Por Sandra Cohen
Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'
Aval americano visa a fortalecer a Ucrânia a dois meses antes de Trump assumir o governo americano.
Os presidentes Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, e Joe Biden, dos EUA, apertam as mãos durante reunião da Otan, em julho de 2024 — Foto: REUTERS/Leah Millis
Sem dizer como, Trump enfatizou que terminará a guerra entre Rússia e Ucrânia em poucos dias após a posse e sinalizou, em diversas ocasiões, que suspenderia a ajuda militar ao país. “Acho que Zelensky é o maior vendedor da história. Toda vez que vem ao nosso país, ele vai embora com US$ 60 bilhões de dólares”, repetiu, com exageros, durante a campanha eleitoral.
A questão é o quanto o uso desses mísseis impactará o rumo da guerra, mas analistas militares especulam que sua ação será restrita. Não está claro, por exemplo, quantos ATACMS a Ucrânia possui. Sabe-se que algumas dessas armas já foram utilizadas em alvos russos dentro do território ucraniano.
O Kremlin descreve a medida dos EUA como "uma nova reviravolta na escalada" no conflito e antecipou que o país reagirá "apropriadamente". O atual governo americano se ampara na tese de que a permissão ao lançamento de mísseis americanos é uma reação a uma escalada russa, e visa a propiciar melhores condições a Zelensky.
O aval americano, contudo, chega tarde. Seu efeito deve ser limitado pela chegada de Trump ao poder.
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