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Ata do Copom descreve quadro que sinaliza altas nos juros além de março

Dúvidas sobre a desaceleração

Também a aposta de que o ritmo de altas da taxa básica de juros (taxa Selic) possa ser reduzido depois do Copom de março, quando os juros devem avançar para 14,25% nominais ao ano, que havia ficado de certo modo subentendido no comunicado divulgado no encerramento do Copom de janeiro, perdeu força na ata.

"Os dados mais recentes oferecem sinais incipientes de que alguma moderação do crescimento, em linha com o cenário-base, possa estar se iniciando, em particular no setor de bens e em setores mais sensíveis a crédito. No entanto, alguns elementos atenuadores sugerem parcimônia nas conclusões. Os dados ainda são de alta frequência, e as dificuldades com sazonalidade e revisões frequentes em tais séries demandam maior cautela na análise." Parágrafo 7 da ata do Copom de janeiro

Outro ponto que chama a atenção na ata do Copom de janeiro é a ênfase à necessidade de sintonia entre as políticas monetária e fiscal. Nunca foram tão explícitas e detalhadas as dificuldades encontradas pelo Copom para a contenção da inflação diante da combinação de uma política de juros restritiva com uma política fiscal expansionista, esta em conjunto com estímulos de crédito.

"O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade." Parágrafo 9 da ata do Copom de janeiro

É evidente o aumento da ineficiência, tanto da política monetária quanto da política fiscal, se cada uma puxa para um lado contrário ao que a outra persegue. Cabos de guerra entre política de juros e déficits públicos torna, de um lado, o controle da inflação mais difícil e custoso, e reduz os efeitos positivos dos programas impulsionados por gastos do governo, principalmente na área social.

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