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Comandante da aeronautica diz que general Marco Antônio Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro
Há 25 minutos
Os ex-comandantes da Aeronáutica e do Exército, brigadeiro João Baptista Júnior, e general Freire Gomes, disseram à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) consultou os comandantes militares sobre medidas para se manter no poder mesmo após ter perdido as eleiçoes.
As afirmações foram feita em depoimentos na operação Tempus Veritatis, que investiga tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Segundo os depoimentos, tanto Baptista Júnior quanto Freire Gomes afirmaram que se colocarma contra o que classificaram como "ruptura do regime democrático" e chegaram a alertar sobre a possibilidade de que se Bolsonaro tomasse alguma medida neste sentido, ele poderia ser responsabilizado criminalmente.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tirou o sigilo dos depoimentos na sexta (15). Diversos detalhes sobre os relatos dos militares tinham sido vazados para a imprensa e Moraes afirmou que liberou os depoimentos porque as informações divulgadas por veículos jornalísticos estavam "incompletas". O resto do inquérito continua sob sigilo.
A operação se debruça sobre evidências obtidas pela PF de que Bolsonaro teria envolvimento na elaboração de uma minuta de decreto de Estado de Defesa com medidas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter-se no poder.
O inquérito também investiga indícios de que militares teriam organizado manifestações contra o resultado das eleições e atuaram para garantir que os manifestantes tivessem segurança e, por fim, que o grupo em torno de Bolsonaro teria monitorado os passos de Moraes, incluindo acesso à sua agenda de forma antecipada.
Inicialmente, Bolsonaro negou ter conhecimento da minuta, mas um documento com este mesmo teor foi encontrado depois pela PF na sala do ex-presidente na sede do PL, seu partido.
Bolsonaro negou que tivesse intenções golpistas a partir de então e disse ter agido dentro dos limites da Constituição, ao argumentar que, para ser aplicado, o decreto de estado de defesa dependeria da aprovação do Congresso.
"Continuam me acusando de um golpe, porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha santa paciência", disse em protesto em São Paulo no fim de fevereiro.

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O ex-comandante da FAB Carlos de Almeida Baptista Junior prestou depoimento sobre tentativa de golpe
Freire Gomes confirma minuta golpista
O ex-comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes confirmou em depoimento à PF que Bolsonaro apresentou a minuta ao comando das Forças Armadas, em dezembro de 2022.
Seu relato reforça as revelações da delação premiada do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid.
Freire Gomes também afirmou à PF que a minuta debatida no encontro com Bolsonaro tinha o mesmo conteúdo da encontrada em janeiro de 2023 na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Seu depoimento contraria a versão inicial de Bolsonaro de que não tinha conhecimento de tal documento.
Segundo o ex-comandante do Exército, uma primeira reunião de Bolsonaro com os três comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, ocorreu no dia 7 de dezembro na biblioteca do Palácio da Alvorada.
Na ocasião, estava presente também Filipe Martins, ex-assessor da Presidência da República, que teria lido a minuta e depois se retirado.
Depois, outra reunião foi realizada com o presidente, em que uma versão mais enxuta do documento golpista foi apresentada.
Freire Gomes disse à PF que ele e o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Jr sempre se colocaram, nesses encontros, contra qualquer movimento para tentar manter Bolsonaro no poder após o fim de seu mandato. Já o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, teria colocado sua tropa à disposição do suposto plano golpista.
O general disse ainda à PF que deixou claro a Bolsonaro e ao ministro da Defesa que "o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional" e que "sempre posicionou que o Exército não atuaria em tais situações".
Ele acrescentou no depoimento que "inclusive chegou a esclarecer ao então Presidente da República Jair Bolsonaro que não haveria mais o que fazer em relação ao resultado das eleições e que qualquer atitude, conforme as propostas, poderia resultar na responsabilização penal do então Presidente da República".
Freire Gomes afirmou também, no depoimento, ter dito ao então presidente "que, nas condições apresentadas, do ponto de vista militar não haveria possibilidade de reverter os resultados das eleições".

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1 ano atrás
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