10 horas atrás 2

CapitalConsig é alvo de ação civil pública por fraude no consignado

O Sinpaig descobriu as primeiras irregularidades há dois anos, ao montar uma força tarefa ajudar servidores a reduzir os níveis de superendividamento, analisando e renegociando contratos. Com ajuda de uma consultoria financeira, o sindicato encontrou irregularidades em 100% dos contratos firmados pelos associados com a Capital Consig. O maior problema, identificado em 80% dos casos, era divergência entre o valor descrito nas Cédulas de Crédito Bancário e o valor creditado. As CCBs são um documento com todos os valores relativos a taxas e parcelas do contrato e que as instituições usam para captar recursos no mercado financeiro.

O MP tentou negociar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Capital Consig, mas as tratativas foram "infrutíferas". Em junho passado, o governo do estado suspendeu temporariamente a realização de novas operações, bem como o desconto na folha dos servidores. O grupo Capital Consig possui cerca de 20 mil contratos com 13 mil servidores em Mato Grosso.

Autorizada pelo Banco Central

A Capital Consig foi fundada em 2014 e tem como sócios Sven Stefan Padre Kuhn, Roberto Arduini Gomes Teixeira e Carpar Heinrich Menke. A empresa recebeu autorização do Banco Central para atuar como Sociedade de Crédito Direto em 2020. Desde então, passou a levantar recursos junto a bancos e securitizadoras na forma de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios. Levantou R$ 120 milhões com a Vert Securitizadora em 2021. No ano passado, levantou um outro FIDC lastreado nos contratos com servidores do Exército.

Carbono oculto

No ano passado, a Capital Consig transferiu uma carteira de R$ 300 milhões de consignado para a PixCard, uma fintech do Grupo BSO, de Cleiton Santos Santana, em uma negociação triangular envolvendo ainda o Banco Voiter, que pertencia ao Master, de Daniel Vorcaro, mas recentemente teve a cisão autorizada pelo Banco Central, sendo renomeado de Banco Pleno. A BSO tem sede na Avenida Faria Lima e é alvo da ação Carbono Oculto da Polícia Federal, que investiga laços do PCC com instituições financeiras. A informação da "negociação triangular" e compra da carteira da Capital Consig consta de uma matéria patrocinada pelo próprio Santana e veiculada como conteúdo de marca no site do jornal Valor Econômico em julho do ano passado.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro