Um assessor de Gilberto Kassab (PSD), secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi alvo de operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (12) contra fraudes em licitações de prefeituras. Segundo o governo, ele pediu demissão horas após a ação.
Mario Botion era diretor de Convênios do escritório regional de Campinas da Secretaria de Governo e tinha sob sua responsabilidade a intermediação de acordos para a liberação de repasses financeiros entre a gestão Tarcísio e prefeituras da região. Ele foi nomeado para o cargo de confiança em 31 de julho deste ano.
Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Botion e em uma de suas empresas, em Limeira, no interior do estado —ele foi prefeito da cidade entre 2017 e 2024 pelo PSD, partido do qual Kassab é presidente nacional.
Ele foi um dos alvos da operação Coffee Break, feita em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União), que apura fraudes em licitações para desvios de verbas da área da Educação em prefeituras.
De acordo com a CGU, o esquema envolveu duas empresas fornecedoras de material didático, de Sumaré e Hortolândia, e, ao todo, 50 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de São Paulo e do Paraná e no Distrito Federal.
Em um dos alvos em São Paulo, a PF apreendeu R$ 2,1 milhões em dinheiro.
"As investigações apontaram indícios de crimes contra a Administração Pública, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de superfaturamento e tráfico de influência", informou nota divulgada pela controladoria.
A PF não esclareceu se Botion é investigado por sua atuação na prefeitura ou no governo do estado. A assessoria de comunicação da corporação em Campinas, que coordenou a operação, informou que o caso está sob sigilo.
O assessor também responde dois processos por improbidade administrativa na Justiça de São Paulo, mas sem decisões condenatórias.
"Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa", disse, também por nota, a Polícia Federal.
A reportagem tentou, sem sucesso, contato com Botion para ouvi-lo sobre o caso. Já a Secretaria de Governo informou, por nota, que ele pediu demissão. "O diretor de Convênios do Escritório Regional de Campinas será exonerado a pedido", diz o texto.
A demissão de Botion é a segunda baixa entre integrantes da mesma função na equipe de Kassab em duas semanas.
No mês passado, Kassab havia nomeado para a regional do Vale do Ribeira o ex-prefeito de Ilha Comprida, Décio Ventura. O ex-mandatário tem histórico de problemas com os tribunais de contas da União e do Estado e quatro decisões vigentes que o proibiam de disputar eleições.
Na semana passada, quando a Folha questionou os motivos de Ventura ter sido nomeado para um cargo na gestão Tarcísio, o ex-prefeito também foi exonerado. Em entrevista, ele afirmou que pediu demissão porque não queria causar problemas.

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