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Bolsonaro se sente mal, cancela agenda em Goiás e retorna para Brasília

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou mal na manhã desta sexta-feira (20), enquanto cumpria uma agenda política em Anápolis (GO). Segundo a assessoria do ex-presidente, ele voltou para sua casa em Brasília.

Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia abdominal complexa em abril, que durou cerca de 12 horas, e recebeu alta três semanas depois. Foi a sexta e mais longa cirurgia do tipo desde a facada que levou na barriga durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora (MG).

Nesta sexta, a informação sobre a saúde do ex-presidente foi divulgada pelo prefeito da cidade, Márcio Corrêa (PL), em publicação no seu perfil do Instagram. Ele disse que Bolsonaro teve que retornar a Brasília por questões de saúde e que, por este motivo, sua agenda na cidade estava cancelada.

O ex-presidente iria receber o diploma de honra ao mérito da prefeitura, no Teatro São Francisco, "em reconhecimento à trajetória pública". Sem a presença dele, o prefeito pediu no local orações a Bolsonaro.

Antes de passar mal, Bolsonaro havia visitado o Frigorífico Goiás, o mesmo que vendeu a "Picanha Mito" a R$ 22 (número de Bolsonaro na urna) durante as últimas eleições presidenciais. O ato rendeu à empresa um inquérito da Polícia Federal por propaganda eleitoral irregular.

Um dia antes, Bolsonaro participou de uma agenda na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, quando recebeu o título de cidadão da cidade. Na ocasião, pediu desculpas e disse que estava muito mal. "Vomito dez vezes por dia", disse. Ele também disse que muitos não acreditavam em sua vitória em 2018, que, segundo ele, foi decidida "pela mão de Deus".

Em seguida, o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou que ninguém na política do país "fez um sacrifício tão grande como Bolsonaro faz todos os dias" e que "poucos dariam conta de suportar o que ele está suportando".

"Quando a gente estava entrando aqui no auditório, faz uma hora que ele [Bolsonaro] está falando que não está se sentindo bem, que está cansado, que está se sentindo mal e que não daria conta de falar. Já vi ele fazer isso inúmeras vezes, só que quando ele chega aqui e recebe o carinho de vocês, olha para as pessoas que saem de suas casas, ele se sente na obrigação de retribuir isso", disse.

Pessoas próximas ao ex-presidente afirmaram que ele passará por exames no hospital DF Star neste sábado (21), sob os cuidados do médico Claudio Birolini. Segundo relatos, Bolsonaro vinha se sentindo mal desde a quarta-feira (11), mas, apesar do desconforto, decidiu manter a agenda e viajar para Goiás para cumprir compromissos assumidos previamente.

Em postagem no X (antigo Twitter), o vereador Carlos Bolsonaro (PL) citou a facada que Bolsonaro recebeu em 2018 e acrescentou que o ex-presidente faz uso de analgésicos opioides: "Para controlar dores agudas, foi necessária a administração de medicamentos opioides –alguns com efeitos comparáveis aos da heroína médica, como o fentanil ou similares, geralmente restritos a ambientes hospitalares de alta complexidade", disse.

Carlos aproveitou a postagem para lançar dúvidas sobre a autoria do atentado, dizendo que Adélio Bispo, autor da facada, teria sido "blindado" por um suposto sigilo jurídico de seus advogados. A Justiça autorizou a quebra de sigilo do advogado de Adélio em 2021. Em 2024, a Polícia Federal concluiu pela segunda vez que Adélio agiu sozinho e apontou que não havia qualquer relação entre os advogados e um hipotético mandante do atentado.

Na última semana, Bolsonaro passou por um interrogatório sobre a trama golpista no STF (Supremo Tribunal Federal), diante do ministro Alexandre de Moraes. Foi a primeira vez que ele respondeu a questionamentos da corte sobre no caso. Na ocasião, negou ter discutido planos para dar um golpe de Estado, mas admitiu ter discutido com chefes das Forças Armadas alternativas —segundo ele, dentro da Constituição.

Inelegível até 2030, o ex-presidente é réu no STF sob acusação de liderar uma tentativa de golpe para impedir a posse de Lula. Ele é acusado dos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado. Se condenado, pode pegar mais de 40 anos de prisão, além de aumentar seu período de inelegibilidade, que atualmente vai até 2030.

Colaborou Marcos Hermanson, em São Paulo

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