O que aconteceu?
Eventos climáticos são a principal causa da inflação nos alimentos. As adversidades do clima, como temperaturas muito altas, queimadas, grandes períodos de seca e chuvas em volumes acima do normal impactam as lavouras e os solos, aumentando o custo de produção. O custo do fornecimento de energia também é impactado negativamente pela estiagem.
Um estudo publicado na revista Nature mostrou que a inflação relacionada a eventos climáticos pode aumentar os preços de alimentos em até 3% de forma definitiva por ano até 2035. A cada 1º C de aumento nas temperaturas no mês, são mais 0,2% nos preços dos alimentos ao longo do ano seguinte, desconsiderando outros fatores, como guerras e recessões globais.
Em 2024, um dos principais fenômenos climáticos extremos que afetaram pastos e plantações no país foi o El Niño. O fenômeno provoca o aquecimento anormal (cerca de 0,5º C a mais do que a média histórica) das águas do Oceano Pacífico, especialmente na região equatorial.
Quando está ativo, o El Niño faz com que haja mais chuvas na região Sul do país e seca no Norte e no Nordeste. Já quando é a vez da La Niña, é o contrário: chove mais no Norte e no Nordeste e há seca no Sul. São fenômenos naturais, mas as mudanças climáticas amplificaram e muito os efeitos do El Niño, segundo estudos de atribuição do centro de pesquisas World Weather Attribution (WWA).
O El Niño da temporada 2023-2024 entrou no top cinco dos mais fortes da história. A constatação foi feita pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês). Foi durante sua influência que vimos, no mesmo ano, as inundações no Rio Grande do Sul e a grave seca nas regiões Norte e Nordeste. Foram oito ondas de calor no Brasil em 2024, sobretudo no inverno, que foi o segundo mais quente da história com temperatura média de 23,1º C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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