O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) nesta terça-feira (29), selou o apoio do PL à candidatura dele à presidência do Senado e abriu as negociações sobre o espaço do partido na Casa a partir do ano que vem.
A reunião ocorreu na casa do líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), em Brasília, com um grupo pequeno de senadores, além de Alcolumbre: Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado, Wellington Fagundes (PL-MT) e Marcos Rogério (PL-RO).
O PL, segundo relatos, elencou a Alcolumbre as prioridades da sigla: espaço na mesa diretora do Senado, controle de comissões de peso e relatoria de projetos importantes. O grupo também defendeu a votação da anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
De acordo com um dos participantes, Alcolumbre não se comprometeu com a votação de nenhum projeto específico, mas garantiu que vai distribuir cargos e comissões de acordo com o tamanho de cada um dos partidos.
O PL tem hoje a segunda maior bancada do Senado, com 14 senadores, atrás apenas do PSD, com 15. Parlamentares afirmam que Alcolumbre ainda não bateu o martelo sobre como fará a distribuição de cargos se for eleito (se o maior partido terá direito à primeira escolha, por exemplo).
Bolsonaro afirmou a Alcolumbre que o PL não pode ficar alijado no Senado por ser oposição ao governo Lula (PT) —como avalia ter ocorrido após a vitória do presidente atual, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), contra Marinho, no ano passado.
Alcolumbre, de acordo com relatos, disse que o Senado precisa estar coeso para se fortalecer novamente. A declaração foi recebida pelo grupo não só como resposta ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas também à Câmara dos Deputados, que tirou prerrogativas dos senadores sob a gestão de Arthur Lira (PP-AL).
Nesta quarta-feira (30), o PL formalizou o apoio a Alcolumbre após nova reunião no Senado com a presença de Bolsonaro. Nesta terça, o ex-presidente defendeu enfaticamente a anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e a ele próprio, que está inelegível devido a duas decisões da Justiça Eleitoral.
Em entrevista à imprensa, Marinho disse que a anistia não foi colocada pelo partido como condição para o apoio a Alcolumbre, mas admitiu que a bancada quer a garantia de que nenhum projeto de lei será barrado pelo futuro presidente —o que, consequentemente, garante a tramitação da anistia.
"Eu só posso colocar a questão do projeto da anistia quando chegar aqui [no Senado] da Câmara Federal. Não há condicionante. Se chegar aqui, da Câmara Federal, o que nós conversamos foi que qualquer projeto não vai ter óbice", disse Marinho.
A decisão da bancada foi informada um dia depois do lançamento da candidatura do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) à presidência do Senado. Questionado, Marinho afirmou que a legenda vai conversar com Pontes "para que ele convirja com a posição do PL".
Além do PL, anunciaram apoio à candidatura de Alcolumbre o PDT, o PSB e o PP. O senador tenta, agora, o aval do PT e do presidente Lula. PSD, MDB e Podemos também não definiram se vão apoiar Alcolumbre ou lançar candidato próprio.
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