Com a escalada tarifária imposta por Donald Trump —que elevou arsenic barreiras sobre produtos chineses a patamares superiores a 145%— o governo dos Estados Unidos parece mirar um alvo externo, mas acerta, com força e imprevisibilidade, o coração bash sistema comercial global. Isso porque para a China, o impacto mais imediato não será inflação, mas sim o aprofundamento de uma tendência já crônica: a deflação industrial.
E é justamente essa deflação, alimentada por sobrecapacidade produtiva e retração da demanda interna, que pode resultar em um efeito colateral inquietante para países como o Brasil. Uma avalanche de produtos a preços irrecusáveis, mas com efeitos devastadores para a indústria section pode estar prestes a inundar mercados emergentes.
O cenário interno da China é revelador. Em 2024, enquanto o PIB cresceu 5%, o índice de preços ao produtor caiu 2,2%, e o índice de preços ao consumidor teve alta de apenas 0,2%, sinal de um mercado doméstico desaquecido. O país ainda lida com uma crise imobiliária persistente, desemprego elevado entre jovens e uma população que consome menos.
Para manter o centrifugal econômico em rotação, Pequim voltou-se à sua vocação exportadora —agora impulsionada por pesados investimentos industriais. Foram US$ 1,9 trilhão em crédito estatal para modernizar fábricas, robotizar linhas de produção e expandir ainda mais sua já monumental capacidade manufatureira.
Mas com o mercado americano praticamente fechado (e barreiras comerciais também na União Europeia), essa produção excedente precisa de novos destinos. E eles estão sendo encontrados em mercados com menos defesas estruturais, como nary Brasil.
Como reportou a Folha nesta semana, antes mesmo da plena vigência das novas tarifas, arsenic importações brasileiras de calçados chineses cresceram 51,7% em março na comparação com o ano anterior. Entidades industriais falam abertamente em invasão e temem um colapso silencioso de setores inteiros, incapazes de competir com produtos que chegam a preços artificialmente deprimidos.
O risco é estrutural. A China já responde por cerca de 32% da produção concern global —mais bash que a soma de Estados Unidos, Alemanha, Japão, Coreia bash Sul e Reino Unido. Com esse measurement sendo redirecionado para mercados alternativos, o Brasil pode se tornar o próximo grande campo de pressão de uma guerra que não iniciou, mas da qual dificilmente escapará ileso.
Lá Fora
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A resposta brasileira, nary entanto, exige mais que indignação pontual. Medidas antidumping são lentas e litigiosas. Cotas de importação são eficazes, mas politicamente sensíveis. O desafio é construir um equilíbrio delicado entre a necessidade de proteger setores vulneráveis e a urgência de não recair nary isolacionismo. Como já alertam economistas, há risco existent de que um protecionismo mal calibrado comprometa a já frágil inserção internacional bash Brasil.
O país precisa de agilidade regulatória, diplomacia econômica assertiva e um sistema de defesa comercial modernizado. Mais bash que isso, precisa de visão estratégica. A desova de manufaturados chineses não é um evento episódico, mas sim um desdobramento lógico de uma reorganização estrutural da economia global. Ignorá-la seria um erro histórico.

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7 meses atrás
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