7 meses atrás 10

Brasil está entre países que 'sufocam', e Trump não permitirá que EUA sejam 'explorados', diz embaixada

Trump mostra tabela do tarifaço por país — Foto: Brendan Mialowski/AFP

No caso dos produtos brasileiros, a tarifa será de 10%, a mesma anunciada para o Reino Unido. Europa (20%) e China (34%) ficaram com tarifas ainda maiores.

"Certos países, como Argentina, Brasil, Equador e Vietnã, restringem ou proíbem a importação de bens remanufaturados, restringindo o acesso ao mercado para exportadores dos EUA, ao mesmo tempo em que sufocam os esforços para promover a sustentabilidade, desencorajando o comércio de produtos quase novos e com uso eficiente de recursos", afirma o comunicado divulgado pela embaixada.

O comunicado faz menção à existência de déficit comercial – quando um país importa mais de outro país do que exporta para este país – como justificativa para a adoção das medidas.

"O presidente Trump se recusa a permitir que os EUA sejam explorados e acredita que as tarifas são necessárias para garantir comércio justo, proteger trabalhadores americanos e reduzir o déficit comercial", acrescenta o documento, em outro ponto.

'Tarifaço' de Trump derruba dólar e bolsas dos EUA, Europa e Ásia

'Tarifaço' de Trump derruba dólar e bolsas dos EUA, Europa e Ásia

Ainda segundo o comunicado, Donald Trump buscará "nivelar" a economia para empresas e trabalhadores americanos, confrontando o que chama de "disparidades tarifárias injustas", além de barreiras não tarifárias impostas por outros países. A Casa Branca entende que os países "têm se aproveitado dos EUA".

Segundo o governo brasileiro, porém, a relação com os Estados Unidos é superavitária para os americanos. Isto é, os Estados Unidos exportam mais para o Brasil do que importam, em valor agregado. No comércio internacional, isso representa uma posição favorável para os EUA.

Segundo o Itamaraty, dados do próprio governo norte-americano mostram que o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi de cerca de US$ 7 bilhões, somente em bens. Somados bens e serviços, o superávit chegou a US$ 28,6 bilhões no ano passado.

"Trata-se do terceiro maior superávit comercial daquele país em todo o mundo", afirma o governo federal.

"Somos um país que não tolera ameaça à democracia, que não abre mão de sua soberania, que não bate continência para nenhuma outra bandeira que não seja a bandeira verde e amarela, que fala de igual para igual e que respeita todos os países — dos mais pobres aos mais ricos —, mas que exige reciprocidade no tratamento", afirmou o presidente.

Um dia após 'tarifaço' de Trump, Lula cita Lei da reciprocidade e fala que Brasil "não bate continência"

Um dia após 'tarifaço' de Trump, Lula cita Lei da reciprocidade e fala que Brasil "não bate continência"

Conforme a nota, a nova tarifa, somada a outras já em vigor, terá impacto direto sobre todas as exportações de bens do Brasil para os Estados Unidos – o país é o segundo maior parceiro comercial do Brasil no mundo, atrás somente da China.

"À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo do Brasil buscará, em consulta com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos", afirmou o comunicado conjunto.

"Ao mesmo tempo em que se mantém aberto ao aprofundamento do diálogo estabelecido ao longo das últimas semanas com o governo norte-americano para reverter as medidas anunciadas [...], o governo brasileiro avalia todas as possibilidades de ação para assegurar a reciprocidade no comércio bilateral, inclusive recurso à Organização Mundial do Comércio, em defesa dos legítimos interesses nacionais", acrescentou o governo brasileiro.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro