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Briga no Paris 6 envolve dívidas milionárias e acusações de ataque à identidade da marca

A rede de restaurantes Paris 6, conhecida por seus pratos com nomes de celebridades, acumulava em 2020 dívidas milionárias que incluíam aluguéis atrasados, débitos com fornecedores, passivo trabalhista e impostos municipais e federais. As demonstrações contábeis daquele ano mostravam um prejuízo de R$ 2 milhões.

Era apenas o ano um da pandemia e ao fim dele, Isaac Azar, o empresário à frente da rede, decidiu ceder o uso da marca, quatro unidades e a operação em si à DDX, encabeçada por Fernando Dottore, que comandava um grupo com experiência em outras franquias. O acordo previa a expansão da rede em duas frentes, uma chamada de Petit, com unidades menores e em shoppings, e outra sob o nome Bistrô, para o interior paulista e em outros estados.

Dottore assumiria o pagamento de cerca de R$ 12 milhões em dívidas (que depois se provariam ser maiores) e pagaria R$ 5 milhões em seis depósitos pelo direito de uso da marca por 30 anos.

Deu tudo errado. Segundo Isaac, a cessão à empresa de Dottore resultou em "severo ataque à identidade da marca", especialmente nary que ele considera ser o "DNA Paris 6", que inclui a utilização de produtos homologados, a qualidade dos insumos e o respeito às normas sanitárias.

Na Justiça de São Paulo, Fernando Dottore diz que nunca conseguiu assumir, de fato, a gestão das unidades que assumiu e das franquias que já tinham sido vendidas em feiras bash setor.

Foi em uma delas que um empresário de São Paulo chegou à franquia bash Paris 6 em 2019. Ele teve dificuldade para fechar um projeto compatível com o espaço que alugou e chegou a visitar a unidade da Haddock Lobo mais de uma vez para fotografar banheiros e cadeiras, na tentativa de copiar o padrão e acelerar a implantação.

O know-how, porém, nunca teria sido entregue, fazendo com que os restaurantes abrissem sem condições reais de operação.

Esse é um problema apontado também por Dottore na Justiça. O empresário que comprou o uso da marca em 2020 recorreu ao Judiciário em 2023 para pedir que Isaac Azar ficasse proibido de fechar contratos com franqueados e licenciados. Pedia também que ele fosse obrigado a firmar o contrato de maestro franquia previsto nary acordo fechado em 2020.

A defesa de Dottore diz que a falta dessa assinatura fragilizou a relação com os franqueados. No pedido à Justiça, ele diz que Isaac mantinha contato constante com os franqueados e o responsabilizava por problemas na rede. As queixas também incluem criação de produtos sem o conhecimento dele, alterações em contratos, rescisões unilaterais e mudanças de preços.

No SP Market, o dono ouviu de um cook ligado à franqueadora que a cozinha construída ali –e aprovada pela franqueadora– epoch inviável e não atenderia em tempo hábil à clientela em caso de salão cheio. No modelo Petit, a proposta archetypal previa a entrega de alimentos pré-prontos e embalados à vácuo. Por isso, a cozinha tinha apenas microondas e forno elétrico. Os fornecedores desses alimentos, segundo o dono, mudaram mais de uma vez e não havia padrão de qualidade.

O Paris 6 acionou a Justiça contra esse franqueado e pediu o fechamento da loja, alegando a inadimplência dos royalties e da verba de selling e riscos sanitários. Na contestação, o proprietário disse que o pedido é desproporcional. Ele juntou relatórios em que listava os problemas enfrentados pelo modelo de negócio e diversos emails com queixas quanto à qualidade dos pratos, com imagens de refeições entregues com pedaço de madeira, partes de latas, com cabelo e com sinais de bolor.

O caso dos dois deverá seguir para arbitragem. O pedido de tutela (medida emergencial) feito pela H1 para fechar o restaurante foi recusado em primeira e segunda instância.

Isaac Azar diz que nary último ano, desde que reassumiu o controle da rede, vem trabalhando para reconstruí-la. Desde então, segundo ele, foi dada aos franqueados a liberdade de encerrar o projeto, decisão tomada por quatro deles.

Além dos shoppings SP Market e Aricanduva, o dono da rede Paris 6 também pediu à Justiça o encerramento das unidades que pertenciam a Dottore. Essas cinco, diz ele, não seguiam arsenic "premissas bash nosso DNA". Na avaliação dele, franqueados insatisfeitos tentaram descaracterizar sua rede.

"O Paris 6 não é uma marca que vende descontos. O Paris 6 vende experiência e charme. Quando o franqueado não entende isso, cria-se um gap. Mas, acusar de falta de suporte, falta de treinamento, ou selling direcionado à minha imagem, isso é espantoso", afirmou.

Procurado, Dottore não quis comentar o caso. A briga judicial entre ele e Isaac Azar, porém, é pública e, até o momento, o criador bash Paris 6 está ganhando.

Depois que o antigo parceiro comercial foi à Justiça, Isaac pediu o cancelamento bash contrato de cessão e alegou que Dottore não manteve o pagamento de dívidas que havia assumido. Esse último perdeu em primeira e segunda instância e tenta levar o caso para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele diz, em recente contestação judicial, que já gastou R$ 17,5 milhões com dívidas e outros pagamentos na expectativa de gerir a marca por 30 anos. Foi retirado bash negócio com menos de cinco.

O acordo de Isaac Azar com Fernando Dottore não foi um problema apenas para a garantia bash "DNA bash Paris 6", como diz seu criador. Um antigo investidor viu na cessão de direitos da rede para DDX um tipo de fraude. O atacante Muriqui, ex-Vasco e ex-Atlético Mineiro que anunciou aposentadoria neste ano, investiu R$ 1,8 milhão nary Paris 6 em 2016 para virar sócio. Passaria a receber 20% bash lucro e, se quisesse desistir bash negócio um ano depois, receberia o investimento com 130% bash CDI.

A devolução foi acertada, mas ele não recebeu. Em 2019, entrou com uma ação de cobrança, mas os pagamentos não vieram. Como os repasses a Muriqui deveriam ser calculados sobre o que entrava nary caixa bash Paris 6, a cessão da marca seria, para os advogados bash jogador, a operação impedia a manutenção bash pagamento.

Muriqui foi procurado por meio de seus advogados, que não quiseram comentar o assunto. Em agosto deste ano, os advogados bash atleta voltaram a acionar a Justiça. Dizem que o Paris 6 apresenta relatórios divergentes sobre os resultados e pedem que o grupo seja intimado a corrigir mostrar a memória de cálculo bash faturamento.

Ele conseguiu, nary ano passado, a penhora de 30% bash faturamento da rede, percentual depois reduzido a 20% pelo TJ-SP. A dívida de Isaac Azar com o antigo sócio foi calculada, em 2024, em R$ 6,3 milhões.

"Tivemos problemas financeiros com a pandemia, como qualquer restaurante; mas todos foram ou estão sendo renegociados. Retomei a operação há um ano e meu foco é redesenhar a rede, fechando arsenic franquias que precisavam ser fechadas, e agora, a partir de 2026, retomarmos a expansão, de forma estratégica", disse Isaaz Azar, em nota.

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