Joe Biden

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  • Author, Sam Cabral and Sarah Smith
  • Role, Da BBC News em Washington e Milwaukee
  • Há 2 minutos

A campanha de Joe Biden enfrentou mais pressão na quinta-feira (19/07), em meio a relatos de que Barack Obama estaria preocupado com as possibilidades de reeleição do presidente Joe Biden.

A atmosfera está definitivamente mais sombria entre os democratas — ainda mais após a divulgação de novas pesquisas sugerindo que Donald Trump continua avançando.

Um membro sênior do partido do presidente disse à BBC que muitos democratas já acham que a renúncia de Biden é “inevitável”.

Uma pesquisa realizada entre os dias 16 e 18 de julho e divulgada na quinta-feira pela CBS News, parceira americana da BBC, mostrou que Biden está cinco pontos atrás de Trump — a maior margem registrada nesta campanha.

No entanto, a campanha de Biden rechaçou as alegações de que há preocupação entre as figuras de maior expressão dentro do Partido Democrata, dizendo que eram “infundadas”, e insistiu que ele continuará sendo o candidato.

Segundo o jornal Washington Post, Obama teria dito em conversas privadas que as chances de Biden diminuíram muito.

A assessoria do ex-presidente não quis comentar.

Há relatos também de que a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi e dois dos democratas mais importantes do Congresso, Hakeem Jeffries e Chuck Schumer, teriam aconselhado Biden a abrir mão de sua candidatura pelo bem do partido.

Todos os políticos mencionados negaram os relatos.

Segundo disse à BBC News uma fonte democrata sênior em Washington, no partido “estamos todos esperando a decisão inevitável”.

Adam Smith, congressista democrata pelo Estado de Washington, pintou um quadro igualmente sombrio.

Questionado durante o programa The World Tonight, da rádio 4, da BBC, se o partido estava “chegando ao fim” da candidatura Biden, ele disse: “Essa é a minha sensação. Quero dizer, eu não sei. Mas, sem dúvida, acho que essa é a direção que isso está tomando agora.”

Dias difíceis

Trump levanta o punho após ataque contra ele

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Legenda da foto, O candidato republicano Donald Trump, cercado por agentes do Serviço Secreto, enquanto era retirado do palco em um evento de campanha eleitoral em Butler, Pensilvânia, em 13 de julho

Biden enfrentou semanas difíceis desde sua péssima participação no primeiro debate presidencial no final do mês passado.

No seu primeiro discurso desde que sobreviveu a uma tentativa de assassinato, Trump adotou um tom confiante.

Refletindo o positivismo que prevalece entre os republicanos, os delegados e apoiadores de Trump presentes na convenção em Milwaukee demonstraram otimismo durante toda a semana.

Contrastando com a atmosfera sombria que ronda os democratas, Biden tem adotado um tom desafiador em resposta à pressão do partido para que abandone a candidatura.

O presidente continua contando com o apoio público de muitos políticos, incluindo membros da poderosa bancada negra do Congresso.

Schumer, líder da maioria no Senado, e Jeffries, o democrata mais graduado na Câmara dos Deputados, teriam dito a Biden na semana passada que seus colegas no Congresso estavam “preocupados” que os problemas do presidente afetassem suas próprias chances de reeleição.

Schumer disse que a informação de que a conversa teria ocorrido eram “especulações inúteis”.

Jeffries disse que o que aconteceu entre ele e o presidente foi “uma conversa privada que permanecerá privada”.

Enquanto isso, a CNN informou que Pelosi disse a Biden que as pesquisas mostram que ele não tem chance de vencer. Posteriormente, Nancy Pelosi disse que a reportagem era parte de um “frenesi de informação”, mas não negou que uma conversa com Biden tenha ocorrido.

Jamie Raskin, congressista de Maryland, escreveu a Biden, comparando o presidente a um arremessador de beisebol no final de sua carreira - dizendo que “não havia vergonha” em se aposentar “diante da enorme gratidão e reconhecimento da torcida quando chegar o momento e seu braço estiver cansado”.

Mas TJ Ducklo, assessor sênior da campanha de Biden, classificou os relatos sobre essa crescente preocupação no partido como “conjecturas infundadas de fontes anônimas”.

“Joe Biden é o candidato do partido”, escreveu ele no X. “Ele está concorrendo à reeleição”.

O vice-coordenador da campanha democrata Quentin Fulks negou que Biden estivesse hesitante. “O presidente já tomou sua decisão. Não quero ser rude, mas não sei quantas vezes mais iremos reafirmar isso.”

Segundo o médico da presidência Kevin O'Connor, Biden tem problemas respiratórios leves associados à covid, mas continua sem febre.

A Casa Branca disse que o presidente deve se encontrar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na próxima quarta-feira.