram para a Netflix (Pinóquio, de Guillermo del Toro), o Studio Ghibli (O Menino e a Garça) e para uma equipe da Letônia, França e Bélgica (Flow). E a tendência pode muito bem continuar este ano.
Guerreiras do K-Pop estreou em junho na Netflix. Neste curto período, o desenho ficou tão popular que ganhou duas curtas exibições no cinema, incluindo uma versão karaokê.
Em um ano em que o cinema de animação tropeçou (Elio, Smurfs e Os Caras Malvados 2 não irão ganhar prêmios), será que o Oscar pode ir para um musical da Netflix sobre um grupo pop coreano caçador de monstros? (NB)
Antes, favoritos... mas não mais
Uma conclusão básica sobre a temporada de premiações: nada está garantido. Alguns dos filmes mais esperados do ano chegaram efervescendo e acabaram no frio absoluto.
A maior surpresa foi Coração de Lutador: The Smashing Machine, com Dwayne Johnson ("The Rock") partindo para o drama como o lutador de artes marciais Mark Kerr.
O filme atende a vários requisitos para a premiação. É um filme biográfico, baseado em fatos reais, de um diretor respeitado, Benny Safdie.
Seu astro principal é conhecido por agradar o público e comprova ser um bom ator, no que deveria ser uma ocasião de reconhecimento para Johnson.
Mas, apesar das boas críticas, a desastrosa bilheteria do filme pôs fim às suas aspirações.
A outra decepção foi Depois da Caçada, de Luca Guadagnino. Nele, Julia Roberts, ainda uma queridinha de Hollywood, interpreta uma irritadiça professora universitária envolvida em um escândalo.
A crítica e o público rejeitaram o filme e seu roteiro #MeToo foi considerado exagerado e monótono.
Os dois filmes estrearam no Festival de Veneza, normalmente uma das plataformas de lançamento mais fortes para a temporada de premiações.
Por isso, é preciso não contar com os ovos (ou os troféus) antes do tempo. (CJ)
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciará as indicações ao Oscar no dia 22 de janeiro de 2026. A 98ª cerimônia de entrega do Oscar está marcada para 15 de março.

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