Perda de ritmo da inflação favorece a estabilidade da taxa básica de juros. A recente desaceleração dos índices de preços no acumulado em 12 meses é vista como relevante para contabilizar os resultados do aperto monetário. A trajetória é constatada pela divulgação mais recente do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que voltou ao limite da meta no mês de novembro (4,5%) pela primeira vez desde janeiro.
É positivo para o Copom que a inflação esteja dentro do teto da meta antes de começar a cortar a Selic, mas isso não representa um gatilho para o início dos cortes.
André Valério, economista-sênior do Inter
Aperto monetário traz efeitos prejudiciais para a atividade econômica. Para que a desaceleração da inflação seja efetiva, o esfriamento da atividade econômica é determinante para encarecer o dinheiro e reduzir o consumo. O patamar elevado da taxa Selic foi sentido nos últimos dados do PIB (produto interno bruto). Somente no terceiro trimestre, o indicador avançou 0,1% em comparação com os três meses anteriores e cresceu 1,8% em um ano, menor alta desde a pandemia.
Arrefecimento da economia também deve ser ignorado no veredito do BC. Ainda que os dados evidenciem o efeito danoso dos juros para a atividade, as preocupações são vistas de maneira positiva. "[A desaceleração] não é algo que o BC está alvejando, mas dá indícios de que a atividade está perdendo força para trazer a inflação de novo para o centro da meta", diz Valério. Ele recorda que a percepção anterior era de que a economia estava "imune" ao aumento dos juros.
Mercado de trabalho aquecido centraliza as atenções do Banco Central. As últimas atas e manifestações dos diretores do Copom indicam que uma das preocupações centrais está atrelada ao menor desemprego da história e à evolução dos salários — fatores que podem contribuir para elevar a inflação. "Os vetores inflacionários seguem adversos, como resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho", destacou o documento.
Expectativas mostram que corte dos juros acontecerá no início de 2026. A mediana das projeções do mercado financeiro indica que a taxa Selic passa a cair a partir da segunda reunião do ano que vem, em março, com cinco cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e um ajuste adicional de 0,25 ponto percentual em dezembro. Caso a perspectiva seja confirmada, a Selic chegará ao fim de 2026 em 12,25% ao ano.

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