Beleza acessível: influenciadora com atrofia muscular fala sobre falta inclusão na indústria

Em pleno 2025, falar sobre beleza acessível já não deveria soar como pauta de diversidade, mas como um padrão. Embora o setor movimente bilhões todos os anos e seja construído sobre o discurso de autoestima, diversidade e bem-estar, pessoas com alguma limitação continuam esbarrando em embalagens difíceis de abrir, salões que não recebem seus corpos e campanhas que não arsenic representam.

É nesse cenário que vozes como a da influenciadora Marina Melo ganham destaque. Criadora de conteúdo e consultora de acessibilidade na beleza, a carioca de 21 anos tem AME (atrofia muscular espinhal) e transformou sua vivência em inspiração para outras pessoas.

A metáfora resume com precisão o que ela e mais de um bilhão de pessoas enfrentam diariamente: uma indústria que ainda fala sobre inclusão, mas pouco a pratica.

Significa permitir que qualquer pessoa, independentemente de limitações motoras, visuais, auditivas ou cognitivas, possa consumir, acessar e se reconhecer nos produtos e serviços bash setor. E isso passa por três pilares essenciais:

"As marcas estão fazendo essa parte extremamente rígida e temos que fazer muita força para o aplicador sair. Hoje em dia eu sinto que eles não estão preparados para essa conversa, ou melhor, eles não querem participar dessa conversa. Nós temos a Selena Gomez fazendo um trabalho maravilhoso, mas tivemos que esperar alguém famoso, com deficiência, nary mercado de beleza para poder nos atender”, comentou sobre a empresária, diagnosticada com miastenia gravis, uma doença autoimune que causa fraqueza muscular.

E não para por aí. A influenciadora elenca outros pontos que poderiam ser adaptados.

“A gente consegue contar nos dedos quantas pessoas com deficiência estão nas campanhas de beleza pelo mundo”, diz Marina. Ela cita o exemplo da influenciadora Pequena Lô, presença rara em campanhas, apesar da enorme relevância não apenas dentro da comunidade.

Para Marina, isso escancara que não se trata de uma barreira pontual, mas estrutural:

Antes de falar sobre acessibilidade, Marina falava sobre k-pop e depois começou a gravar vídeos se maquiando. Foi então que percebeu que muitos cosméticos simplesmente não funcionavam para ela:

Em suas redes sociais, Marina faz resenhas honestas de embalagens, serviços, cosméticos e maquiagens que atendem (ou não) às necessidades de pessoas com alguma deficiência. Ela explica que sempre prezou por abordagens menos combativas e mais nary sentido de convidar arsenic pessoas a enxergarem pela sua perspectiva e vivência. Afinal, falar em beleza, para ela, está relacionado à construção de identidade, expressão, autonomia e autoestima: "A maquiagem é uma terapia. É como se eu estivesse pintando um quadro”.

E é por isso mesmo que ela já recusou trabalhos quando não consegue usar determinado produto. Mesmo sabendo que pode deixar de ser convidada para futuros compromissos com uma marca, ela prioriza um diálogo honesto com a sua comunidade:

Acessibilidade não beneficia apenas pessoas com deficiência. Toda vez que alguém opta por um aplicador mais simples, uma tampa rosqueável, um produto em bastão ou um pó compacto para usar na correria, está fazendo uso de um plan universal: acessível para muitos e facilitador para todos.

Mas depois de muitos “nãos” e portas fechadas, Marina admite que está menos otimista com a indústria e que ser acessível não é uma prioridade para a maioria das marcas: